Uma pequena bailarina de sapatilhas cor de rosa corria pela casa. Eu só observava com um sorriso, tentando não me queimar ao segurar a xícara de chá.
Camomila tinha sido meu favorito nos últimos tempos, mas não refletia muito a situação em casa, está que era no mínimo caótica.
Com os cabelos soltos e brilhosos, Sonmi de doze anos gritou para o teto. - Pai, quando vamos sair? Não aguento mais ficar entre essas paredes!
- Está doente e ainda por cima de castigo, sem condições de ir lá pra fora. - digo ao olhar todo o corpo que estava recheado de bolinhas vermelhas.
Pegará catapora.
- Mas eu não saio de casa a mais de quatro dias e nem estou indo pra escola! Isso é privação sobre meus direitos como um ser humano. - tenta fazer um discurso mal-humorado, mas no meio do caminho já se perde e começa as coçar a bochecha.
- Sem coçar! - grito e ela automaticamente levanta os braços em movimento de rendição.
Coloco minha xícara na mesa e me aproximo dela com uma pomada, aplicando a quinta ou sexta camada do dia. - Não pode coçar, se não vai ficar com cicatrizes, daí ninguém vai querer casar com você.
Ela resmunga baixinho. - Quem disse que eu queria me casar? - e quando me olha com os olhinhos amendoados, ainda me repreende. - Sou muito jovem pra isso!
Já tendo passado o creme em suas bochechas, eu zombo. - Não quer se casar? Nem mesmo com o Jongyul?
Minha filhinha ao ouvir o nome do amigo de infância, já cora todinha e devo dizer que complementando com as bolinhas vermelhas, seu rosto ficou parecendo um morango.
- Nada a ver! Eu só vi ele nas férias e a gente nem é tão próximo. - tenta se justificar, mas é uma justificativa completamente boba, porque eu era o pai dela e sabia muito mais.
- Aé, nem são tão próximos? Então posso saber porque os dois estão com catapora ao mesmo tempo? Sendo que eu disse repetidamente para ficarem longe um do outro no fim de semana passado? - levanto a sobrancelha, zombando dela e ela se deixa facilmente abalar pois faz uma careta.
- Foi apenas um abracinho... - murmura ao fazer biquinho.
- Só um abracinho entre uma menina doente e um menino saudável. Agora os dois estão doente e Sonmi vai ficar de castigo por um bom tempo. Eu avisei que não podia. - Falei sério, pois eu tinha que manter a pose. Não podia me deixar manipular por uma menina de doze anos que se fingia de bebê.
Não podia ser frágil que nem Jungkook.
Essa pequena manipuladorazinha vendo que sua tática não funcionou ainda não dá o braço a torcer e troca para outra.
Vendo ela botar os braços na cintura e me encarar com o queixo erguido só consigo pensar: Eu não sei de quem ela puxou essa teimosia!
- Talvez tenha sido melhor assim, Pai! Uma hora ou outra na vida Jongyul ia pegar catapora e talvez aquele tenha sido o momento certo. Ele vai ficar muito melhor agora tendo pegado como criança, olha o papai como tá sofrendo!
Mordo a língua com a audácia da criatura ao ver ela apontar para meu quarto e de JK. Como eu devia responder a isso?
Solto um longo suspiro. - Minha criaturinha egoísta, que tal paramos de discutir e irmos ver como o papai tá?
Ele faz beicinho, está muito contragosto a ser chamada de egoísta. Mas com uma disposição que uma criança doente não deveria ter, ela corre pra cozinha.
Traz consigo uma bandeija que continha a canjica que preparamos. Todos da casa já tinham comido, só faltando JK.
- Devagar. - digo pra ela que tentava andar rápido demais.
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Fanfic•abo• •Jikook• •obra de minha autoria• Onde Jimin tem que lidar com o marido militar que é ausente e os pais que o reprendem pelas escolhas que tomou na vida. Mas bem, Jimin não podia chorar agora, pois esse já era o papel da criança de um ano...