PALAVRA DA ESCRITORA
Hello de novo! Agora fico devendo só mais dois capítulos para terminar com nosso romance. Espero que UAR tenha proporcionado muitos sentimentos. Como esse capítulo 35 é bem curtinho vou postar o penúltimo logo em seguida. Fiquem ligados! Boa leitura.
Li
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Exatamente às 16h, um helicóptero militar pousou no gramado do terreno. Após uma longa despedida de Casilhas e sua família, entramos na aeronave com a esperança de que finalmente pudéssemos voltar a viver nossas vidinhas pacatas. Eu olhava para minha tia e podia ver em seus olhos a alegria. Suas gemas marrons brilhavam incessantes, e eu me senti ainda mais feliz em saber que ela estava assim.
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Ao nos aproximarmos do heliporto do palácio, vi a rainha e o rei, ambos em trajes civis e sem luxo algum, virem correndo saudar o neto. A mulher, de mãos unidas como se agradecesse a Deus, chorava de alegria em rever o menino. E quando enfim tocamos o solo e a porta foi aberta, desci com pressa, querendo terminar com sua angustia e saudade.
— Max... Meu netinho — ela veio até nós de braços estendidos. — Como eu estava com saudades.
Eu o entreguei para a avó e para o avô. Ambos emocionados em reencontrar o pequeno.
— Obrigada por cuidar dele — ela disse entre lágrimas. — Obrigada.
Assenti com a cabeça e caminhei ao lado de minha tia para a nossa casinha.
— Lia, Francisca? — a rainha nos chamou. — Hoje vocês são nossas hóspedes.
Eu e minha tia nos olhamos confusas, sem entender o que ela queria com tal atitude.
— Lia... Eu sei do seu envolvimento com o meu filho — ela tocou direto no ponto em voga. — Não posso dizer que aprovo completamente, mas também não posso afirmar que sou totalmente contra. Entenda que Albert foi criado para se envolver com pessoas...
— Da realeza? — completei, notando seu embaraço.
A rainha me olhou de cima a baixo com um olhar indecifrável e pensou por alguns instantes, nos deixando num silêncio incomensurável.
— Não leve pelo lado pessoal... — eu não sabia se dava ouvidos a ela ou se simplesmente relevava tudo aquilo.
— Tudo o que minha esposa quer dizer — o rei começou, diante de um momento tão delicado. — É que conhecemos o filho que temos e confiamos em suas escolhas. Não é à toa que ele logo será nomeado rei de toda essa nação.
— Sei... — respondi sem graça, ciente de que o pobre rei tentava conter uma situação descontrolada. — Ainda não consigo entender por que existem tantos conceitos e pré-conceitos ditando as regras de nossas vidas...
— Com essa língua, certamente você nasceu para a política — a rainha sussurrou, dando atenção ao neto.
— Tomarei isso como um elogio.
— Fiquem conosco no palácio — o rei interviu antes que o trem descarrilasse de vez. — Por favor.
Por um segundo pensei em retrucar. A rainha ainda tentava "me engolir". Talvez achasse que eu era pouca coisa para um futuro rei, mas sem querer acabar com aquele clima de festa, concordei, buscando apoio no olhar cansado de minha tia.
— Sim... — suspirei. Se eu quisesse ter uma relação séria com Albert, eu teria que engolir sua mãe.
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Após nos instalarmos, dona Francisca correu para a cozinha, pois o local estava sem seus funcionários. Por incrível que pareça, a rainha tinha pedido para que ela não trabalhasse e desfrutasse da sua estadia, mas teimosa, ela foi preparar o jantar e eu fui junto dela.
— Isso não é estranho? — perguntei cortando algumas batatas.
— O quê?
— Ah... Essa gentileza toda — dei de ombros.
— Conheço a rainha há muito tempo e ela está realmente querendo ser gentil. Se não fosse sua intenção, certamente nem estaríamos aqui.
— Ainda assim, tia...
— Lia... Curta... Aproveite — ela me olhou, tocando meu rosto. — Pense em Albert... Logo ele estará aqui.
— E não entra na minha cabeça que a mãe dele não concorda que eu me relacione com ele — cruzei os braços, irritada.
— Não liguei pra isso — ela beijou minha testa. — Quem vai escolher com quem ficar é ele, não ela...
— Que bom — ri descruzando os braços e voltando às minhas tarefas.
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No silencioso jantar, numa pequena mesa da cozinha, a própria rainha se incumbira de alimentar o neto e confesso que ri, pois ela não levava o menor jeito com crianças.
— Se a senhora precisar de ajuda...
— Eu sou a responsável por todos os abrigos desse país, acha mesmo que não sei lidar com meu próprio neto? — sempre uma adorável senhora. — Obrigada, mas não preciso da sua ajuda.
O que eu podia fazer além de rir? Ela estava nitidamente perdida e muito provavelmente nem comida para Albert ela havia dado. Enquanto continuava com sua pose de durona, Max fazia o favor de jogar toda a comida para fora do prato sujando a linda e limpa roupa da vovó.
— Essa rainha é meio doida — eu dava banho no bebê que, de tão sujo, precisou de muito mais que uma simples troca de roupa. Minha tia me acompanhava. — Imagine se ela precisar trocar uma fralda? — gargalhei. — Imagine a vovó trocando sua fralda, amor?
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Um Amor de Recomeço
RomanceQuando recebe o convite empolgado de sua tia para viver com ela num país distante, Lia não fazia ideia do que encontraria ao cruzar o oceano. Ainda tentando superar grandes perdas e o fracasso profissional, ela vê o convite como a oportunidade de co...