Realidade

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POV. Meredith
-Porra Meredith diz logo que não estás feliz!
-Não estou... Estou surpresa. Nunca pensei que voltasse  acontecer novamente.- nunca tinha contado a ninguém esta história, nem mesmo a Lexie. Ela apenas sabia que eu tinha perdido um bebé.
-Outra vez?- sentei-me na cama que estava atrás de mim.
-Eu ia sair para uma festa na clínica onde trabalhava e ele não gostou da minha roupa. Disse que eu devia estar a comer alguém do trabalho e era para ele que eu me estava a arranjar. Quando tentei sair mesmo assim vestida, ele pegou num telefone fixo que tínhamos ali perto e mandou-o contra a minha cara.- ele arregalou um pouco os olhos e sentou-se na cadeira em frente à cama.- Eu deixei de ver por alguns segundos e ele aproveitou-se disso para me mandar ao chão com um soco nas costelas. Eu não conseguia dizer nada, queria pedir-lhe para ele parar, porque ele não sabia da minha condição, mas nada saia da minha boca. Foi quando me tentei levantar, que ele me começou a chutar na zona da barriga.- ele estava sem palavras, ele não sabia como reagir a toda aquela nova informação.- Quando ele decidiu que já estava bom, parou e deixou-me ali a sangrar. Eu acho que ele queria matar-me, naquele dia, só não entendo porque não o fez. Eu não parava de sagrar e quando ele percebeu que se não fizesse nada, eu ia realmente morrer, ele levou-me ao hospital mas deixou-me na porta abandonada ao frio, mas não antes que me avisar que se eu dissesse uma palavra do que tinha acontecido ele matava Lexie e Mark. Eu sabia que ele era capaz disso, quer dizer, bastava olhar para mim. Eu expliquei que tinha sido cercada por alguns homens na rua e que só me lembrava de acordar no hospital. Fizeram-me alguns teste e explicaram-me que tinha sofrido um aborto.- olhei para Derek que tinha lágrimas nos olhos.- Eu estava triste mas feliz por aquele bebé não ter de nascer num ambiente violento e tóxico como aquele. Ela então explicou que eu talvez nunca mais engravidasse, pelas lesões causadas no meu útero, ele ficou hostil e dificilmente iria engravidar. Por isso eu fiquei surpresa. Por isso eu não estou feliz Derek, porque eu sei como sofri pelo primeiro aborto...
-Mas não vai acontecer nada Mer...
-Sabes quais são as chances desta gravidez ir até ao fim? Mínimas Derek... Eu só... Eu não vou criar esperanças sobre este bebé e tu também não devias.- sei que estava a ser fria, mas tínhamos de enfrentar a realidade. Levantei-me e fui acabar de me arranjar. Derek não me disse mais nada, ele apenas de levantou e fechou a porta com força na saída. Tinha imensa vontade de chorar, mas íamos para uma festa e tinha de estar alegre. Vesti um vestido bem provocador e sai.

Callie e Cristina não fizeram perguntas e eu agradeci por isso, não precisava de reviver esses momentos novamente. Derek estava num canto com os rapazes e nós cantamos e dançámos em cima da mesa. Maior parte das menina estavam bebedas e apesar de ter bebido um pouco, não foi o suficiente para me alcoolizar, com alguma pena minha.
Fomos até à praia, mergulhamos, rimos, dançamos e cantamos mais até que já estava na hora de voltamos para casa, porque planeámos massagens de manhã.
Despedi-me de todas elas e fui para o quarto. Derek ainda ficou la algum tempo, e quando sai do banho, ele estava deitado a ler um artigo sobre neurologia.
Odiava estar assim com ele, não poder toca-lo, beija-lo, mas eu só queria que ele enfrentasse a realidade para não sofrer...
Deitei-me ao seu lado e ele fechou a luz, deitando-se também.
Não dissemos nada um ao outro, e quando menos esperava, senti os braços dele ao meu redor.
-Desculpa meu amor.- ele deu-me um beijo no cabelo e enterrou o seu rosto no meu pescoço.
Adormeci mesmo sem perceber, nos seus braços.

Olá olá!
Espero que gostem.
Um beijo,
Bru

Psicologia de Grey Onde histórias criam vida. Descubra agora