Covarde e infantil

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Eu sempre fui o tipo de garota que gosta de se submeter a situações de perigo, estar sempre me obrigando a realizar um desafio qualquer,

Como saltar de paraquedas a noite em um frio de congelar os ossos, ou quando eu decidir que saltar de um carro em uma velocidade de 100km/h seria muito interessante.

Alguns me chamariam de suicida eu prefiro acreditar que gosto de superar meus limites, porém. Nem pela salvação no inferno eu vou me submeter a ir para a escola de vestido, irei ficar lá por um maldito dia inteiro me obrigando a aprender o que eu já sei, então no mínimo tenho que está confortável, para um inferno se os estudantes irão me julgar se não estarei no padrão de roupas deles.

Jogo o vestido na cama e volto para o closet, pego uma calça jeans de lavagem clara que vai até acima do meu umbigo, ela se agarra bem as minhas curvas e modela meu quadril, além de ser confortável e fazer bem mais meu estilo, pego um top preto de alcinha que o tecido acaba logo abaixo a linha dos meus seios,

Visto e depois caminho até a parte dos calçados, ontem enquanto estava jantando as empregadas vieram organizar tudo, mesmo eu dizendo que eu mesma faria.

Pego um coturno preto e calço, tiro meus cabelos do ombro e jogo para minhas costas. Analiso meu reflexo no espelho e está ótimo, coloco minha mão no espelho e a porta secreta aparece, abro a porta e vejo as malas com as armas, foi o lugar mais rápido que encontrei para esconder. Me agacho para consegui pegar um Mine-38, o revólver cabe na palma da minha mão é perfeito para esconder, coloco munição travo o revólver e coloco dentro do meu sapato, levanto e fecho novamente tudo deixando do jeito que estava, antes de sair do closet pego uma jaqueta de couro preta e coloco sob o ombro, ao entrar no quarto tiro meu celular do carregador coloco no bolso de trás da calça, pego minhas chaves passo desodorante e perfume. Cato a mochila com os matérias da escola e jogo nas costas.

Assobiando saio do quarto e desço as escadas, caminho em direção a cozinha onde encontro Paul e minha mãe arrumados para trabalhar, afinal. A semana começou. Minha mãe comendo metade de um mamão e Paul tomando café e lendo um jornal.

- Bom dia!

Desejo e ergo a mão até a garrafa de café e coloco um pouco em uma xícara, dou um gole e sinto que finalmente meu dia começou

- Bom dia!

Eles dizem em unissono, olho para o relógio na parede e me dou conta que tenho que correr ou irei me atrasar, pego um pão francês passo um pouco de Nutella e dou uma mordida, sinto minha mãe me olhar estranho e a encaro

- Quê?

Questiono depois de engolir o pedaço de pão, ela aponta com o queixo para meu braço. Olho para o mesmo tentando ver o que tem de errado e então me deparo com minhas tatuagens, eu tenho o braço esquerdo fechado de tatuagens do ombro até o pulso.

Ela nunca tinha visto, desde que cheguei e ela vem falar comigo eu estava usando algo de mangas cumpridas e não é como se nas 10 conversas que tivemos nesses últimos três anos, o assunto fluísse o suficiente para que eu falasse sobre minhas tatuagens

- Eu imaginei que você teria alguma, mas não achei que fossem tantas.

Ela afirma e eu dou de ombros, já tenho elas a tanto tempo que as vezes me esqueço

- Charles, cadê?

Questiono quando termino de comer e ele ainda não chegou, ele disse que iríamos juntos para que ele me apresentasse tudo lá

- Ah, sim! Ele teve que ir mais cedo, parece que o treinador de basquete pediu que o time estivesse lá antes das aulas, mas ele disse que estaria te esperando na entrada.

Eu nem sabia que ele jogava basquete, assinto com a cabeça e movimento a mão em um tchau antes de começar a andar até a saída girando a chave da minha moto nos dedos.

Aceno desejando bom dia para os funcionários que encontro durante meu caminho, visto a jaqueta de couro conforme ando e ajeito a mochila nas costas, ao chegar perto de minha moto pego o capacete preto e coloco na cabeça e então deslizo a perna pelo banco e sento.

Giro a chave na ignição, e giro o acelerador obrigando o motor vibrar

Porra, senti uma falta do caralho disso!

A moto começa a se movimentar, o vento frio batendo em meu peito enquanto deslizo as duas rodas em direção a escola, a sensação de liberdade acalmando meus nervos, entro em uma rua e então em outra, vou cortando caminho pela cidade para chegar mais rápido naquela merda, já estou atrasada no primeiro dia de aula, que bela primeira impressão, sorrio pois eu não dou a mínima.

Nunca fui de me importar com o que as pessoas achariam de mim, me importo com pouquíssimas opiniões e as pessoas que tem essa importância em minha vida estão longe

Sendo mais específica, estão na Itália. Uma delas já não pisa na terra e eu nem acredito que pisa em qualquer outro lugar, diferente de muitas pessoas eu não acredito que quando morremos vamos para outro lugar, eu acho que morremos e ponto. Simples assim!

Entretanto, respeito os que acreditam no contrário, cada um escolhe acreditar no que é mais fácil. Não, é? 

O enorme prédio com o emblema da escola aparece em minha linha de visão mas é a pequena roda que grita como se estivessem em uma torcida enfrente aos portões de ferro na entrada que chama a minha atenção, analisando melhor a situação vejo um corpo no chão e outros três caras em pé chutando, enquanto os outros malditos gritam aprovando a situação covarde e infantil do caralho.

Estava a quase 8 metros de distância quando reconheço a pessoa que está sendo espancada no chão, sinto meus músculos queimarem, aperto a mão no acelerador e antes que eu consiga controlar o pneu dianteiro da moto já está no ar, volto o pneu ao chão e acelero a moto mais rápido.

O grupinho percebe o perigo de está na minha frente agora e então começa a se espalhar como insetos quando jogamos veneno,

Mas os outros três infelizes continuam batendo em Charles, sem notar minha chegada.

Vou precisar me sujar cedo, então.

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