Capítulo 7

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Quando cheguei ao palácio, com o lindo dia ainda rolando, pensei que a melhor coisa a fazer seria dar uma voltinha por aqueles majestosos jardins. Minha tarde era livre e a tal balada só começaria bem pra noite, por isso não custava conhecer melhor a propriedade. Os portões da entrada se abriram e eu acenei para um dos porteiros e para os guardas que ali estavam. Fardados de azul marinho, eles conversavam despreocupadamente sem me dar muita bola. Atravessando o grande pátio e passando pela lateral da residência, me deparei com um caminho que levava ao labirinto de sebes e ao lago que eu tinha visto no dia anterior.

— Que ma-ra-vi-lha! — exclamei estupefata.

Não tinha como não admirar todo o cuidado daquele lugar. Tulipas de várias cores enfeitavam todos os cantos, suas nuances sendo quebradas somente pelo verde das plantas. Garças, patos e outros bichos passeavam tranquilamente, e eu admirei sem ter uma ideia concreta de qual seria o tamanho de tudo aquilo.

— Estou num sonho... Meu Deus!

Circundando o lago, havia um outro caminho, esse arranjado com tulipas amarelas, que levava até uma escadaria. Daquele ponto, vi uma pequena floresta, um coreto e, bem ao fundo, uma casinha com uma enorme piscina ao lado. Depois de uns 10 minutos batendo inúmeras fotos com o celular, ouvi atrás de mim uma voz doce que parecia conversar com um bebê. Ao me virar, encontrei uma das babás do pequeno príncipe vir em minha direção com ele nos braços.

— Olá... — ela perguntou ainda na dúvida se deveria ou não me cumprimentar.

— Olá... — respondi deixando meus olhos caírem sobre o lindo menino. — Mas que criança linda!

Me aproximei deles e ela se afastou com cautela. Também pudera! Eu era uma estranha.

— Desculpe... — me apressei em dizer antes que ela corresse. — Sou a Lia, sobrinha da chefe da cozinha... Senhora Francisca.

Sorri, querendo contornar aquela desconfortável situação.

— Oi — a babá sorriu amarelo e estendeu a mão. — Sou Genevive.

— Prazer! — ciente de que os gringos não são muito chegados a toque, nem me preocupei em esticar a mão para saudá-la. — Vim para estudar... — respondi sem pensar. — Pretendo prestar um vestibular, passando, ficarei por aqui os próximos dois anos...

Genevive ajeitou o bebê nos braços.

— Então esse é o pequeno príncipe? — perguntei tocando a mãozinha do menino tão loiro de bochechas redondas que dava vontade de morder.

— Sim... Diz oi pra moça, Max!

Como ele era lindo sorrindo aquele riso banguela.

— Quanto tempo ele tem?

— Um ano e seis meses — ela respondeu diante dos chiados dele, que parecia querer ir pro chão.

— Ele é a cara do pai... — me lembrei que Albert era o pai do menino e rapidamente associei um ao outro. — A cara mesmo!

E realmente os dois se pareciam demais. As covinhas, os olhos verdes, o nariz. Pelo jeito o rosto do príncipe ficara cravado nos mínimos detalhes em minha mente.

Eu estava tão encantada com o bebê que acabei me sentando com a babá e brincando com ele. Ao olhar o relógio do celular, reparei que passava das 16h00.

— Nossa... — me espantei — Preciso ir...

Não queria pegar Max no colo. Seria muito doloroso pra mim, mas dei um beijinho em seu rosto rechonchudo e me despedi.

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Em casa, liguei o note e me deparei com umas cinco mensagens da Carla envidas enquanto eu estava off line. Resolvi que antes de qualquer coisa, mandaria um e-mail para minha irmã mais nova, Camila. Eu havia prometido contar todas as minhas impressões e aventuras, e eu lhe devia isso depois de tudo o que ela fizera por mim nos últimos meses.

Um Amor de RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora