Capítulo Dezoito;

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Pov's Min Yoongi

Noto o corpo de Jimin ficar mais mole, e vejo ômega despencar, o segurei antes que tocasse o chão, o seguro firme entre meus braços.

— Oppa. — Yon gritou, e correu até ele, segurando sua mão com toda a força que ela tinha. — Oppa. — continuou chamando, deixando algumas lágrimas caírem.

Eu já estava ciente que ele seria muito afetado, está no cio e ainda por cima tendo que lidar com a morte da pessoa que o criou, que o amou e cuidou dele a vida toda. 

— Ele vai dormir como a vovó? — ela perguntou chorando, negando sem saber. — Eu não quero.

— Calma, filha. — disse, tentando raciocinar, arrumo o corpo alheio me meus braços e começo a procurar por um médico.

Tinha que estar com o dobro de cuidado já que Yon-hee estava me seguindo com passinho rápidos.

— Inferno. — rosnei alto, sentindo meu lobo começar a se alterar por não conseguir encontrar nenhum médico disponível. — Merda. — meti o pé na porta de uma das salas, encontrando um dos médicos ali.

O fato de ele estar se atracando com uma enfermeira fez meu ódio aumentar ainda mais, não o ataquei apenas por Yon estar.

— Seu desgraçado. — rosnei entre dentes, e me aproximo. — Se acontecer alguma coisa com ele, farei sua esposa saber das suas aventuras com as enfermeiras. — disse em um tom sério, fazendo-o arregalar os olhos e apontar para a maca. — Ele desmaiou, quero que cheque para saber se está tudo bem com ele. Foi apenas um desmaio por causa de tudo que aconteceu.

— Irei fazer isso agora mesmo, Sr. Min. — ele disse com a voz trêmula, sem nem mesmo conseguir usar os aparelhos adequadamente.

Olhei para trás para poder falar sobre isso com Hee, no entanto, ela não estava ali.

— Yon-Hee? — chamei em um tom mais alto, saio da sala. — Yon? — chamei novamente.

Senti uma agonia tomar conta do meu corpo, comecei a correr pelos corredores, eu tinha a certeza de estar sentindo sua presença atrás de mim, não sei em que momento ela se afastou. Continuo correndo, me concentrando no perfume dela para tentar encontrá-la o mais rápido possível.

— Yon... — parei de falar ao sentir um odor muito forte e familiar, arregalei os olhos assim que encaro quem estava segurando a mão da minha filha, com um sorriso vitorioso.

— Papai. — ela gritou manhosa. — Esta é a mamãe? — ela perguntou com os olhinhos brilhantes.

Me aproximo devagar, tentando não demonstrar o tamanho do ódio que estou sentindo, vê-la novamente com aquele sorriso cínico estampado em sua face, e um olhar de vitória como se tudo o que ela fez conseguiu me atingir.

— Olá, querido. — ela murmurou. — Que bom vê-lo. — ela sorriu largo.

— Solte minha filha, agora! — bradei, cerrando os punhos. — Ou não posso responder bem pelos meus atos.

— É assim que você trata a mãe da sua filha e seu primeiro amor. — ela murmurou, se aproximando ainda mais.

 — O que está pensando, Lee Yin? — pergunto olhando fixamente para sua face.

— Eu? — sorri de forma ainda mais aberta. — Eu não quero nada. — murmurou. — Estou apenas vindo visitar minha filha, não posso? — indagou em resposta.

— Perdeu todo o seu direito quando deixou-a nas minhas mãos quando era apenas um bebê. Não sente vergonha de si mesma? — pergunto. — Não venha me testar, não sabe do que sou capaz, ômega. — desta vez sou eu quem uso um sorriso vitorioso ao vê-la recuar. — Não sou mais aquele alfa que você conheceu. — digo firme. — Então para seu próprio bem, se afaste de mim e da minha família.

— Papai? Por que está agindo assim, ela não é minha mãe? — perguntou, desta vez com os olhos marejados. — Eu quero poder passear com ela, como ela me prometeu.

Olho para minha filha, respirando fundo, não quero perder o controle com ela. Sorrio simples e confirmo.

— Meu bebê, ela não pode passear com você agora. — falo simples. — Ela tem muita coisa para resolver, mas prometo que eu posso te levar para o parque de diversão quando tudo isso passar. — murmuro.

