Capítulo 11

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Anabel sentou sobre uma pedra e deixou os pés descalços dentro da água. A calça estava dobrada no meio da panturrilha e pegava algumas pedrinhas para arremessar sobre a água quase inerte do lago. Do outro lado da margem, a cabana estava meio escondida pela vegetação e a garota sempre olhava para lá esperando que alguém aparecesse.

—Que lugar incrível. – resmungou Billy com tédio.

—Senta aí e aproveita. – a menor segurou sua mão e puxou para que ele se sentasse ao seu lado na pedra. – Tem um cigarro?

Billy bateu no bolso da calça e encontrou um maço, mas só um cigarro. Ele colocou entre os lábios e acendeu. Deu uma tragada e deu para a menor.

—Você sendo gentil é tão fofo. – comentou sorrindo.

—Cala a boca. 

Ele tirou os coturnos e dobrou a barra da calça. Colocou os pés na água e os balançou. Anabel olhou seu perfil e sabia que gostava da presença dele porque parecia algo familiar. O jeito que ele se vestia, a forma como se comportava, era como ter Nova York perto novamente.

—De onde você veio? – perguntou depois de assoprar a fumaça para cima. Mesmo sabendo a resposta, decidiu que seria melhor ficar "sabendo" por ele.

Billy voltou sua atenção para ela e seu cabelo meio cacheado balançou. Ana reprimiu um sorriso mas não deixou de passar a mão no cabelo dele o tirando da frente de seus olhos. Ele ainda ficou um instante meio perdido. Tinha que admitir que era raro alguma garota se aproximar sem ser por interesse em andar de carro ou sexo.

—Hm. Califórnia. 

—Isso explica o bronzeado. – riu tragando mais uma vez.

—E você?

—Nova York.

O loiro riu e estendeu a mão pegando o cigarro dela.

—A patricinha está longe de casa. – zombou e ela riu junto. Viu ele assoprar a fumaça para o outro lado.

—Por favor, não me chama assim. – fez careta e esticou as pernas. – E você também. Não tem nenhuma praia aqui pra você.

—Como sabe que eu surfo? – ela riu e pegou o cigarro.

—Você acabou de me dizer. 

Billy riu balançando a cabeça por ter se entregado sem mistério nenhum. Entrementes, Anabel ouve o motor de carros se aproximando e se virou para vê-los passar na estrada. O Camaro estava estacionado ao longe da água no meio da trilha até o lago, era possível vê-lo da estrada. Mas os carros não passaram e sim, pararam. A castanha tirou os pés da água esperando que talvez os donos do lugar os tirassem dali. Porém, quem apareceu não parecia ser dono de nada.

—Fica aqui. – mandou saindo em seguida.

O rapaz estava de jaqueta e calças pretas segurando algo entre os dedos. Graças a vegetação, pode se camuflar e se aproximar sem chamar atenção. O cara estava de costas, já que o carro estava virado para a saída, e Ana sacou seu canivete automático. A um passo de distância dele, pressionou a lâmina em sua costela.

—Não pode ficar com o carro. Ele é meu. – disse baixo segurando em sua jaqueta.

O rapaz deu um leve sobressaltou e soltou os arames que tinha na mão para tentar abrir a porta. Engoliu em seco e levantou as mãos.

—Bella? – balbuciou hesitante.

—Jacob? – soltou o maior e ele se virou revelando o rosto tão conhecido.

Bad Guy [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora