Para mim chega

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POV. Meredith
Não estava confortável com a situação, mas era óbvio que tinha de tentar, nunca me iria perdoar se eu conseguisse fazer com que ele se lembrasse de mim e não tivesse tentado.
-Então qual é o plano?
-Talvez mostrar-me lugares onde estivemos juntos ou coisas que possam ter marcado algum momento que estivemos juntos.- pensei em todos os lugares que estivemos juntos.
-O último lugar onde estivemos foi numa ilha, então, com o casamento à porta não vamos para lá. Temos o hospital, onde estivemos várias vezes juntos, a clínica onde o Patrick tinha as sessões comigo, o restaurante onde foi o nosso primeiro encontro, que passamos a frequentar sempre...
-Parece-me. Vamos?- ele estendeu a mão e eu pensei alguns segundos se devia agarrar, mas acabei por ceder. Peguei na minha bolsa e fomos para o carro. Todos os momentos que passamos juntos aqui... Tudo coisas que ele não se lembrava. Olhei para ele de esguelha, ele estava concentrado na estrada e nem percebeu que eu o estava a observar. Ele estava tão linda quanto antes mas o brilho no olhar que ele tinha, já não estava lá. As suas pupilas não dilatavam quando ele olhava para mim. O meu toque já não lhe causava qualquer sensação. O meu peito encheu-se de dor e choro que engoli para não desabar ali na frente dele, e por fim chegámos ao hospital.
Ela doloroso ver que ele se lembrava de todos, menos de mim. De nós.
-Alguma lembrança?- ele olhava ao redor, mas nada.
-Nada... Algum sítio em específico que podemos ir?- comecei a caminhar silenciosamente até à sala de descanso, que era tão bem conhecida por nós.- A sala de descanso?
-É... Nós passávamos aqui bastante tempo. Devo dizer que não descansávamos nada quando para aqui vínhamos.- vi que ele corou com as minhas palavras. Comecei a andar pela sala, mas acabei por escorregar em alguma coisa, para não cair, agarrei-me a Derek, que não estava nada à espera e acabou por cair comigo na cama. Ele ficou por cima de mim.
-Desculpa...- pedi desculpa. Os meus olhos estavam presos nos dele e vi a cor dos seus olhos passar de azul claro, para mais escuro. Já não via isso acontecer à muito tempo, ele queria-me. Passei a mão pelo seu rosto e ele aproximou os seus lábios dos meus. Assim que os nossos lábios de tocaram, eu senti uma onda de prazer passar pelo meu corpo. Já não me recordava quão bom era o seu toque.
A sua língua pediu permissão e eu obviamente cedi a entrada. Ele explorava cada pedaço da minha boca e as nossas línguas dançavam uma dança quente, sensual. As minhas mãos puxavam o seu cabelo, para que ele estivesse mais perto de mim. Senti-a o seu membro saliente roçar na minha intimidade enquanto as suas mãos passavam pelas laterais da minha cintura. Fomos interrompidos por uma batida na porta.
Ele afastou-se rapidamente de mim e abriu a porta.
-Dr. Shepherd, desculpe, não pensava que estava aqui... Eu volto noutra altura.
-Deixa estar Ross, podes entrar, nós já estávamos de saída mesmo.- levantei-me e segui Derek para o carro.- Qual o próximo destino?- coloquei o cinto de segurança e guiei-o para o próximo local. Fizemos isto até já não termos mais lugar nenhum para ir.- Não temos mesmo mais nenhum lugar especial?- pensei por alguns segundos e lembrei-me. O lugar onde nos conhecemos, onde tudo começou.
-Temos mais um lugar.- se aquilo não funcionasse, eu iria desistir. Já estava a ficar tarde e tínhamos o jantar de ensaio de Lexie e Mark e não podíamos atrasar-nos.- Aqui é o lugar onde nos conhecemos. Onde quase demos o nosso primeiro beijo, onde tudo começou.- dei-lhe algum tempo para ele olhar ao redor e perceber se se lembrava de alguma coisa.
-Meredith...- ele olhou para mim.- Desculpa...- o meu coração despedaçou-se naquele momento, naquele momento exato onde eu percebi que ele continuava sem se lembrar de mim.- Mer? Estás bem?- sentei-me e senti os meus olhos serem invadidos por lágrimas.
-Não Derek... Eu queria estar, achei que podia ajudar-te, mas não consigo... É muita coisa, muito depressa, eu não consigo mais.
-Mas vamos conseguir Mer... só tens de ser paciente comigo.- o meu peito doía muito.
-Não Der, esse é o problema. Não existe nenhum nós... E isto.- apontei para nós e para o que estava ao nosso redor.- Isto é pior do que o meu pior pesadelo. Isto Derek... Olhar para ti e perceber que não existe nenhum amor nos teus olhos quando olhas para mim...- peguei nas minhas coisas e fui embora.
Chorei o caminho todo para casa e assim que cheguei tranquei-me no quarto.
Para mim chegava, não aguentava mais...

Olá olá.
Espero que gostem, o capítulo está um pouco curto, mas recebi a notícia que um colega faleceu num acidente de automóvel e estou um pouco chocada. Ele tinha apenas 19 anos... 🥺
Obrigada por tudo.
Um beijo,
Bru

Psicologia de Grey Onde histórias criam vida. Descubra agora