Capítulo 4 ✅

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Conforme Billy dirigia, a chuva ia engrossando cada vez mais. A visibilidade era pouca e Anabel temeu que ele não a levasse de volta para casa. Ela ao menos sabia onde estava, a chuva formava uma cortina espessa e não conseguia diferenciar as ruas uma das outras.

— Vamos ter que ir pra minha casa. – Billy avisou em um suspiro.

Ela respirou fundo indignada com a situação, mas sabia que era melhor esperar o tempo melhorar. Mesmo não tendo problemas com o frio, Anabel sentia um arrepiou passar pelo seu corpo.

— Não vai ter problemas com seus pais? – perguntou enquanto passava as mãos pelas coxas, sentindo o tecido meio frio. Olhou para ele e percebeu seu maxilar travar por um momento antes de responder.

— Não. – respondeu simplesmente.

Assim como em quase toda a vizinhança, não havia muro e a casa era de um amarelo desbotado com portas brancas que viram dias melhores. Era o que Ana pensava já que não dava para ver muito na meia luz dos postes e a água que atrapalhava sua visão. Billy estacionou na frente da garagem fechada e saíram a passos rápidos para os fundos. A chuva chicoteava suas roupas com força, mas seu corpo era bem quente e não se incomodava. Diferente do loiro que se tremia enquanto ia para as portas dos fundos.

Entraram pela cozinha e, com sorte, qualquer barulho foi abafado pela chuva. Ana seguiu o maior de perto até seu quarto e mal prestou atenção no caminho. Ela respirou fundo assim que ele fechou a porta.

— Encantada. – comentou debochada ao ver revistas pornôs embaixo da cama muito mal escondidas.

Billy riu e chutou as revistas para mais longe. Ele tirou a jaqueta e a camiseta úmida. Anabel se manteve meio tímida sem saber o que fazer e ele não estava se importando muito, como percebeu. Sendo assim, tomou a liberdade de mexer em seu armário e buscou por alguma camiseta grande para usar durante a noite e tirar a calça jeans.

— O que 'tá fazendo?

— Pegando uma roupa. Duh. – disse como se fosse óbvio.

— Eu não sou seu namorado, princesa. Não pode vestir minhas roupas.

Apesar do que disse, o loiro continuava ao pé da cama observando a menor passar a mão pelas suas camisetas no cabide.

— E quem vai me impedir? – ela olhou por cima do ombro com um brilho nos olhos que Billy sabia reconhecer muito bem antes de uma briga.

Ele se aproximou e Ana mediu ele com os olhos esperando alguma gracinha, mas ele apenas abriu uma gaveta e logo tirou uma camiseta grande. O que não era difícil, dado a diferença de tamanho entre os dois. Ana olhou a camiseta preta com uma estampa do Metallica desbotada.

— Especialmente pra mim? – sorriu e ele bufou com um sorriso torto.

— O banheiro está no corredor.

Billy explicou onde ficava o banheiro e Ana foi ligeira em ir e voltar rápido temendo que os pais dele acordassem. Quando voltou, o quarto estava em meia luz, sendo iluminado apenas pelo abajur ao lado da cama. Com tanto contraste, ela percebeu o quão bagunçado era o quarto. Ainda havia caixas da mudança encostadas em uma parede. Billy já estava deitado e havia trocado os jeans por uma calça e uma camiseta também larga. Notou bem rápido que não havia outro lugar para deitar a não ser ao lado dele.

— Eu vou dormir aqui? – apontou para a cama só para ter certeza.

Ele abriu os olhos e Anabel percebeu o quão azul eram seus olhos mesmo na penumbra.

— É claro, princesa. A não ser que queira dormir no chão.

— Grosso. – resmungou enquanto se sentava na beira da cama e ouviu uma risadinha sacana dele. Se virou e viu quando ele passou a língua sobre os dentes. – Cala a boca.

Bad Guy [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora