—A cada vez que eu te vejo, você tem um hematoma diferente. Está tudo bem?
Essa foi a primeira coisa que Steve disse quando se aproximou de Anabel naquela manhã de quarta-feira. A menor levantou os olhos do livro que lia e sorriu para o engomadinho. Se desencostou da parede bege do corredor e fechou o livro deixando o dedo entre as folhas para marcar a página.
—Obrigada pela preocupação. É fofo. E sim, estou bem.
—Tem razão. Eu esqueço que você é "outra coisa". – fez aspas com os dedos e ela não pode deixar de rolar os olhos.
—Desculpe por não ter contado antes. – disse em um tom ameno.
—Não, tudo bem. Sério. Eu entendo. Mas, o que exatamente você é? – abaixou o tom de voz na última frase e se aproximou ainda mais dela para deixar aquele assunto apenas entre eles.
Ela lambeu os lábios incerta se deveria ter aquela conversa no meio do corredor mas não dava para esconder nada dele e dos outros que viram seu espetáculo visual no fim de semana.
—Acho que uma bruxa? – respondeu como uma pergunta sem saber realmente o que responder. Nunca parou para pensar como nomear o que era, mas segundo o popular e os livros, bruxa era um bom título.
—Bruxa!? – exclamou surpreso, mas em voz baixa. – Tipo, com pacto e tudo?
Ana riu. – Não sei do pacto. Mas quando eu menos esperava eu podia levitar e mover coisas sem as mãos. – respondeu e olhou um pouco além do moreno monitorando ao redor para saber se ninguém estava ouvindo aquela conversa estranha.
—Não brinca!? Você pode, tipo, voar? – era bem claro que Steve estava tão fascinado quanto Dustin. Não sabia se isso era bom ou ruim. Mas estava achando engraçado, de qualquer forma.
—Não ainda. – suspirou cansada.
O sinal tocou e todos os alunos se amontoaram para ir às suas salas. Ana se virou para seguir seu caminho também quando Steve segurou seu ombro levemente e a acompanhou.
—Me desculpe por não falar com você esses últimos dias. – franziu as sobrancelhas parecendo tímido.
—Tudo bem. Eu entendo. – ela sorriu sem ressentimentos e empurrou o maior de leve, que devolveu o sorriso leve.
E assim, sorridentes, cada um deles foi para a sua sala.
Era intervalo e Anabel podia sentir os olhos de Max pousados em si enquanto continuava sua leitura diária. Quando levantou os olhos, a ruiva desviou os seus e fingiu estar ouvindo a conversa sobre elfos e - bem Ana nem poda entender o idioma em que falavam, na qual Mike e Dustin lideravam.
—Max. – chamou a atenção da mais nova. — Quer vir comigo? – sinalizou para dentro da escola.
—Hm? Fazer o que? – balbuciou confusa.
—Vou no banheiro.
Por um momento, os garotos olharam estranho para elas e Anabel olhou de volta levantando uma sobrancelha desafiando-os a perguntar alguma coisa. Se levantou e Max o fez em seguida, e nenhum dos garotos perguntaram nada, no final.
Chegando no banheiro, Ana percebeu o quão nervosa a ruiva estava. Seus olhos não se focavam em algo por muito tempo, e parecia pronta para correr.
—Sabe. – a mais nova olhou para ela. – Eu aprendi um truque novo, e queria mostrar pra você.
—Pra mim?
—Max, não precisa ter medo. Eu ainda sou a Anabel, sabe? – sorriu e se sentou sobre a bancada da pia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bad Guy [REESCREVENDO]
ПриключенияAnabel viu sua vida agitada da cidade grande se converter em dias pacatos na cidadezinha onde seu primo morava. Mas os fantasmas do passado a perseguem e é necessário aprender a como se livrar deles. [Vou começar a reescrever algumas partes da histó...