Capítulo Vinte e Quatro; (Penúltimo)

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Meu desespero continuou, não por mim ou por ela, não me importava em dar um fim em tudo isso e que minha vida fosse junto com a dela, eu não iria me importar, mas minha filha não tinha culpa, ela merecia ser feliz. Yon é tão pequena, e teve que sofrer tanto por culpa minha, por falta do meu amor por ela, não, eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com ela.

— Nossa filha. — digo em um tom baixo, notando que ela apenas franziu o cenho.

— O que tem? — perguntou em um tom de voz debochado. — Acha mesmo que eu irei deixá-la sair? Eu não me importo com essa fedelha.

— Ela saiu de você, como não existe nenhum sentimento aí dentro? Mesmo sendo um monstro, tenho certeza que se sente algo por ela. — murmurei, tentando resgatar um pouquinho de humanidade, mas sua risada escandalosa me demonstrou uma coisa, ela não tinha nenhum pingo de bom sentimento.

— Nunca quis. — Yin respondeu firme. — Nunca mesmo, quis abortar várias vezes, infelizmente as vezes que tentei não deram certo, e bom, nasceu. — revirou os olhos. — Meu corpo ficou horrível por um bom tempo, tudo culpa dessa pirralha, ela me deve muito. E se vamos morrer, que seja como uma família.

— Ela é apenas uma criança, não tem culpa de nada que aconteceu entre a gente, pensa um pouco. Deixe ela aqui, logo a polícia vai chegar e ela poderá ser adotada, eu não vou me mover, não vou te impedir, apenas deixe Yon sair. — pedi novamente. — Seja racional, Yin, ela é uma criança. — falo pela milésima vez.

— Não me importo. — ligou o carro, e aquilo me deixou nervoso.

Meu olhar foi direcionado para o banco de trás do carro, que era onde Yon estava, seria arriscado fazer alguma coisa com ela ainda dentro daquele carro, eu precisava que ela saísse, no entanto, estava desacordada ainda. Fechei os olhos, escutando aquela lunática acelerando o carro.

— Estou implorando. — falei em um tom mais alto.

— O grande Min Yoongi, um alfa extremamente forte e cheio de si? Está me implorando? — ela começou a gargalhar. — Te mandei cartas implorando para que desse uma olhada naquele projeto, eu também te implorei, Min Yoongi, e você nem ao menos olhou as drogas dos e-mails, ou respondeu as cartas. — berrou, batendo ainda mais forte no volante.

— Eu não tinha o porquê de olhar e-mails que você me mandava, esqueceu de tudo que fez comigo, caralho? — esbravejei. — Você destruiu a minha vida, destruiu toda a ideia que eu tinha de um amor, que na minha cabeça era real, você fez com que meu castelo se tornasse um castelinho de areia, e quando a maré subiu, tudo foi destruído. — meu lobo interior começou a ficar mais agitado, e conforme isso acontecia, estava perdendo o controle sobre ele.

— Não te custava nada ter aceito…ter olhado… — murmurou, pisando o pé no acelerador com um pouco mais de força.

Seu olhar estava perdido, olhando profundamente para aquele penhasco, não tinha dúvidas do que ela iria fazer, parecia estar mais insana do que já era. O pior é sentir seu ódio sobre mim, porque perdeu o “grande amor” da sua vida, se é que algum dia ela sentiu algo verdadeiro, por culpa minha.  

Despertei do meu transe quando escutei as sirenes da polícia, isso deixou ela desesperada, tanto a ponto de soltar o freio, pronta para acelerar e deixar que o carro caísse.

— Espero que ele tenha morrido. — ela diz em um tom baixo. — Espero ter acertado ele em cheio, sem chances de salvação.

— Ele está bem. — respondi, tentando ganhar sua atenção. — Ele está muito bem, e isso é um alívio, já basta a minha filha no meio dessa loucura, não quero que nada aconteça para o Jimin.

The Truth Untold (YoonMin-ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora