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   Uma semana havia se passado desde a última vez em que você e Koutarou haviam se visto pessoalmente, pelo jeito o homem andava muito ocupado com o trabalho ultimamente, trocavam mensagens diariamente, menos naqueles últimos dois dias; sentia que aquela era a pior cólica que tinha a meses, quase como se seu útero estivesse sendo literalmente rasgado ao meio e pisoteado diversas vezes por dançarinos de tango, grunhiu baixinho se encolhendo mais contra o sofá macio, estava em um péssimo humor, já havia perdido as contas de quantas vezes se pegou chorando porquê deixou um doritos ou outro cair no chão, seu celular vibrou novamente, outra mensagem de Bokuto, não queria responder, seria grossa se falasse com ele naquele momento, apenas precisava ficar sozinha e morrer lentamente. Atsumu andava de um lado para o outro na sala carregando uma bolsa de água quente pesquisando no google como esquentar aquilo sem explodir já que você se negava a conversar com ele.

   — (Nome), se você não me explicar eu não vou conseguir te ajudar.

   — Não quero ajuda, quero morrer — disse com cara de poucos amigos se encolhendo mais contra as cobertas, fez uma careta ao sentir outra pontada em seu ventre —, vai embora.

   — Não senhora, quer um abraço?

   — Não — murmurou com a voz chorosa antes de voltar a se encolher por de baixo das cobertas, o frio sempre piorava os sintomas, fazia com que quisesse morrer —, vai embora, por favor.

   Apertava as unhas contra o polegar se arranhando de maneira ansiosa, o homem de cabelos loiros suspirou pesadamente antes de andar em sua direção, deitou o corpo contra o seu fazendo com que grunhisse baixinho afastando o rosto das cobertas, seus olhos caíram sobre seu melhor amigo, piscou devagar tentando não o chutar para longe.

   — Não posso te deixar sozinha quando está desse jeito, eu ficava ansioso todos os meses quando chegava perto do seu ciclo menstrual e eu não estava aqui.

   — Não vou fazer nada.

   Sussurrou antes de desviar o olhar, Atsumu bufou deixando um peteleco contra a pontinha de seu nariz.

   — Eu sei que não, mas prefiro não arriscar, TDPM é algo meio impulsivo demais, da última vez você quase...

   — Eu sei — murmurou o interrompendo, não queria tocar naquele assunto no momento, principalmente quando se tratava de Atsumu, seu melhor amigo era simplesmente preocupado demais, quando estava perto do ciclo menstrual ele virava uma bola de preocupações e mimos —, pode só avisar para o Bokuto que eu tô viva? Não quero falar com ele agora.

   Disse estendendo o celular desbloqueado até o loiro que apenas suspirou pesadamente antes de concordar com a cabeça devagar tomando o celular fino de suas mãos, mandou algumas mensagens antes de o deixar sobre e mesinha de centro, voltou a se levantar ainda segurando a bolsa térmica em mãos, a esquentou durante alguns minutos no micro-ondas com medo que ela simplesmente explodisse; não demorou muito para que a bolsa quente estivesse sobre o pé de seu abdômen, fungou baixinho antes de se encolher mais contra o sofá fitando o filme que passava na televisão fina.

   — Eu pedi pra ele vir aqui, acho que vai fazer você se sentir melhor, também quero conhecer ele, não dei minha benção ainda, não sei se ele te merece. 

   Ele disse de modo simplista quase como se estivesse comentando sobre o clima frio de outono, você arregalou os olhos suavemente se sentando de uma vez sobre o sofá, negou com a cabeça diversas vezes, sentia que sua alma havia literalmente sumido de seu corpo ao escutar as palavras do homem.

   — Miya Atsumu, você endoidou?! Meu cabelo está sujo, meu humor péssimo e estou com um rosto de quem não dorme a duas semanas, eu já não tenho muitas chances com o Bokuto, se ele me ver desse jeito vai tudo pro ralo! 

𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀 𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 ; bokuto koutarouOnde histórias criam vida. Descubra agora