A reunião

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Quando Loli saiu com Nicky da Global TV não largou a mão do menino em nenhum momento. Não conseguia deixar de lembrar do que tinha acontecido mais cedo quando ele tinha sumido. A produtora nunca tinha passado por uma sensação tão desesperadora antes e a incerteza de não saber onde o afilhado estava a corroeu por dentro. Ao vê-lo bem só pensou em abraçá-lo e verificar por si mesma se estava tudo bem com ele.

Felizmente o susto havia passado, no entanto a produtora ainda sentiria esse medo por muito tempo. Se não fosse pelo apoio que recebeu de Rafael ela nem saberia por onde começar a procurá-lo e apesar de tudo o que o presidente lhe disse ela sentia a necessidade de se preparar mais para a chegada do bebê. De repente se viu tomada por esse sentimento de cuidado e apesar de ser algo novo para ela, Loli finalmente conseguiu compreender muitas coisas que Mariana lhe falava sobre a maternidade.

— Nickytron. — ela falou com o afilhado assim que eles entraram no Uber. — Vamos combinar uma coisa?

— Combinar o que madrina? — o menino perguntou.

— Que tal deixar só entre a gente o seu sumiço hoje na Global TV? — Loli propôs a Nicky. A produtora morria de medo de que Mariana descobrisse o que tinha acontecido na emissora.

— Você quer que eu minta para a minha mãe? — Nicky indagou. — Ela me disse que é feio mentir.

— Mentir é uma palavra muito pesada. — a mulher tentou convencer o afilhado para que a ajudasse. — Seria omitir essa parte do passeio e não comentar sobre o seu sumiço.

Loli tentou explicar para Nicky a diferença entre mentir o omitir durante o resto do trajeto. A mulher rezava para que o menino a compreendesse e não contasse nada para a mãe pelo menos até que a produtora tomasse coragem de contar para Mariana tudo o que tinha acontecido na emissora. Entretanto, a primeira coisa que o afilhado fez assim que chegou em casa foi lhe contar sobre a sua pequena aventura na Global TV. Contou tudo inclusive que tinha se juntado ao grupo de uma escola para uma tour pela emissora até a chegada de Loli chorando e o abraçando.

— Eu não soube o que fazer quando me dei conta de que ele tinha sumido. — a produtora comentou com a voz embargada só de se recordar do que tinha acontecido. — Eu achei que nunca mais fosse encontrá-lo.

— Já passou. — Mariana tentou tranquilizar sua amiga com um abraço. Ela compreendia perfeitamente como ela se sentia. — Respira fundo e fique calma que toda essa agitação não faz bem para o bebê. Além do mais está tudo bem com Nicky.

— Você não está com raiva? — Loli questionou e a amiga respondeu que não. — Não está com nem um pouco de raiva por eu ter perdido o Nicky?

— Eu diria preocupada. Mas por que eu sentiria raiva? — a mulher indagou. — Você sempre foi a melhor madrinha para os meus filhos. A única pessoa no mundo que eu confio para cuidar deles caso algo aconteça comigo.

— Como você tem tanta certeza disso? — a produtora perguntou. — De que eu sou a melhor opção para cuidar deles? Eu me senti tão perdida e não sei o que teria acontecido se não fosse Rafael me ajudando a procurá-lo.

— Rafael te ajudou? — Mariana quis saber. — Quero saber mais sobre isso.

— Ela até chamou o tio Rafa de Rafael e o abraçou quando me encontraram. — o menino disse. — Porque aquele dia no Parque Griffith ela só o chamou de senhor irritante e de senhor Contreras.

— Hombre deja de andar de chirinolero. — Loli repreendeu o afilhado. — Enserio, eso te va hacer daño en tu alma en tu hígado. Medita.

— ¿Llamaste a Rafael de Rafael? — Mariana estava surpresa com o que tinha escutado.

As ondas de WaikikiOnde histórias criam vida. Descubra agora