POV’s Min Yoongi
Estava olhando as estrelas, fumando um pouco para poder tirar um pouco daquele estresse que estava tentando me dominar pouco a pouco. Mas em meio às estrelas, o rosto que se fez presente em minha mente foi o de Park Jimin, seu rostinho rechonchudo e delicado, sua presença, seu doce perfume. Era como se nesse exato momento ele estivesse aqui, do meu lado.
Fechei meus olhos com força, e as imagens do seu corpo ao meu continuavam mais vividas do que nunca, algo como a culpa fez meu coração bater apertado. Eu não deveria ter tocado, mesmo quando ele pediu isso estando são. Solto a fumaça, e fico encarando novamente o céu.
— Eu não posso te trazer para o inferno onde eu vivo, Park Jimin. — murmurou. — Se descobrisse como sou…ainda estaria aqui? Eu ainda teria um nome pelo qual chamar, quando o “castelo de areia” estivesse se desfazendo? — me pergunto baixinho.
Meu coração começa a bater ainda mais forte, ao imaginar que em algum momento meus olhos iriam se abrir e ele não estaria ali.
— Não tenho um nome pelo qual posso chamar… — mordi meu lábio inferior. — Se te mostrar o meu eu verdadeiro, você teria medo de mim, medo das cicatrizes que estão gravadas em meu coração.
Senti meu ser me sufocando pouco a pouco.
— Meu destino é terminar sozinho…eu não posso te ferir com meus espinhos. — sussurro, mas paro de falar comigo mesmo, quando sinto seu cheirinho doce e sua presença.
Precisei coragem para dizer todas aquelas coisas, por mais que eu não me arrependa verdadeiramente de tê-lo tocado, eu não poderia continuar fazendo isso. Eu não posso me apaixonar por ele, não posso tocá-lo, ele sempre será uma rosa preciosa, que deve permanecer longe do meu alcance. E por mais que minhas palavras possam estar lhe machucando agora, esse é o melhor caminho.
Deixo-o ali na varanda e sigo para o quarto, decidido a dormir, entretanto, talvez isso fosse um pouco mais difícil agora, já que minha mente está cheia de coisas, respiro fundo, e fecho os olhos, sentindo Park se aproximar aos poucos, em seguida sinto suas mãos se envolverem em minha cintura.
Talvez por causa de sua presença ou do seu cheiro eu tenha me acalmado, acabei pagando de vez, em um sono muito profundo.
***
Ao abrir meus olhos, me encontro em um jardim, um enorme jardim bem verde e cheios de rosas azuis, arregalei meus olhos e esfreguei eles em seguida, tentando entender onde eu estava naquele momento. Vejo um vulto passando entre as flores.
— Quem é? — indaguei.
Seus passos estavam ainda mais distantes, parecia estar correndo em direção a algum lugar, decidir correr atrás dele. Corri o mais rápido que eu podia, mas não alcançava, não importa o quanto eu tentasse, não conseguia alcançá-lo.
— Por que está indo atrás dele? — uma voz feminina ecoou. — Se é de mim que sente falta, apenas eu posso te realizar. Ele jamais conviveria com o monstro que há dentro de você, cada vez que proferir uma palavra ruim, ele iria quebrar, como vidro e aos poucos não existirá mais.
— Do que está falando? — pergunto apressado.
— Seu toque vai fazê-lo desmoronar pouco a pouco. — ela continuou a dizer.
E antes que eu voltasse a perguntar para ela sobre quem ela estava falando, escutei uma risada. Meu coração aperta, eu conhecia aquela risada ,aquele perfume.
Consegui ver uma mãozinha rechonchuda puxar uma rosa azul, e no mesmo instante algumas gotinhas de sangue percorrerem pelo caule, ele tinha se ferido com os espinhos.
— Quem é você? — pergunto, encarando o rapaz, que por mais que estivesse se machucando, continuava a segurar aquela rosa com todas as suas forças.
— Você sabe meu nome. — foi a única coisa que ele me disse, e voltou a correr.
Quando tentei gritar por ele, minha voz não saiu, tentei correr mas meu corpo parecia preso naquele jardim, que aos poucos começou a desmoronar diante dos meus olhos.
— Por favor, me diga seu nome. —gritei, sentindo as lágrimas caírem. — Por favor…
— Ele vai continuar segurando aquela rosa. Ele vai continuar se machucando apenas para ficar ao seu lado, Yoongi. Porque você sempre vai ser alguém cheio de espinhos, que vai feri-lo pouco a pouco.
— Quem…eu não consigo… — sussurro ainda tentando me lembrar, mas não conseguia.
Meu coração estava gritando seu nome, no entanto, minha mente ainda parecia estar em branco, soluço baixinho. E à minha volta tudo se desfaz, como se fosse areia ao vento, e uma escuridão começa a tomar conta de tudo.
***
Acordei sentindo meu corpo trêmulo, minha vontade de gritar era tão grande que em minha garganta se formou um nó. Nada estava claro pra mim, não naquele sonho estranho, porém agora sei que aquele rapaz diante era Park Jimin, eu tenho certeza.
E aquela voz…aquela voz eu jamais iria esquecer, era Yin. Senti meu interior tremer de ódio, meu lobo interior ficou ainda mais agitado. Meu coração estava batendo tão rápido que mais parecia um tambor em festa, levantei da cama, colocando um casaco em seguida.
Sai do cômodo, indo primeiro para meu escritório, peguei uma garrafa de vodka e comecei a beber tudo de uma vez, assim que terminei de secar aquele, pego uma de whisky e volto a beber. Estava disposto a encontrar aquela mulher mesmo que fosse no inferno, eu iria encontrá-la e iria tirar a vida dela.
— Para com isso. — a voz de Jimin ecoou, e sinto sua mão segurar a minha, tentando me impedir.
Meu ódio estava me cegando, empurro seu corpo, para ficar longe de mim. O vejo no chão, me encarando.
— Já chega. Para de tentar brincar de casinha comigo. — grito. — Para de implorar por atenção. — estava completamente submisso a bebida em meu corpo, já não respondia tanto assim pelos meus atos.
— Para você. — ele gritou de volta, se levantando.
— Vai continuar querendo ser meu ômega? Está emocionado porque dormi com você, não é? — rir. — Isso só aconteceu por causa do cio, garoto.
— Não continue falando coisas das quais você pode acabar se arrependendo, Min Yoongi. — Jimin falou sério.
— Você é quem deve ficar quieto. Eu quero muito matar alguém nesse momento, então sai do meu caminho, garoto. — disse ainda.
Me preparo pra sair daquela sala, antes de acabar falando mais merda do que já falei, afinal, meu alvo era outra pessoa.
— Você não vai pra lugar nenhum. — ele me puxa, e me joga rumo a parede. — Eu não tenho medo de você nem do seu lúpus. — ele gritou ainda mais sério. — Pode me chamar do que quiser pra tentar me afastar, mas não vai conseguir. — ele falou ainda mais alto me encarando.
— Seu…
— Você é meu e eu sou seu. E não tem como voltar atrás. — ele gritou, e abaixou um pouco a camisa. — Você me marcou, alfa.
Arregalo os olhos olhando para aquela marca, senti meu coração bater extremamente rápido, minha mente ficou turva, e meu corpo gelado.
— Se tem tanto medo que eu me machuque. Então pare! Pare de tentar me machucar assim. — falou, com os olhos marejados.
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The Truth Untold (YoonMin-ABO)
Fiksi PenggemarQuando os caminhos são diferentes, não à muito o que fazer. Se alguém vive na escuridão, por motivos concretos de que a humanidade, é movida apenas pelo "poder", e que não a lugar para o amor, o que fazer? Assim vivi Min Yoongi, um homem de 28 anos...