Efeito Colateral

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POV CAROL

Quando acordei estava sozinha na cama de Day. Estranhei o ambiente por alguns segundos enquanto meu corpo se ajustava a temperatura do quarto e meus olhos a claridade. O espaço ao meu lado ainda estava morno e eu imaginei que então não fazia muito tempo que Day devia ter acordado. Agora com um pouco mais de consciência ouvi uma música suave vindo de fora do quarto. A melodia parecia soar de um piano e eu me senti relaxada por um momento até ouvir a voz suave de Day soar.

-Longa história, do tipo que se tu esquece ela volta só pra te assombrar... Acho que não tem volta, porque não me solta? Quero seguir solta livre pra sonhar...

Coloquei os pés no chão e a diferença de temperatura não foi tanta. Estava abafado então eu não senti o choque. O quarto durante a manhã tinha uma luz agradável alaranjada do sol tentando entrar através da cortina e era extremamente satisfatório a forma que contrastava com o cheiro da morena que preenchia o ambiente. Abri a porta delicadamente e pude ver Day de costas para mim cantando e tocando piano. Me aproximei lentamente e tentei me fazer ser notada, com medo de assustá-la. Infelizmente, Day deu um pulo na cadeira e parou de tocar, o que me indicou que eu tinha a assustado apesar do meu esforço.

-Meu Deus Carol. Você quase me matou de susto! -Ela colocou a mão sobre o peito.

-Desculpa, Day. -Ri baixo e a abracei.

As mãos de Day se enfiaram embaixo do moletom roxo que eu roubei dela e eu tentei me afastar, mas as mãos espalmadas nas minhas costas me seguraram no lugar.

-Day! Eu tô sem calcinha. -Sussurrei próximo ao seu ouvido e ouvi a morena rir.

-E o que que tem? -As mãos começaram a descer até minha bunda e eu me afastei dando tapas nela.- Ei! -Ela riu.

-Ei digo eu Dayane! E se sua mãe vê isso? -Day se levantou e caminhou em direção ao quarto.

-A essas horas ela deve estar na academia do condomínio. -Day se levantou e passou a mão por aquele cabelo castanho escuro incrivelmente hidratado e eu suspirei. -Vamos tomar café?

-Vamos sim, só preciso de um banho antes. E Day, a gente vai mesmo voltar pra SP antes do ano novo? -Questionei e ela comprimiu os lábios parecendo pensativa.

-Ah... Sim. Eu comprei passagens para um voo hoje após o almoço. -Ela disse e eu assenti com a cabeça. - Tudo bem para você?

-Não, Dayane. Eu quero ficar aqui, não ligo se você está magoada com sua mãe. -Ironizei e ela sorriu fraco antes de me abraçar.

Não vou mentir, por mais que fosse de partir o coração, ter Dayane se apoiando emocionalmente em mim e se mostrando tão vulnerável era um lado novo dela que fazia meu coração errar algumas batidas. Seu rosto se escondeu no meu pescoço e os braços se fecharam levemente ao redor da minha cintura. Eu a abracei e enfiei meus dedos naquele cabelo sedoso e cheiroso enquanto sentia o calor de seu corpo contra o meu. Ouvi um resmungo contido e resmunguei de volta.

-Minha única vontade era de voltar pra cama e ficar agarrada com você até dar meia noite. -A voz soou baixa e eu sorri com todo aquele dengo.

-Hmmm alguém está carente hoje.- Beijei seu ombro e arrastei minhas unhas pela pele de seus ombros num carinho e senti seus braços me apertarem.

-Um pouco só. -Ela disse e beijou meu pescoço repetidamente.

Não precisaria nem comentar que a cada toque dos lábios de Day em meu pescoço, meu estômago revirava em borboletas. Parecia que eu havia comido um enxame delas e todas estavam muito bem vivas dentro de mim. Day se afastou e me deu um beijo simples mas demorado e carinhoso o separando com selinhos antes de se afastar e piscar pra mim antes de ir para o quarto. Me senti ficar vermelha e minhas orelhas ardiam. De repente cada coisa que Dayane fazia tinha mais efeito sobre mim e cada toque queimava com mais intensidade, quase como se ela tivesse completo controle sobre meu corpo. Coloquei a mão sobre o peito.

1460 dias de você (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora