Capítulo 2

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Boooom dia, meus amores, bom dia! Tô chegando com mais um capítulo e gostando de ver que estavam bem animadas no anterior. Espero que gostem. Cameron e Noah eram muito fofinhos mais novos né?

 Cameron e Noah eram muito fofinhos mais novos né?

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5 meses antes

Cameron

Eu percebi que meu dia não seria bom, no minuto em que coloquei o pé para fora de casa e pisei numa poça nojenta. Senti meu coração errar uma batida porque tinha acabado de tirar aquele scarpin pink novinho de dentro da caixa. A culpa era de quem? Minha, exclusivamente minha, claro. Devia imaginar que a rua estaria cheia de poças já que choveu durante a madrugada inteira, mas sinceramente, eu era um zero à esquerda. Parecia até que carregava um imã pendurado no meu pescoço que me atraía para todos os tipos de problemas e idiotices. Não havia nenhuma outra explicação.

Eu nem pude voltar em casa e limpar meu sapato, pois estava atrasada, como quase todos os dias da minha vida. Trabalhava na redação da Pop Magazine, uma revista que nem eu entendia como ainda estava em circulação, de tão ruim que era. Aquele tipo de conteúdo cheio de fofoca inútil e zero contribuição à sociedade, mas eu não podia julgar, pois precisava pagar minhas contas. Não há problema algum ter um emprego que detesto, sendo que foi o único que consegui depois de sair da faculdade de Literatura.

Durante meu primeiro ano, cheguei a pensar que um dia mudaria de cargo, que trabalharia com algo mais emocionante, mas não aconteceu. Em trinta meses, tudo que consegui foi sair da seção de horóscopo para a de anúncios. Muito motivador. Então eu me enchia de muito café durante o expediente, acompanhava meus colegas fumantes à área reservada para isso, mesmo que eu não fumasse — só queria esticar as pernas —, e passava muitas horas do dia assistindo vídeos de maquiagem, porque se tinha algo que realmente me fazia feliz, era passar reboco na cara. Fiz até alguns cursos de maquiagem profissional, mas não tinha coragem de me arriscar a trabalhar com isso porque fui condicionada desde pequena a estudar e arranjar um emprego estável.

Bem, chegou o momento de dizer que a instabilidade me alcançou. Fui demitida. Jogada no olho da rua. Levei um pontapé na bunda. Tá bom, tá bom, não foi exatamente assim, a empresa só precisou mandar uma dúzia de pessoas embora e eu fui contemplada para estar entre elas. Lembra quando falei que o dia não seria bom?

Eu cheguei dez minutos atrasada, corri igual uma pata manca para atravessar o sinal e não perder mais alguns preciosos minutos, e tudo isso para nada. É preciso muito equilíbrio e concentração para correr em cima daqueles saltos que eu usava pra trabalhar, além de fôlego, que não era meu ponto forte, portanto, o medo de torcer o pé foi bem real.

Mas voltando ao que importa, cheguei na redação e me joguei naquele cubículo que ocupei por tanto tempo, depois de cumprimentar o pessoal. Eu vi quando Lauren, a mão de vaca que trabalhava na baia da frente, escondeu o muffin que estava comendo, porque ela sabia que eu pediria um pedaço. Em minha defesa, eu raramente conseguia tomar café da manhã porque quase sempre acordava atrasada.

A GAROTA DELESOnde histórias criam vida. Descubra agora