Onde estiveres...

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POV. Meredith
-Sra. consegue ouvir-nos?- voltei à realidade. Na minha mente passou toda a minha história com Derek, todos os momentos que passamos juntos e o que mais me custou foi reviver os nossos últimos momentos, aqueles que passámos a discutir porque nunca pensamos que as coisas iam ser assim... Sempre achámos que tínhamos mais tempo.- Sra... O que estávamos a dizer é que a explosão ocorreu onde o Dr. Shepherd estava a trabalhar. Existem muitos corpos por identificar agora e de momento ele está dado como desaparecido em combate. Temos imensa pena de lhe estar a dar esta notícia...- ainda existia uma chance... Eles desapareceram e eu estava novamente sozinha.
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Quando as coisas da clínica estavam tratadas, Deluca foi buscar-me e levou-me para a montanha. Todos os dias eu ligava para Derek, mas ia para a caixa postal.
Maior parte dos corpos estavam identificados e nenhum deles era Derek.
Queria manter a esperança dentro de mim, de que ele ainda estava vivo em algum lugar, mas a cada dia que passava, ficava mais complicado.
Os meus dias eram passados na cama ou no sofá, não tinha mais vontade de viver.
-Vais ficar aí o dia inteiro sem fazer nada?- ele tinha arranjado trabalho num hospital na cidade.- Pelo menos arruma esta casa já que não fazes mais nada.
-Eu queria mesmo ter o meu emprego de volta...
-És mesmo uma ingrata! Depois de tudo o que fiz por ti...
-Tu só me arruinaste a vida...- pior coisa que podia ter dito. Senti a sua mão na minha bochecha e depois um sabor a ferro na minha boca. Ele tinha conseguido abrir o meu lábio, apenas com um estalo. Ele pegou num punho de cabelo meu e puxou-o para mais perto de si.
-Se voltas a dizer isso eu juro que não ficamos assim... Só tens de me agradecer e tratar-me como teu marido!- ele largou-me rapidamente e foi buscar a sua pasta.- Espero que quando chegar tenhas o jantar feiro, banho tomado e estejas deitada na cama à minha espera.- o meu corpo estremeceu. Ele já tinha tentado isso uma vez, mas consegui fugir e trancar-me na casa de banho, mas desta vez... Desta vez não sei se tenho essa sorte.
Assim que ele saiu eu pude respirar fundo. Corri para um telefone que tinha escondido e voltei a ligar para Derek.
-Onde estás? Por favor se estiveres a ouvir isto, desculpa por tudo o que disse, eu nunca quis que fosses embora, estávamos magoados e não estávamos a pensar... Eu só quero que voltes, por favor... O Paddy precisa de ti. Eu preciso de ti.- respirei fundo para tentar esconder o choro.- Amo-te...- desliguei e voltei a esconder o telefone, mas antes respondi a algumas mensagens de lexie. Disse que estava bem e para não me procurarem.
Pensava muitas vezes em fugir, mas não queria que ele fizesse mal a mais ninguém... Eles não tinham de sofrer por algo que eu trouxe para a minha vida.
O dia passou rápido, fiz tudo o que ele me pediu e quando estava na hora dele chegar a casa, meti-me na cama e fingi estar a dormir, claro que isso não o impediu de fazer nada. Ele não se importou se eu estava a dormir se estava acordada, ele apenas largou tudo e desapertou as suas calças. O resto vocês já sabem.
Nessa noite eu apenas fiquei no chuveiro e esfreguei o meu corpo com força. Queria tirar o seu toque de mim, mas isso era impossível...
.................................1 ano depois.................................
Já fazia 1 ano desde que Derek tinha desaparecido e hoje eu tinha acordado com a ideia de que iria mandar uma última mensagem a Derek e se ainda assim não tivesse resposta, desistiria e iria seguir em frente.
Para a minha salvação, Deluca não tinha vindo para casa hoje. Peguei no meu telefone e decidi sair de casa, para dar um passeio pela floresta de nossa casa, que estava cercada por todos os lados, impedindo-me de sair.
Respirei fundo antes de marcar o número dele.
-Olá... Eu acordei hoje decidida que iria seguir em frente, então esta vai ser a última mensagem que te mando, eu prometo. Só queria que soubesses que arrependo-me todos os dias aquilo que te disse, mas já não podemos fazer nada quanto a isso. Espero que se estiveres vivo, estejas a fazer tudo aquilo que gostas, como pescar e ler artigos sobre Neuro na frente da lareira. Eu amo-te, como nunca amei ninguém e quero que saibas que foste o primeiro homem que me fez sentir amada, e visível e apreciada... Eu só quero que sejas feliz, então... Onde quer que estejas...- respirei o ar puro da montanha. -Adeus Der...- desliguei o telemóvel e sentei-me, encostada a uma árvore com o telemóvel nas mãos.
Estive alguns minutos ali sentada, apenas a respirar o ar da montanha e depois voltei para casa. Vi o carro dele na entrada.
-Onde raio estiveste?- ele estava um pouco alcoolizado.
-Fui dar uma volta, apanhar ar puro...- ele tirou um envelope da mala e mandou-o para a minha cara.
-Ao que parece a tua irmã vai casar-se e quer que sejas a madrinha... Infelizmente não vou poder ir, já tenho planos para essa semana, mas tu tens de ir, ou as pessoas vão começar a suspeitar.- ele tinha batom vermelho no colarinho da camisa.
-Isso é batom?- ele pressionou-me contra a parede e as suas mãos foram para o meu pescoço.
-E o que tens a ver com isso? Fechaste as pernas não foi? Tive de arranjar noutro lado, e deixa-me que te diga, ela é muito melhor que tu...- estava a ficar sem ar quando ele me largou.- Vou viajar, só volto para o mês que vem. Lembra-te do nosso acordo, ou em vez de um casamento, vais passar a ir a um funeral...- ele pegou nas malas de viagem e saiu. Só tinha pena da pobre moça que estava com ele...
Só queria chorar, mas desta vez de felicidade! Eu iria mudar a minha vida, eu ia pedir ajuda e eu iria colocá-lo na prisão...
Liguei a Lexie e fui fazer as minhas malas, queria sair dali o mais rápido possível.

Olá olá!
Não me odeiem sim? Amo-vos muito! ❤️
Um beijo,
Bru

Psicologia de Grey Onde histórias criam vida. Descubra agora