Vejo uma das enfermeiras se aproximando, penso rápido e paro a mesma.

— Poderia levar ela para a sala do doutor Weiyun?— pergunto, recebendo uma afirmação, me abaixo. — Filha, acompanhe a moça, ela vai te levar para ver o Jimin, não quer ver como ele está? E dar um beijinho para ele sarar logo? 

Ela ficou extremamente feliz ao escutar minhas palavras, e por isso confirmou no mesmo instante, segurando a mão da mais velha, nem mesmo se lembrando que sua mãe estava ali. Mais uma vez, sorriu vitorioso e olho fixamente para Yin.

— Você não pode me privar de ver minha filha, Yoongi? — ela me desafia. — Ela é minha filha, e tenho direito sobre ela.

— Sabe que isso não é verdade! Eu tenho muito dinheiro, e mesmo que você contrate o melhor advogado, eu posso pagar o melhor juiz. E nem mesmo de dinheiro eu preciso, basta apresentar os fatos. — meu lobo interior começa a ficar mais agitado.

— Olha, estou feliz em saber que você cuidou muito bem da minha filha. — deu ênfase na última parte. — Esqueceu de algo muito importante, Min Yoongi.

Franzi o cenho ao escutar suas palavras, sem entender muito bem o que ela queria dizer com aquelas palavras. No entanto, mesmo não entendendo muito bem aquilo, sabia muito bem que seria um veneno como todas as vezes.

— O que quer dizer com isso, Lee-Yin? — pergunto.

— Esqueceu o que eu disse naquela carta? — perguntou simples. — Ela não é sua filha, e se seguiu meu conselho, fez o exame de dna. — sorriu, cruzou os braços e suspirou. — Ela não tem nada a ver com você, então é melhor me deixar vê-la, do que perder completamente a guarda dela.

— Em primeiro lugar, não sei do que está falando, pois fui eu quem deu meu sobrenome para ela. Também nunca li nenhum exame de DNA. — falei sério.

Yin começou a rir de forma histérica, quase como uma louca ou melhor, ela apenas deixou visível o quão louca ela é. Respiro fundo e começo a me afastar, se continuasse ali não ia responder por mim.

— Fique longe da minha filha, isso é um aviso! — bradei.

— Vou tirá-la de você, ou... — sinto a mão dela segurar meu pulso, me viro no mesmo instante. — Podemos criá-la juntos. Pense só no quanto ela ficaria feliz em ter os pais unidos.

"Essa vadia não tem escrúpulos mesmo!" 

Foi o pensamento que me veio, mas antes que eu pudesse sair de perto dela, ela pulou sobre meu corpo, envolveu os braços sobre meus ombros e seus lábios asquerosos tocaram os meu, nunca havia sentido tanto nojo. Não precisei fazer nada, seu corpo foi arrancado para longe de mim, vejo-a cair no chão.

— Sei que me viu chegando, sei que pulou nos braços dele para beijá-lo! Isso só mostra que você não mudou. — era a voz de Jimin.

O baixinho tomou a frente, seu ar sério e debochado, seu olhar um pouco frio continuou fixo em Lee, que acabara de se levantar.

— Yoongi não é mais o seu alfa, seu lixo! — o ômega falou firme. 

— Ele não quer nada com você, seu bastardo! Lógico que ele vai preferir a mulher que ensinou a ele como fazer tudo o que sabe hoje. — ela diz com um sorriso ladino. — Claro que ele vai preferir ver o sorriso da pequena Yon-Hee.

Ouço a risada de Park, uma que eu nunca tinha presenciado antes, ele parecia bem diferente diante daquela mulher.

— Acha que ela vai escolher quem? Você? — continuou rindo e suspirou. — Ela prefere a mim, que dou amor e carinho pra ela. E olha aqui, sua vadia. — se aproximou perigosamente da mais velha. — Se se aproximar do meu alfa novamente, não vou responder por mim. Seus jogos sujos...para eles eu já estou preparado.

Sinto a mão gordinha do ômega segurar minha e sair me puxando, ainda estava meio estático pelo que ele disse, mas deixei-me ser guiado.

— Vocês me pagam! — escuto ela sussurrar.

"O pior de tudo, é que sei...que ela não está mentindo!"

The Truth Untold (YoonMin-ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora