Capitulo Seis;

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Apressei ainda mais os passos, meu coração estava batendo tão rápido que qualquer um podia ouvi-lo a distância, mordo meu lábio inferior e aperto a pequena ômega entre meus braços.
— Espera aí! — a voz soou firme. — O que um ômega lindo como você faz por essas bandas sozinho?
Respirei fundo, obrigatoriamente sentindo aquele odor horrível vindo dele, um misto de álcool, cigarro e o cheiro podre de alfa.
— Não estou sozinho, estou com uma criança.
— Uma ômega muito fofa, por sinal. — retrucou com um sorriso debochado, não parei, continuei andando.
A diferença era simples; ele era um alfa, mais forte, mais rápido, e não estava segurando nenhuma criança. Eu nunca desejei tanto que as horas voasse e que nesse momento já estovessemos em casa.
— Já disse para esperar, porra! — esbravejou segurando meu ombro com força, jogando-me para um local menos frequentado.
— Por favor, o senhor está claramente com um alto nível de álcool no sangue, não faça nada. — supliquei segurando firme Yon.
— Jimin-Oppa. — sussurrou, sua destra foi até minha bochecha limpando a lágrima que escorria ali.
— Não chora, bebê, você tem um cheiro incrível. — fechou os olhos e se concentrou no meu cheiro. — Não esteve no cio ainda? Quantos anos tem? 19? — sorriu ladino. — Pelo visto é virgem.
Minha cabeça parecia estar nublada, meus sentidos estavam perdidos e a única coisa que conseguia fazer era dar passos para trás, na tentativa falha de me afastar, e soluçar.

“Jimin, seja forte, pela Yon”

Coloquei Yon-hee no chão, atrás do meu corpo. Fechei minhas mãos com força, não importa se ele é um alfa, não importa se ele é mais forte que eu.
— Eu Park Jimin, definitivamente não irei deixar você machucar a Yon-Hee! — rosnei entre dentes, vendo o alfa apenas rir de forma irônica.
— Ui, adoro os bravinhos, é mais saboroso na cama.
Antes dele falar alguma outra besteira dei-lhe um soco forte, iniciando um briga corporal com o mesmo, lutando com todas as minhas forças.
— Yon-Hee, sai daqui! — gritei empurrando o cara.
Rezei internamente para que ela me escutasse e saísse correndo, olhei para a mesma e sorri, fiquei ainda mais feliz ao vê-la sair correndo.
— Seu verme desgraçado. — grito dando-lhe um chute forte na perna, na tentativa de correr também.
Mas antes que pudesse fazer isso, sinto meu braço ser puxado para trás.
— Onde vai gracinha, eu não deixei você sair. — ditou dando-me um soco forte, fazendo-me vacilar alguns passos.
Em seguida senti um soco na minha barriga, me causando uma dor insuportável.

“Não, eu não vou deixar ele abusar de mim. Ele não vai tocar em mim, apenas porque sou um ômega ”

— Me solta, inferno! — sai do aperto dos seus braços.
Mesmo que eu pedisse por socorre, sei que ninguém ajudaria, nem mesmo tem alguém passando por aqui. Meu corpo já estava dolorido por causa dos golpes que recebi, no entanto, não importa até que ponto eu tenha que brigar, eu brigarei.

“Pela primeira vez desde que te conheci, eu queria que você estivesse aqui Yoongi

— Larga ele, seu merda. — senti um arrepio por todo meu corpo ao ouvir aquela voz. — Não me faça repetir, porque eu realmente odeio isso.
— Não se mete, alfa babaca. — o alfa mais velho se afastou de mim e encarou Yoongi.
— Babaca? Você é o único babaca aqui. — se aproximou lentamente, erguendo as barras das mangas de sua camisa social preta. — Você estava aterrorizando minha filha, e tentando abusar do meu empregado, sabe o que faço com caras como você?
— Eu realmente não quero saber. Olha a sua estrutura física, acha que consegue me enfrentar, bastardo.
— Eu não acho nada, eu tenho certeza. — a voz de Min cessou-se quando o outro alfa lhe deu um soco. — Uh, bate como uma garota, agora e minha vez! — o moreno devolveu o soco, só que com maior intensidade fazendo o outro cair no chão.
— Seu merda! — esbravejou.
— Seguranças. — Yoongi chamou de forma tranquila. — Pode acabar com esse lixo, nem precisava fazer reciclagem, porque um desses não serve pra reutilizar.
Senti meus olhos ainda marejados, eu estava feliz por ele estar ali, por ele estar me defendendo. Fiquei feliz por um idiota estar me salvando, mordi meu lábio inferior.
— Ah, Yon-Hee. — tentei me levantar, gemi de dor. — Ela saiu correndo.
— Foi ela quem me apontou onde você estava. — ditou e me pegou no colo.
Meu corpo desligou naquele momento, não consegui formular nada, apenas ficar encarando-o, parecia outro alfa na minha frente, me carregando no colo.
— Ela estava desesperada. — resmungou. — Estava justamente vindo atrás de vocês, pela demora, e eu a encontrei na rua, tentando pedir ajuda a estranhos.
— Ela. — se antes meus olhos estavam apenas marejados, agora estavam inundados em lágrimas. — Ela estava tentando achar ajuda?
— Por um momento achei até que ela estava falando, mas quando eu perguntei ela apenas apontou, e eu vim. — olhou-me. — Você é corajoso, para um ômega, nunca vi isso acontecer antes, um ômega enfrentar um alfa, seria algo de outro mundo.
— Eu não ia deixar ele tocar em mim, eu preferia morrer, e muito menos deixá-lo tocar aquelas mãos nojentas na Yon-Hee! — esbravejo apertando seus ombros.
— Certo, mas agora você está machucado. — ditou simples, praticamente me jogando dentro do carro.
Suspirei. Com toda certeza o sr. Rabugento estava de volta, olho para o lado e vejo Yon com os olhinhos chorosos, abraço-a com força.
— Me perdoa, meu anjo, me perdoa. — sussurro. — Você é especial demais, não devia passar por coisas assim. — beijo sua testa.
A pequena se aconchega entre meus braços, e eu fico apenas lhe fazendo carinho.

[•••]

Fiquei no meu quarto sendo acompanhado por Yon, que insistiu em passar os remédios em meus ferimentos, em seguida a pequena sapeca me encheu de curativos com desenhos de coração e ursinhos.
— Yon, já está tarde, vai dormir. — beijo sua testa. — Vai dormir, huh?
— Certo. — se esticou e beijou minha bochecha. — Você é o ômega mais forte do mundo, e quando eu crescer quero ser igualzinha a você. — ditou, desceu da cama e saiu correndo.
— Obrigado. — sussurro.
Me ajeito na cama e tento dormir, entretanto, minha mente é invadida pelas imagens daquele alfa nojento, suas palavras, abri os olhos assustado, me deparando com Yoongi ali, parado, sem dizer nada.
— Sr. Min, precisa de algo? — perguntei já me levantando.
— Deite-se, apenas trouxe uma caneca de leite com chocolate. — me entregou. — Sei que não vai conseguir ter uma boa noite de sono.
— Sr. Min. — o olho. — Por que finge não gostar da Yon-Hee? Sabia que ela sente sua falta.
— Ela é uma consequência. Ela é traz todas as lembranças que tanto odeio. — seu olhar mudou de repente. — Eu não consigo olhar para ela sem sentir isso.
Antes que eu possa entrar em novas perguntas, ele apenas sai batendo a porta com toda sua força.
— Ela te ama muito, Yoongi, e você nem imagina o quanto ela sente sua falta. — sussurro encarando a porta. — É uma pena que você carregue tanto rancor. Está perdendo a chance de conhecer uma criança muito preciosa.
Sei que ele não irá escutar isso, entretanto, não quero deixar isso preso em minha garganta, quero dizer a ele.
— Qual motivo você tem para odiar tanto ela? Um bebê?! — indago-me baixinho.

The Truth Untold (YoonMin-ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora