thirtieth

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✨ Nour POV ✨

A biblioteca parecia pequena enquanto eu andava de um lado pro outro esperando Hina, eu havia mandado uma mensagem para ela pedindo que viesse até a biblioteca e dizendo que era urgente, ela já deveria estar aqui.

O barulho da porta abrindo fez com que eu olhasse para a mesma vendo Hina entrar enquanto mexia no celular desiteresadamente, a japonesa olhou em volta e sorriu quando me viu.

— aloha Nour — Hina disse vindo até mim e me abraçando — por que me chamou aqui?

— precisamos conversar sério — falei me soltando dela e Hina me olhou assustada, peguei o envelope que estava dobrado no meu bolso traseiro e mostrei pra ela — conhece esse envelope?

Hina engoliu em seco, respirou fundo, olhou pro chão, brincou com a barra do uniforme antes de abrir a boca pra responder mas a fechou em seguida.

— sabe que eu me preocupo com você — falei indo até a mesa e me sentando — eu quero a verdade, quando isso começou?

— há alguns meses, foi depois da festa de boas vindas — ela respondeu cabisbaixa.

— porque não falou pra ninguém? — perguntei pegando na mão dela que já estava sentada na minha frente.

— não queria que vocês se preocupassem, tudo tava dando tão certo pra todo mundo, não queria atrapalhar — Hina disse e eu respirei fundo

— acho que você esqueceu do código de amizade — falei — tem alguma ideia de quem pode estar fazendo isso?

— eu não tenho certeza, mas no meu primeiro dia aqui eu sem querer tropeçei na Taylor e o meu lanche meio que ficou todo em cima dela — Hina disse e eu fiz uma careta — ela me chamou de "chinesa de merda" eu tentei explicar que eu era brasileira e que meus pais eram japoneses mas ela só falou um "tanto faz" e foi embora brava, alguns dias depois eu recebi o primeiro bilhete.

— e o que você fez? — perguntei e ela respirou fundo

— eu fiquei triste, chorei e me senti mal mas eu me acostumei e agora nem doi mais — ela deu de ombros — tá tudo bem Nani, não precisa fazer nada

— você sabe que a minha vontade agora é de denunciar a Taylor pra polícia né?! Xenofobia é crime Hina — falei revoltada e ela negou freneticamente

— não, você sabe como isso é, eu mal passo tempo com os meus pais e a gente brigaria por isso, além do mais eles me tiraram dessa escola e você sabe que eu amo estudar aqui — Hina disse se levantando — por favor respeita isso okay? Eu tô bem, isso não me afeta.

— Hina — choraminguei

— não, isso é um problema meu e sou eu que vou resolver — Hina disse antes de andar em direção a porta. — por favor respeita minha decisão.

Foi tudo o que a garota disse antes de sair decididamente da sala.

O pior tipo de pessoa pra ser ajudada é o que não quer ajuda, mas se ela acha que eu vou desistir assim tão fácil está redondamente enganada.

Taylor Hatala que me aguarde porque o halloween pode ter passado mas ainda tenho tempo de fazer algumas travessuras.

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