𝐈'𝐌 𝐀 𝐅𝐈𝐑𝐄𝐅𝐈𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑

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Estados Unidos - Virginia; Um ano depois

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   Fazia quase um ano que o homem de cabelos acinzentados havia optado para fugir de país, para o mesmo país onde havia vivido com sua família até seu pai falecer, ficar em Hateruma simplesmente seria tortuoso demais, tanto para ele quanto para (Nome), não duvidava nada que se esbarrariam na primeira esquina graças ao tamanho minúsculo da cidade; os dias no começo se passavam como se rastejassem lentamente por entre os ponteiros, mas aos poucos tudo ficou mais fácil de lidar, Bokuto arrumou um novo emprego no corpo de bombeiros de Virginia e havia feito novos amigos e conhecido novas pessoas, algumas muito boas e outras não tão boas, mas mesmo assim ele estava melhorando, em passos pequenos mas seguindo em frente.

   Vez ou outra o homem de cabelos acinzentados se pegava adentrando nas redes sociais dela para tentar saber como as coisas estavam, mas a única coisa que escapava de seus lábios era um riso soprado ao não ver nada mais do que um filme encenado por Alteza Leopoldina e Lord Pauvre — que havia ficado com ela, Koutarou sabia que (Nome) cuidaria dele melhor do que ele mesmo, o gato branco também gostava da companhia da gata preta —, as vezes conversava com Atsumu e ele dizia que aos poucos ela conseguia sair de casa, andar um pouco e respirar novos ares, o terapeuta dizia que ela estava melhorando, as memórias de Lia parando de serem tão amargas.

   Bokuto já havia se culpado por muita coisa, mas naquele momento ele não se culpava mais tanto, estava melhorando também, estava visualizando melhor que suas ações não mudariam tanto os rumos que haviam levado a Yukie e Lia, mas mesmo assim não deixava de ser dolorido saber que havia tido envolvimento.

   Os olhos amarelos correram pelo quartel de bombeiros de Virginia, um homem loiro e de cabelos curtos andou em direção ao acinzentado em passos apressados, tinha um sorriso estampado em rosto, parou a poucos centímetros de Koutarou enquanto pousava as mãos sobre a própria cintura.

   — O Tyler vai fazer uma festa hoje depois do trabalho, quer ir?

   O homem de cabelos acinzentado suspirou antes de encolher os ombros, cruzou os braços sobre o abdômen.

   — Acho que não, cara, deixa pra próxima.

   — Você sempre fala isso, Bo, deveria ir com a gente ao menos uma vez e encher a cara.

   Bokuto suspirou desanimado, sempre havia sido alguém que amava festas, mas havia sentido que elas haviam perdido um pouco do sentido, deu de ombros antes de negar com a cabeça novamente.

   — Deixa pra próxima, estou cansado.

   Murmurou por fim antes de girar os calcanhares deixando o quartel em passos rápidos, andou em direção ao cruzamento movimentado o atravessando rapidamente em direção à estação de trem, nunca havia sido uma pessoa que gostava muito de andar de carro, apenas em casos extremos como fazer a compra do mês, Bokuto riu baixinho ao se lembrar da conversa que havia tido com (Nome) sobre aquilo e a garota simplesmente implorando para que ele também fizesse a compra do mês dela já que ela não sabia dirigir, se perguntava se já havia conseguido.

   Adentrou no trem que levava para o condomínio de apartamentos onde vivia no momento, não demorou muito para que chegasse por fim, desceu da máquina enfiando às mãos nos bolsos da jaqueta andando em direção ao próprio prédio, cumprimentou o porteiro antes de adentrar no elevador subindo para o próprio andar, entrou de uma vez arrancando os sapatos e jogando o corpo de modo cansado contra o acolchoado macio da própria cama, sentia falta da praia de Hateruma, das ondas se chocando contra as pedras. A casa de praia que praticamente dividia com ela.

𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀 𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 ; bokuto koutarouOnde histórias criam vida. Descubra agora