Capítulo 19

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Humilhação

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Humilhação. Era a palavra que se desenhava diante dos meus olhos quando pensava em tudo que fiz na noite passada. Vergonha. Decadência. Mais humilhação.

A vontade era sumir do mapa e nunca mais olhar para o ser humano que dividia o apartamento comigo. Eu não vi Marco na manhã seguinte porque ele tinha voltado para casa bem cedo, mas encontrei com Noah na cozinha e a vergonha logo me abateu. Precisava concordar com todos aqueles avisos sobre estar alcoolizada e tudo mais, porque sim, era verdade que quando eu bebia, eu ficava muito mais desinibida do que costumava ser. Não que eu me arrependesse do que fiz, pelo contrário, havia gostado bastante, mas a vergonha continuava presente, querendo ou não.

— Bom dia — murmurei para as costas dele, que estava batendo seu shake nojento.

Meu amigo olhou por cima do ombro e piscou, mas quando me sentei, sentindo minha cabeça latejar como se fosse pisoteada por duendes invisíveis, Noah desligou o mixer e se aproximou de mim. Logo senti seu perfume e fiquei nervosa por imaginá-lo pelado e todo cheiroso.

— Bom dia, pimentinha. — Suas mãos se apoiaram nos braços da minha cadeira e ele se curvou para beijar minha testa. — Acordou bem?

Tentei esconder meu rosto com os cabelos soltos e evitar fazer contato visual. Por quanto tempo eu conseguiria permanecer assim, de cabeça baixa diante de Noah? Um mês, talvez? Suspirei quando percebi que ele esperava uma resposta e encarei o vasinho de flor no meio da mesa.

— Se por bem você se refere a uma britadeira funcionando dentro do meu cérebro, então estou ótima.

Cometi o erro de erguer o rosto e o vi sorrindo, todo lindo e charmoso, e poxa vida, por que eu estava tão derretida daquele jeito? Bastou ver um pênis para querer me apaixonar? Sou tão fraca assim, meu Deus?

— Marco não acordou muito diferente — Noah comentou, olhando-me nos olhos. — Acho que eu era mesmo o mais sóbrio de ontem.

— Grande porcaria, senhor adulto.

Ele gargalhou e se afastou, indo pegar sua bebida gosmenta e a colocando dentro da garrafinha gourmetizada de gente fresca que pagava o triplo do preço por um produto que cumpria a mesma função de um que custasse três libras.

— Nenhum arrependimento, né?

— Muitos — respondi, vendo-o erguer a sobrancelha e abaixei a cabeça sobre a mesa, encostando minha testa na madeira. — Eu quero morrer. Nunca mais vou beber.

— Cameron, está falando sério?

Ouvi um barulho bem ao meu lado e só virei o rosto, para ver Noah se sentar na cadeira que colocou bem ao meu lado. A testa dele estava franzida e eu vi o olhar de preocupação que me direcionava.

— Era esse o meu medo, pimentinha. Que você ficasse mal quando se arrependesse.

— Não é tão grave — falei, porque sabia que ele podia se culpar. — Talvez seja exagero meu, só estou envergonhada. Acho que me aproveitei de vocês dois ontem.

A GAROTA DELESOnde histórias criam vida. Descubra agora