Álibe e sangue doce

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Álibi, é a defesa que o réu apresenta quando pretende provar que não poderia ter cometido um determinado crime, como mostrando que estava em um lugar contrário ao que o crime aconteceu e que por isso é supostamente inocente.

É um dos pontos importantes no mundo criminal, eu por exemplo; Mesmo que meu alvo morasse na China e nunca tivesse me visto na vida, mesmo que o meu nome fosse a última opção em suspeitos, ou, a opção inexistente. Eu sempre saía tendo um álibi na manga. Sempre preparada para tudo!

E é por isso que manipulei Charles a vim dormir no meu quarto, com um golpe sútil na região do pescoço dele fiz ele desmaiar, ele nem percebeu e amanhã acordará sem saber de nada, sentindo apenas um pequeno incômodo na região em que eu o atingi.

Passo a língua nos lábios quando paro enfrente a casa de Bille, as luzes estão todas apagadas. Já passam das três da madrugada, deveria ter esperado mais tempo mas eu estou com sede.

Sede para um caralho!

Depois de colocar as câmeras de segurança em um loop fazendo com que as filmagens dos últimos 10 minutos se repitam infinitamente desligo os alarmes, guardo o tablet e saio do carro, coloco a máscara vermelha que deixa apenas meus olhos e boca amostra e caminho até a casa, com uma faca que trouxe em meu coldre abro a fechadura da porta e entro calmamente, a casa toda está em um silêncio. Aquele tipo de silêncio que seu cérebro projeta barulhos inexistentes para aliviar a tensão, ou piorar. Paro enfrente a porta do quarto dos pais dele e abro com o máximo de cuidado, para não fazer barulho. Quando tenho a certeza que ambos estão dormindo pesadamente, fecho a porta novamente e sigo direto para o quarto dele,

Solto o ar pela boca quando entro no quarto e o vejo dormindo calmamente. Sorrio, pois essa maldita calma irá sumir logo.

Vejo um pequeno frigobar ao lado da cama dele e caminho até lá, abro e a luz interior clareia em meu rosto, pego uma lata de Coca-Cola e abro. O barulho do lacre faz Bille revirar na cama e resmungar alguma coisa, caminho até a janela do quarto e abro as cortinas, as luzes do lado de fora invadem o quarto fazendo tudo ficar claro, Bille abre os olhos confuso quando eu faço isso.

Olha por todo o quarto e quando me ver perto da janela, com os braços cruzados o encarando ele dá um pulo na cama e rasteja se afastando

- QUE PORRA!

Ele grita e eu dou um gole no refrigerante sem desviar os olhos dele, levanto a máscara e deixo que ele veja meu rosto, ele parece ficar aliviado

Coitado

- O que você está fazendo aqui?

Não o respondo continuo apenas o encarando, ele tira o cobertor e ameaça se levantar quando eu tiro a arma do cós da minha calça e balanço o cano de um lado para o outro como se estivesse negando

- Acho melhor você não fazer barulho.

Minha voz é uma calma fria e mortal

- Isso mata, garota.

Dou um sorrio óbvio e aponto para ele

- O que você fez com Charles também mata!

Dou outro gole no refrigerante e nem o líquido gelado consegue saciar minha sede

- AQUILO FOI UM ACIDENTE!

Dou um sorriso como promessa de morte

- Se você gritar e seus pais vieram até aqui, eu terei que faze-los sofrerem um acidente. Baixe a porra do volume na voz.

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