Capitulo Dois;

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A minha noite foi bem difícil, extremamente difícil para ser exato, ambas as vozes não saiam da minha cabeça. Estou curioso, quem mora naquele lugar, e de quem era aquela voz angelical:
— Certo, coragem, Park Jimin! — falo alto, para me animar. — Você é forte!
Queria mesmo ser forte, talvez, quem sabe, ser um alfa, assim metade dos meus problemas seriam resolvidos, no entanto, para minha desgraça  nasci um ômega, não estou reclamando da vida, acho que não tenho esse direito, na verdade, ninguém tem:
— Ai, droga. — esbravejo por ter topado meu midinho em uma pedra. — Presta atenção.
Assim que me aproximo daquela mansão, todo meu corpo fica gelado, sem contar minhas pernas bambas e meu coração acelerado. Entretanto, não posso deixar meu medo falar tão alto, necessito saber de quem era aquela voz tão doce, e porque estava com tanto medo.
Com cuidado me aproximo da mesma passagem que encontrei antes, e não foi difícil adentrar o jardim.
— Por que tudo aqui é tão sem vida? — indago-me.
Olho por todos os lados, e vejo as mesmas rosas sem vida, ou melhor, todo o local é sem vida.
— O que está fazendo aqui? — a mesma voz angelical volta a ecoar. — Não deveria!
Aquele cheiro doce, muito doce, era uma ômega, como eu.
— Fiquei preocupado. — digo baixinho, olho para todos os lados, e tento encontrar a dona daquela voz.
— Meu pai não me machucaria. — ouço o barulho de um galho seco se partindo, e olho para direção no mesmo instante. — Mas eu não garanto que ele te deixaria vivo, se continuar aqui.
— Não tenho medo. — minto na maior cara de pau, logico que eu estava com medo.
Para ser sincero, estou morrendo de medo, pela presença que senti ontem, ele com toda a certeza, não é um alfa qualquer.
— Posso conhecer mais sobre você? — a ômega indaga, ainda sem se mostrar para mim.
— O que quer saber? — sento-me no banquinho, que antes deveria ser branco, mas que agora está coberto por poeira.
— Quantos anos tem?
— Eu tenho 19 anos, e você? — minha pergunta foi ignorada com sucesso.
— Tem namorado? — coro com a pergunta, mesmo que eu não esteja a vendo, nada garante que ela não esteja me vendo.
— Na-não, eu sou...sou solteiro. Por que está fazendo tanta pergunta? — estava realmente curioso.
— Nada, tchau! — arregalo os olhos e me ponho de pé rapidamente.
— Não, espera! — ouço passinhos ligeiros, e não êxito em segui-la.
Corro bem rapido, e acabo por chegar na porta da mansão, porta da cozinha, para ser mais específico, tudo parecia calmo, e assustador. Engulo em seco. Giro a maçaneta lentamente, descobrindo em seguida que a porta não estava trancada.

Por céus, quem deixaria as portas de uma mansão tão grande, e luxuosa, destrancada”

Assim que entro na residência, fico boquiaberto, a mansão estava brilhando de tão limpa, nem parecia com o jardim de antes.
— O que faz aqui dentro? — vejo uma garotinha próxima ao balcão.
— Eu fiquei preocupado com você, ontem aquela voz, ele pareceu rude. — me abaixo.
— Meu nome é Yon-hee, Min Yon-hee, sou filha do Min Yoongi, o dono disso tudo. — fala girando, o que me faz rir. — Quer namorar meu pai? — arregalo os olhos, e dou pequenos passinhos para trás.
— Não posso namorar com ele, eu nem o conheço. — digo algo óbvio, no entanto, de um jeito fofo, pois ela não parece ter mais de 6 anos. — Bom, princesinha, quantos aninhos tem?
— Tenho 5 anos. — mostra a mãozinha.
— Oh, mais velha do que eu...
— Quer vir conhecer o resto da mansão, aqui é grande, bem grande, e chato. — resmunga. — Ninguém tem tempo, principalmente meu pai, ele sempre está na empresa, sempre está sério, nunca vejo o sorriso dele. — fala em um tom triste.
— Ei, ele só deve ser muito ocupado. — acaricio suas cabeça. — Homens ocupados são assim, mas... Onde está sua mãe?
— Eu nunca a vi, nem mesmo por foto. Um dia ouvi meu pai dizer que ninguém nunca deve comentar sobre Lee-Yin. — olho sem entender.

“Por que alguém faria isso? Ela é jovem, porém, precisa saber sobre a mãe”

— Yon-hee, onde você está? — era a voz do alfa, novamente. — Ely, você viu minha filha?
— Ela estava no jardim, senhor, no entanto, ouvi a voz dela vindo da cozinha. — era a voz de uma mulher, possivelmente uma empregada.
— O-o que faço? Onde me escondo.
— Yah!!! — ouço um grito rouco, e engulo em seco. — Fique longe da minha filha. Seguranças!?
— Calma, eu não sou um bandido!
— Ah, não? E o que faz na minha casa? Hum? Invasão é crime!
— Eu não invadi, a sua filha me convidou! — digo desesperado.

“O que eu fiz? Se eu for preso, minha vó vai ficar muito magoada comigo”

Eu sou um idiota, não devia ter seguido minha curiosidade, devia ter ficado em casa.
— Você entrou para roubar, não é seu pivete? — o alfa indaga cheio de ódio. — Por que estava perto dessa criança, huh?
— Para de gritar comigo, eu já disse que não invadi nada. — isso era apenas metade da verdade. — Olha, eu só fiquei preocupado com sua filha.
— Idiota, você vai se explicar na delegacia. — começa a me arrasta pela casa.
— Eu já disse, eu não invadi. Pergunta para sua filha, ela vai te dizer. — o tal do Yoongi começa a gargalhar, como se tivesse ouvido a coisa mais engraçada de toda a sua vida.
— Você tá de brincadeira com a minha cara, não é? — indaga ainda sorrindo.
— Não, Yon-hee, explica para o seu pai, por favor, eu não posso ser preso.
— Escuta aqui seu idiota, só pra você parar de ser trouxa, sabe. — antes que eu possa fazer qualquer coisa, ou até mesmo o tal do Min.
Vejo a pequena menina se agarrar as pernas do alfa, o abraçando bem forte.
— Ela sente falta da mãe, sabia? Ela que saber sobre ela! — falo sério, e o outro solta meu pulso.
— Como sabe disso?
— Ela disse isso, ela até me pediu... Bom... Esquece.
— Jovem, eu não sei que tipo de brincadeira você está fazendo, mas, quero que saiba que a Yon-hee nunca falou. — arregalo os olhos, e fico encarando a pequena que apenas sorrir.
— Eu juro que ela falou comigo, ela falou sobre algumas coisas.
— Bom... — suspira. — Esquece o mal entendido, e pode ir embora.
— Ah, ok, obrigado.
Sigo para a porta enorme, de madeira toda detalhada. Mas antes de chegar nela, Yon agarra minha perna, negando.
— Não vai. — seus lábios mexem bem devagar, parecia que ela queria que apenas eu a ouvisse ou lhe entendesse.
— Yon, deixe-o ir. — o alfa diz sério.
— Ela precisa de uma babá? Ou melhor, um babá? — pergunto esperançoso.
— Eu não quero você na minha casa, rapaz.
— Ela fala comigo, mas com você não, eu posso ser um ótimo cuidador, e... Eu não vou cobrar muito. — respiro fundo. — Por favor?

The Truth Untold (YoonMin-ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora