Capítulo Quatro;

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Respirei bem fundo, porque tinha total certeza de que se fosse aquele bastardo eu iria dar um belo soco na cara pálida dele. Entretanto, nem precisei me virar para saber que não era o alfa e sim a pequena ômega; Yon-Hee.
— Você brigou com o papai, Jimin? — sua voz embargada partiu meu coração, virei e me abaixei em seguida.
— Me perdoa, princesinha? — passo o polegar por suas bochechas redondinhas. — Eu não sabia que você já estava acordada. — suspiro me sentindo realmente culpada.

Seu pai é um babaca, princesa. Mas você não tem culpa!

Sorrio de forma meiga pra ela, e a pego no colo, e volto rumo ao seu quarto.
— Quer tomar banho? — indago apertando seu narizinho.
— Sim, ótimo, vou ter um bom banho, e depois vamos procurar uma roupa bem linda. Seus professores viram hoje? — ela maneia a cabeça de forma positiva. — Certo, tem que estudar pra ficar bem inteligente.
Assim que entro em seu quarto, a ponho sobre a cama e vou procurar uma roupa. Mesmo sem querer, a briga de hoje volta a mimha cabeça.

Aquele idiota, bastardo, quem rle pensa que é para cancelar minha escola? O que vou dizer aos meus pais? Como vou pagar esse babaca?

— Está bravo com meu pai, não é? — como não queria mentir, apenas confirmo. — Ele é bravo.
— Percebi, bom, isso não me importa desde que ele te ame muito. — vejo um biquinho triste se formar em seus lábios.
— Meu pai não me ama. — diz baixinho. — Nunca vai me amar.
Decido parar o que estou fazendo e me sento ao seu lado.
— Como assim? — indago sem intender. — Ele parece te amar muito, ama tanto que quase não me deixa cuidar de você. - digo com um biquinho.
— A algum tempo atrás, eu ia pedir pra ele brincar comigo. No entanto, ele estava gritando é isso me assustou, mesmo com medo, e fui até ele é o abracei, queria que tudo que ele estivesse sentindo de mal, fosse embora.
— E então?
— Ele se afastou de mim, como se eu fosse um pequeno monstrinho. E começou a gritar dizendo que fui um erro, apenas um erro, e que por minha culpa, minha mãe tinha morrido.
Senti meu coração batrr apertado, e meus próprios olhos se encherem de lágrimas.

Como alguém tem coragem de dizer isso para uma criança?

— Ele estava fedendo a álcool, como todas as noites, mesmo assim, eu senti verdade em suas palavras. Então não, ele não me ama. — ouvir isso de uma criança de 5 anos é muito estranho e doloroso. — Jimin, você quer ser minha mãe?
— Oh, eu adoraria. — digo baixinho e beijo sua testa. — Não se preocupe, eu prometo que vou cuidar bem de você
Sobre o alfa rabugento, tenho certeza que lá no fundo ele te ama.
— Banho, Jimin. — começo a rir e confirmo.
— Vamos, senhorita.

[•••]

Depois de deixar Yon-Hee na sala, junto de sua professora, decido ir pra cozinha comer alguma coisa. Tentei de todas as formas ignorar tudo que escutei por parte da pequena ômega, mas as palavras dela ecoavam em minha cabeça, fazendo meu coração se apertar tanto ao ponto de me fazer chorar.
— Essa criança precisa de amor. — resmungo baixinho limpando as lágrimas que desciam sem parar.
— Precisa. — me assusto ao escutar uma voz de repente. — Olá, me chamo Jay. — me levanto rapidamente e me curvo para o mais velho.
— Eu me chamo Park Jimin, sou o babá da Yon-Hee.
— Soube disso. — sentou-se na cadeira ao lado da minha. — Sou o jardineiro da mansão, bom, na verdade, eu sou meio que o faz tudo. — rir de forma descontraída. — Obrigado, por cuidar da pequena.
Fico olhando os detalhes de sua face, o mesmo deveria ter pouco mais de 60 anos, já tinha cabelos grisalhos, linhas de expressão, pelo cheiro fraco deduzi que poderia ser um alfa.
— Não me agradeça, só fiquei porque ela pediu.
— Então ela fala com você?

Por que todo mundo fica surpreso com isso?

— Ela não fala com você? — indago de forma curiosa. — Ou melhor, parece que ela não fala com ninguém, nem mesmo com o próprio pai.
— Uma vez eu vi ela falando com uma rosa seca, apenas um vez, foi aí que eu soube que ela na verdade não era muda. — olho pasmo.
— Então ela não fala de proposito?
— Pelo que parece, sim. — rir de forma triste. — Talvez ela só fale com que ela confia e se sinta amada.
— Mas Yon nem me conhecia quando falou comigo.
— Jimin, as vezes não precisamos realmente conhecer as pessoas, para saber se são confiáveis ou não, e crianças tem certos dons.
— Pode me dizer o porquê do pai dela não gostar da própria filha? — indago em um tom sério.
— Isso já não tem mais aver comigo, confesso que trabalho aqui desde quando Min Yoongi era apenas um garotinho bem pequeno, o vi crescer. A família Min era umas das mais importantes na Coreia, viviam por dar bailes chiques nesta mansão.
— Percebo que aqui é bem chique. — digo olhando tudo.
— Uma tragédia, que não cabe a mim dizer, aconteceu... E eles decaíram. — ouço um barulho, eram passos pesados e apressados.
Fecho os olhos e fico prestando atenção no cheiro que está se aproximando, com toda certeza era bem forte, e não me deixa dúvidas é Min Yoongi.
— E... — paro de falar ao perceber que Jay havia ido embora. — Poxa.
— Que bom que lhe achei, estava procurando você. — a voz grossa do mais velho me arrepiou todo, não era de excitação, mas sim de receio.
— Posso saber o motivo?
— A próxima vez que entrar no meu quarto daquela forma, e agir como se fosse o dono da minha vida. Juro que você vai pagar muito caro. — me levanto imediatamente, e não escondo meu sorriso debochado.
— Que lindo! — bato palmas. — Continue, acho que o dono do mundo tem direito de falar e não receber nenhuma resposta, né? Continue. — sorrio de forma irônica.
— Pensa que está debochando, seu ômega miserável!
— Escuta aqui, eu sou filho de um alfa e uma ômega, do mesmo jeito que você é uma pessoa, eu também sou. Seu dinheiro não te faz melhor do que eu, sr. Min. — o olho nos olhos. — Você é um mal amado, e nada no mundo, nem a porcaria do seu dinheiro, vai mudar isso. Entenda, caráter, amor, carinho, união, nada disso tem em loja, você não compra, você conquista.
— Seu moleque! — gritou quase rosnando pra mim, tentando usar seu alfa interior, o que me fez rir alto.
— Ouse falar dessa forma comigo, que eu vou ter o prazer de ir pra cadeia, porque eu vou te transformar em um alfa castrado. — falo em um tom extremamente sério, mas no fundo eu queria rir muito disso. — Depois das aulas da Yon-Hee, irei levar ela em minha casa. Vou ver minha avó.
— Claro que não. — falou rápido, com os olhos vermelhos de tanta raiva.
— Eu não pedi permissão, estou lhe dando uma informação, vou levá-la lá, e depois vamos passear pelo parque, e tomar sorvete.
— Você tem sorte porque ela gosta de você. — fala pegando a carteira. — Ou creio que você já não estaria mais com esse sorriso debochado em sua face. — pega um dinheiro e me entrega, entretanto, eu não o pego.
— Eu não pedi dinheiro. — falo isso e saio da cozinha.
No fim de tudo nem mesmo consegui comer algo. Cheguei na sala, Yon-Hee estava tendo aula de inglês, apesar de não falar nada, apenas ouvir e escrever.
— Professora, já está terminando?
— Sim, ela só precisa terminar essa tarefa que passei, e fim. Aliás. — pega uma folha e me entrega. — Esse é o dever de casa, por favor, ajude-a a fazer.
— Certo.
Fiquei sentado apenas olhando a baixinha, ela era bem inteligente, e rápida. Após alguns minutos ela termina tudo, e logo a professora vai embora.
— Vamos sair, Yon, vou te apresentar a pessoa que mais amo no mundo. — digo animado.
— Obrigada. — dita baixinho e segura minha mão.
Por fim saio da mansão. Esse lugar tão grande e tóxico.

Ainda vou descobrir o que tem por trás disso tudo.

The Truth Untold (YoonMin-ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora