Monstros e alma

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"Nós deixamos de procurar os monstros embaixo de nossas camas
quando percebemos que eles estão dentro de nós"

- Coringa.

Não existe uma forma de fugirmos do que há dentro de nós e dentro de mim existiam demônios, demônios que clamavam por sangue. Eles gritavam e exigiam o líquido vermelho, desejavam sentir meus dedos pingando com a porra do líquido morno.

Escutei alguém gritar meu nome mas não olhei para trás para confirmar, eu não confiava em meu auto-controle. Pelo menos não agora!

Entrei em meu carro e bati a porta com força, os pneus derraparam no chão molhado, um gosto ácido atingia minha língua, eu sentia meu interior queimar com o puro ódio, eu estava enxergando tudo vermelho, ultrapassei todos os malditos sinais de trânsito, minha velocidade chegava a 200km/h e estava pouco,

Ah, mamãe. Que merda você fez!

Girei o volante todo para a direita e parei em um bar temático afastado da cidade, a chuva forte tinha se tornado chuvisco. Peguei uma glock e coloquei no cós da calça, abrir a porta e sair do carro. O som alto do bar chegou aos meus ouvidos e o cheiro de álcool e cigarro veio com força em minha direção.

Passei entre as motos que estavam estacionadas na frente e atravessei as portas de entrada. O calor do ambiente acariciou meu rosto enquanto eu caminhava até o balcão, sentir olhares encima de mim e ignorei me inclinando encima do balcão de madeira velha e sentei em um banco rotativo próximo.

- O que a gracinha deseja?

Sangue

- Vodka.

Eu precisava me acalmar e pensar. Mas no momento eu só conseguia pensar em uma forma de trazer Trevor de volta a vida para poder mata-lo mais lentamente, agora. Eu só conguia imaginar minhas mãos ao redor do pescoço da minha mãe.

Um copo foi posto em minha frente ao lado de uma garrafa de vodka, olhei para o garçom e ele sorrio levemente

- Você parece estar realmente precisando.

Não o respondi, ignorei o copo e levei o litro diretamente aos meus lábios , o líquido transparente desceu rasgando em minha garganta e pousou queimando em meu estômago como uma bomba do caralho,

Dois homens pararam ao meu lado e pediram uma bebida qualquer, pelo cheiro era mais que evidente que eles já estavam bêbados. Ignorei quando um deles cututou meu braço

- Perdida gatinha?

Tomei um longo gole da vodka e ignorei

- Podemos nos divertir juntos!

Um deles riu e o outro alisou meu braço, fechei os olhos e os punhos tentando buscar controle

Seu pai está morto Raika, acidente de carro.

Abrir os olhos e os homens ainda estavam do meu lado me encarando e rindo com malícia

- Deixem ela em paz, caras!

O garçom anterior tentou interver

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