É de mais

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Valentino Moretti

Observei o peito de Raika subir e descer, indicando a respiração serena dela.

Não desviei meu olhar por um segundo sequer, enquanto ela tirava um cigarro da carteira levava aos lábios e acendia,

Enquanto ela soprava a fumaça no ar nossos olhos se encontram novamento e ali eu vi uma versão extraordinária dela, não era Raika que estava sentada em minha frente, era gölge.

E eu não conseguia decidir qual das duas versões me encantava mais. Com um aceno de cabeça ela indicou alguma coisa atrás de mim, girei meu corpo e me deparei com uma parede cheia de prateleiras de vidro que estavam completas por garrafas de diferentes bebidas. Vinho, Uísque, tequila, vodka. Todas as versões de álcool, levantei do sofá e caminhei até a parede já que ela havia me dado carta branca para me servir, analisei as opções e peguei uma garrafa de conhaque preenchendo dois copos e colocando gelo dentro, enquanto voltava para perto dois dois, notei que Rocco me analisava com o curiosidade,

Raika estava calma de mais, e eu poderia contar nos dedos de uma mão as pessoas que estiveram em nossa presença sem tremer,

- Amélia, única filha de Russo, mãe de Aaron e mulher de Joshua. A mulher que a mais de duas décadas foi dada como morta, a mulher que a mais de duas décadas vive escondida, se protegendo do próprio pai.

Que merda ela está falando?

- Ahá. Vocês não sabiam né?

Rocco observa ela como se ela fosse louca e eu tento encontrar uma forma disso fazer sentido

- Amélia, ao contrário do que muitos pensam não está morta, e sinceramente? Acho até que ela está melhor que nós três juntos, vivendo cuidando de seus jardins.

Antes mesmo que eu chegasse até eles e entregasse o copo para Rocco, ela levantou e seguiu em direção a uma porta, com um aceno de cabeça ela nos convidou e seguimos atrás dela. Raika parou em frente a porta e colocou a mão aberta no leitor digital, fazendo a porta abrir e ela entrar, com o cigarro queimando entre os dedos, ela foi diretamente até a mesa onde está o computador e começa digitar algo no teclado, os olhos dela estão fixos em todas as partes da tela, enquanto seus finos dedos digitam com rapidez, enquanto ela não encontra o que está procurando e Rocco está com a mão no queixo tentando entender o que está acontecendo, eu analiso o ambiente.

A mesa era feita com base em uma pedra de mármore vermelha, um vermelho tão vivo que parecia que era banhado por sangue, os estofados das cadeiras igualmente o estofado do sofá de canto era de um tom de grafite, meus olhos voaram até um quadro enorme atrás da mesa onde Raika está, o quadro feito a mão é um retrato dela com uns dez anos de idade, sentada na coxa direita de Michael ambos estavam sérios, Raika e ele tinham a mesma maldade no olhar, o mesmo fogo demoníaco queimava nos dois pares de olhos,

- Não é apenas a imensa furtuna ou, a cadeira de dom da máfia Australiana que passa de geração para a geração na família Matarazzo. Pelo menos um a cada geração nasce com um distúrbio psicológico. Psicopatas, sociopatas, possessivos. Entre várias outras doenças psicológicas e na geração de Russo o sorteado foi ele!

Ela gira a tela do computador para nossa direção, vários laudos médicos comprovam que o quê ela está nos dizendo é verdade.

- Mais isso não é tudo.

Ela clica no mause e então os laudos médicos mudam e vai para um outro, laudos médicos de Amélia Matarazzo aos dezessete anos

- Temos consciência desse acontecimento. Foi quando a guerra entre Joshua e Russo começou, segundo as informações da época Joshua foi o causador da internação dela!

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