Capítulo 13

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No dia seguinte, mal consigo aguentar só de pensar em encarar alguém e fujo até o Cat Café a fim de estudar sozinha no canto, munida de uma conta livre para fazer quantos pedidos de café quisesse. É um pouco desconfortável estar cercada de nada além de imagens e estátuas de gatos que quase parecem rir, grotescos e zombadores como o Gato de Cheshire, de Alice no País das Maravilhas, provocando-me. Mas este é o lugar aonde sempre venho para relaxar, e a infeliz morte de Daniel não vai mudar isso. Não é como se eu o tivesse matado. Lamento muito o bichano estar morto, e lamento ainda mais pela dra. Jihyo, mas não vou abrir mão do meu ponto de encontro perfeito por causa disso. Forço-me a me focar na lição de casa e faço-a até o meio-dia, quando a constante ingestão de cafeína me leva a uma pausa forçada para fazer xixi. Enquanto estou voltando do banheiro, secando as mãos na calça jeans devido à incompetência do secador de ar, e me esbarro com alguém.

- Mas que drog-minha fala foi cortada assim que vi que a tal pessoa que esbarrei era Heejin.

- Heejin?

- Ah, oi Hyunjin.

- Você está com alguém?

- Não...?

Volto para a mesa e faço um sinal para ela me seguir e ela me acompanha.

- O que está fazendo no meu lado da cidade? Tem outro encontro?

- É provável.

Balanço a cabeça negando.

- Você não é muito de sair.

Ela suspira e me olha com cara de desentendida.

- Você disse que queria conversar.

Pisco.

- Eu nunca disse isso.

- E então você me enviou um e-mail para me fazer de idiota?

Franzo os lábios. Ela está debochando de mim? E depois da noite passada, estou farta de as pessoas me dizerem que sou louca.

-Eu não lhe enviei um e-mail.

O sorriso de Heejin desaparece aos poucos.

-Não me pediu para vir encontrá-la?

- Não.

Ela desliza o celular e o entrega a mim. Há um e-mail de kimhyunjin@jypboardingschool.edu pedindo-lhe que me encontre aqui, no Cat Café, agora. A mensagem é meio de paquera, e fico ruborizada antes de empurrar o celular de volta para as mãos dela.

- Você sabe que esse não é meu e-mail né? - digo.

- Por que eu faria uma coisa dessas?

- Para bagunçar com a minha cabeça. Você me odeia agora. Entendo.

Ela me olha de um jeito pungente e sem entender.

- Não odeio você.

- Todas as garotas me odeiam. E têm muito menos motivos do que você para isso.

Começo a ficar eufórica de repente. O Internato Jyp deveria ser o lugar onde tudo ficaria certo novamente. E estraçalhei essa possibilidade em pedacinhos.

Ela dá a volta na mesa e me envolve com os braços.

- Ninguém odeia você.

- Minhas amigas me odeiam. Minhas colegas de time. Pessoas que eu mal conheço me odeiam.

-Talvez tenha feito algo para deixá-las emputecidas?

Heejin pressiona os lábios e faz uma cara de inocente. Eu o empurro para longe.

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