Bad Guy [REESCREVENDO]

Capítulo 5

Anabel suspirou olhando para a lousa e voltou os olhos para o caderno onde rabiscava outra paisagem genérica. A voz do professor ressoava por toda a sala fria e havia uma sensação meio mórbida por todo o silêncio dos alunos. Espiou ao redor e notou bem rápido alguns dormindo no fundo da sala. Esticou as pernas e se voltou para a frente ignorando todo o discurso indiferente do professor.

Finalmente o sinal bateu. Todos saíram sem pressa a caminho da próxima aula. Anabel arrastou a sola do tênis e encarou os cadarços sujos.

—Hey Ana! – ouviu por entre os passos dos outros estudantes. E se virou em direção a voz.

—Hey Steve. – cumprimentou e caminharam juntos.

—Ficou tudo bem depois da festa? – ele perguntou meio sem graça e ela sorriu.

—Sim. Peguei uma carona, não se preocupe.

—Com quem?

—Com Billy. – respondeu naturalmente mas viu o retorcer no rosto de Steve.

—"Com Billy"? – zombou com um sorriso incomodado.

—Ué, o que que tem? – se fez de sonsa, porque sabia qual o problema mas não se importava com essa implicância que os dois tinham.

—Ele não é uma boa companhia. – respondeu depois de bufar.

—Não se preocupe. Ele não vai mexer comigo. – o assegurou chegando em sua sala.

Deixou o rapaz para trás indo até o fundo para se sentar. Logo abriu seu caderno para terminar a paisagem enquanto os outros alunos ocupavam as mesas ao redor. Desenhava uma árvore quando puxaram uma mecha do seu cabelo solto. Já sentiu o sangue ferver e se virou para ver Billy na cadeira ao lado.

—Bom dia princesa. – sorriu de lado.

—Dia. – respondeu voltando os olhos para o desenho.

—O que está fazendo? Me desenhando? – perguntou presunçoso se apoiando nos braços sobre a mesa.

—Não vai ficar magoado se disser que não, vai? – perguntou sínica dando uma olhadela.

—Você não quer dar uma volta depois das aulas?

—Me convidando para um encontro? – se virou fingindo surpresa.

O loiro riu e passou a língua entre os dentes.

—Eu não quero te iludir. – a garota riu mas tiveram que interromper a conversa pela chegada do professor.

No fim das aulas, Anabel deslizava devagar com o skate na calçada indo para a mecânica. Deveria concertar um carro até o dia seguinte. As vezes Harry podia ser bem ruim quando queria, e não estava afim de ter seu salário descontado. Ouviu o ronco de um motor quase ao seu lado e sabia que era Billy.

—Uma carona?

—Não pra sua casa. – respondeu dando mais impulso no skate.

—Entra aí, te levo pra onde quiser.

Anabel parou e encarou os olhos azuis.

—'Tá. Vamos para a mecânica lá do outro lado da cidade.

Foi dizendo enquanto abria a porta do Camaro azul e entrava.

—O que vai fazer tão longe?

—Trabalho lá. – respondeu buscando um cigarro na mochila.

Tirou um filtro do maço e procurou um isqueiro. Vasculhou os bolsos e não achou, talvez tenha esquecido no quarto.

—Tem um isqueiro?