Calma antes da

793 44 62
                                    

Notas da Autora: Ooooi meus amores! O capítulo de hoje é basicamente só sacanagem e boiolice, só pra mimar vocês um pouquinho antes de começarem a sofrer. AVISO DE CONTEÚDO EXPLÍCITO. Para uma melhor experiência ouçam as músicas. Vejo vocês no final!

POV CAROL

Era Março e as aulas já tinham iniciado a um tempo. Eu estava relativamente ocupada decorando roteiros e organizando a peça que apresentaríamos na culminância estudantil pelo fim da semana, mas conseguia dar conta. Devo dizer que apesar de ser um caos e desorganizada, eu consegui entregar meus trabalhos e fazer minhas apresentações de semestre a tempo, agora só me faltava a peça da culminância para fechar com chave de ouro. Um dos alunos do curso de artes cênicas namorava um escritor, o Rafael.

Rafael escreveu uma peça lindíssima sobre o amor e suas nuances durante o amadurecimento. A peça girava em torno de um casal que era igualmente curioso para conhecer o mundo mas conforme foram vivendo acabaram se afastando. Mesmo que gostassem da companhia um do outro ambas as partes do casal não se amavam mais, mas tinham medo de admitir, mesmo vendo o quanto o relacionamento os prendia no mesmo lugar.

Quando Bruno, seu namorado, apresentou o texto de aproximadamente 150 folhas para sala, todos enlouquecemos. A história era poética e dolorida, retratava as dores da vida e como não havia band-aid ou mertiolate que curasse essas dores. Eu decidi por não atuar a peça e sim contribuir como diretora de cenário e efeitos visuais. Sempre amei aventuras e aprender coisas novas. Enfim, eu estava ótima. Já Day...

Dayane era um assunto mais delicado.

A morena precisava entregar uma escultura para o final de semana e mesmo com todos seus esforços, ela simplesmente não conseguia criar nada. Eu e Day nos aproximamos ainda mais do que eu achava possível e todo o tempo que passamos juntas nas últimas semanas, ela estava avoada, perdida em pensamentos. Conhecendo aquele ser por vezes inconstante, sabia que ela estava pensando no que criar, mas simplesmente não achava nada.

Durante a semana enquanto eu decorava o roteiro e fazia anotações sobre quais efeitos usaríamos, Day passeava inquieta pelo dormitório. Era quase impossível trabalhar sem ouvir a engrenagem dentro de seu cérebro girar. Dayane estava tão estressada que era possível notar o quanto de cabelo estava começando a cair e por vezes ela era ríspida e rude sem ao menos notar. Eu, como uma ótima amiga (colorida) tive a ideia mais genial.

Não se cria de cabeça quente, só fria, então eu decidi esquentar tanto o sistema de Day, até que ela explodisse e se acalmasse de vez. Naquela noite de quarta feira, eu saí da aula e passei na lojinha de conveniência próximo ao campus. Comprei todos os salgadinhos que eu sabia que ela gostava, Finis de sabores sortidos e sorvete sem lactose para evitar causar mais dor de cabeça para Day. Comprei um vinho barato também e fui correndo para o meu dormitório. Servi em potes porções das besteirinhas que comprei e coloquei sobre a mesa de centro entre o sofá e minha TV. Coloquei o vinho num baldinho com gelo e segui para o banheiro.

Eu amava o estilo americano do apartamento, mas nunca imaginei que saberia para que aquele chuveiro com banheira iria servir se eu detestava banheiras e preferia banho de chuveiro. Bom, como dizia mina mãe, a língua é o chicote da bunda. Tampei o ralo e enchi a banheira, adicionei sais de banho, óleos essenciais de Alfazema e lavanda para relaxar minha morena marrenta. Coloquei o filme "As Branquelas" na netflix e pausei.

Aproveitei e fiz macarrão ao molho branco, fazia tempo que Day não comia comida de verdade e eu já conseguia notar que ela estava ficando fraca.

Era só esperar Day chegar.

Fui me vestir apropriadamente e notei que tinha esquecido o buquê de flores que eu planejava comprar, então pedi por aplicativo junto com um óleo de massagem. Enquanto esperava os 15 minutos do entregador, coloquei um cropped branco e uma calça moletom cinza. O clima estava estranho hoje, havia muito vento e eu tinha certeza que ao entardecer ficaria frio. Desci para pegar as flores e subi correndo na expectativa de não ser vista. Coloquei as flores sobre a mesa e então escutei um barulho de porta no corredor.

1460 dias de você (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora