Capitulo Três;

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O alfa parecia analisar cada característica minha, no mínimo estava pensando que sou algum maluco. E na verdade eu não o culpo, no meu caso já teria feito pior.
— Não precisamos de um babá, já tenho muitas empregadas e empregados, até mais do que você imagina. — meu olhar percorre por toda a sala.

“Realmente, deve ter tanto empregado que ele nem se lembra os nomes todos”

— Eu sou uma boa pessoa, não machucariam nem formiga, imagine só uma coisinha fofa como ela.
— É? Então se mude para a mansão, fique em um quarto de hospedes. — Yon olha para ele e sorri, mas é ignorada. — Está disposto?
— Estou sim, mas eu preciso ir para casa, tenho que explicar tudo para minha avó. — dito com um biquinho pensativo. — Obrigado por confiar em mim.
— Quem disse que estou lhe dando minha confiança? Não seja abusado, eu não confio nem na minha sombra, imagine em você que mal acabei de conhecer. — depois de dizer isso seguiu para as escadas.

“Sorte a minha que ele é bem humorado”

— Já que estamos a sós, pode me explicar o que está acontecendo? Eu paguei papel de doido. — digo rindo sem jeito. — Seu pai provavelmente está julgando-me como um lunático que escuta coisas, pois você não fala.
— Ele não sabe. Ninguém sabe. — fala dando de ombros. — Vai mesmo ser meu babá?
— Sim, vou sim. Aliás, percebi que seu pai te ama muito, está pensando no melhor para você, por isso quase não me contrata.
— Ele não estava assim por mim, ele não gosta de mim. — fez um biquinho que partiu meu coração. — Não sei porque, mas sinto que tenho culpa de alguma coisa. — resmungou.
— Nem pense nisso, Yon, você é uma menina graciosa, tenho ceeteza que seu pai te ama, e só faz isso para te proteger. — beijo sua testa. — Amanhã eu começo, ainda preciso falar para o seu pai sobre minha escola. E principalmente para minha vó. — coço a nuca. — Não sei bem como vai funcionar.
— Não desistir, por favor. — dita e sai correndo, vejo-a subir as escadas.

“Eu não sei o que vim fazer aqui. E muito menos sei porque estou me entendo nisso”

Sai da tão assustadora mansão, e segui para minha casa. Provavelmente minha avó já estava bem preocupada comigo, enquanto isso, gosto de ressaltar o quão idiota eu sou.
— Jimin, Jimin, você está se metendo onde não deveria. — resmungo para mim mesmo.

[•••]

— Posso saber o que se passa na cabecinha do meu neto precioso? — indaga sentando-se a minha frente.
— Nada, vovó, estou apenas admirando esse saboroso bolinho de arroz, muito delicioso. — sussurro.
— Você sempre foi péssimo com mentiras ao ponto de liberar feromônios, querido, então diga o que está lhe incomodando. — serviu-me um pouco mais de sopa.
— Vovó, eu arranjei um trabalho. — seus olhos ficaram levemente arregalados.
— Jiminzinho, eu disse para não procurat trabalho. Meu dinheiro dá para nós dois, não quero que tire notas ruins no seu último ano escolar. — falou sem parar. — Querido, se te falta algo, diga-me, darei um jeito e comprarei.
— Vou cuidar de uma menininha, vovó. — bebo um pouco do meu suco de morango. — Ela é muito fofa. — suspiro. — Prometo que isso não vai afetar o meu desempenho escolar.
— Mas... — pego suas mãos.
— Vovó, eu sei que está com medo, pelo simples fatos de eu ser um ômega, no entanto, eu juro que vai ficar tudo bem. — levo-as até próximo de meus lábios e depositei um beijinho ali.
— Terei que me mudar para lá, pois a menina é muito pequena. — respiro fundo. — Irei vir te visitar sempre que tiver folga, tudo bem?
— Jimin. — nego minimamente.
— Vovó, eu preciso cuidar de você, seus remédios são caros. E estarei fazendo isso por carinho, então... Não se preocupe, sem contar que o alfa pai da menina é bem sério. — felizmente ela suspira e concorda.
— Venha me visitar sempre, ok? — disse baixinho. — Bom, acho que essa velhinha aqui precisa descansar, até depois, querido.
— Eu te amo, vovó! — falo animado.
Depois de terminar o meu jantar, sigo para o meu quarto e arrumo uma mala pequena, com algumas coisinhas, claro, as que julguei mais necessárias. E ao finalizá-la, joguei-me na cama.

“Por que será que ela não fala? Ou por que o pai dela não fala sobre a mulher que lhe deu a luz?”

Deixo meus pensamentos para lá e fecho os olhos, não era certo ficar querendo investigar a vida alheia, sem contar que eu acabei de conhecê-los.

[•••]

— Bom dia, me chamo Ely, e sou a governanta da mansão. — me curvo minimamente, admiro os olhos da beta a minha frente. — Seu nome?
— Park Jimin, eu sou o babá da Yon-hee. — aperto firme a alça da minha mala. — Onde ela está?
— Como hoje ela não tera nenhum professor, está dormindo, hoje o sr. Min não foi a empresa, também está dormindo, geralmente ele acorda tarde em dias que não trabalha.
— Onde vou dormir?
— Hum, siga-me. — ela subiu as escadas e seguimos por um corredor. — Esse é um quarto de hospedes, fica próximo ao quarto de Yon e também fica em frente ao quarto do Sr. Min. — maneio positivamente a cabeça.
— Obrigado. Preciso fazer alguma coisa por agora? — indago meio intediado.
— Não, aliás, o sr. Min mandou informá-lo que cancelou sua matricula na escola. — arregalo os olhos.
— Espera! O que? Com que direito ele fez isso? Como assim? — encaro a beta a minha frente, que suspira.
— Desculpe-me, sr. Park, ele apenas disse-me para dizer-lhes isso, e que terá professores particulares, suas aulas serão nos mesmos horários de Yon, assim você não ficara desocupado. — nego minimamente.

“Esse cara é um idiota ou o que? Cancelou minha escola do nada?”

— Eu não vou aceitar isso. — nem espero ela terminar de falar o resto, e sigo pro quarto do mal humorado, por sorte ou não, a porta não estava trancada, apenas abri e entrei. — Sr. Min acorde agora! — rosno entre dentes. — Quem você acha que é? Por que cancelou minha escola? Quem mandou me contratar professores? — ele continuou apenas dormindo, e ignorando meus berros. Sorrio ladino. Pego o travesseiro e lhe acerto.
— Yah, seu moleque! — ouço seu grito rouco, sinto sua mão apertando meu pulso, já que o segurou no ar. — E você quem pensa que é para vir até meu quarto e agir de forma autoritária. — me empurra, e fica de pé, mesmo sem querer, meus olhos se focaram no abdômen do mesmo, era bem definido e branquinho.

“Concentra, jimin, estamos em uma briga muito séria aqui!”

— Eu posso não sr nada, e posso não ter dinheiro. Mas eu tenho dignidade, sabia? Eu não quero seu dinheiro, estou trabalhando aqui, apenas porque sua filha pediu, e nada mais. — tento usar o mesmo timbre que ele.
— Não quer? — começa a gargalhar. — Que ômegazinha impertinente. Todos os seres humanos só pensam em uma coisa; dinheiro. Não existe lugar para a bondade, amor e carinho, se não houver dinheiro. — mordo meu lábio inferior, nego rapidamente.
— Foda-se o dinheiro. Minha avó e eu somos de classe baixa, no entanto, somos felizes, mesmo sem dinheiro, seu idiota! — aponto meu indicador no seu rosto. — Eu não sou qualquer um, e eu não ligo pro seu dinheiro.
— Não aponte o dedo para mim, garotinho! — continua segurando meu pulso, só que com mais força. — Você agora é meu empregado, não sairá sem permissão, viverá aqui, as minhas custas. Então sim, você precisa e quer o meu dinheiro, assim como todos os outros.
— Prefiro comer capim ao depender do seu dinheiro. E presta atenção no que vou falar, você é meu patrão e não meu dono, não sou obrigado a nada que não tenha aver com meu trabalho, passar bem! — solto meu pulso e sigo meu rumo.

“Foi um ótimo início de manhã. Maravilhoso!”

Agora passo pelo corredor e vou rumo as escadas, com planos de chegar até a cozinha, no entanto, novamente sinto um arrocho em meu pulso.

The Truth Untold (YoonMin-ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora