1460 dias de você (DAYROL)

All Yours

Música do capítulo: Everything - Kehlani

POV DAY

Quando Carol entrou em meu dormitório, tudo parecia em câmera lenta. De repente ela simplesmente pertencia ali, e parecia tão certo...
No meio tempo do nosso trajeto do restaurante até o dormitório começou a chover. A chuva forte ainda caia lá fora, as luzes não acenderam quando eu entrei e fechei a porta. Carol tirou os saltos tão encharcados quanto seu vestido e riu passando a mão no cabelo, o colocando para trás.

-Acho que acabou a energia.... E lá se foi nosso banho quente. -Ela mordeu o lábio e me encarou.

Agora que não existia mais mal entendido entre nós, enquanto eu a observava, o peso de ter ficado tanto tempo afastada de Carol caiu sobre mim. Eu observei o cabelo cacheado, completamente molhado da chuva de fim de verão caindo sobre os ombros igualmente úmidos e sua pele arrepiada. Todo o tempo parecia se mover tão devagar que eu quase não acreditei em meus olhos quando me encontrei tão próxima de Carol. Meus pés me trouxeram para perto por conta própria, da mesma forma que minha mão agiu quando eu coloquei uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. Os olhos castanhos claro me olharam devagar, os cílios fechando lentamente antes de se abrir novamente, com tanta ternura que eu quase me senti derreter por dentro. As mãos geladas de Carol se encontraram subindo pelos meus lados, segurando minha cintura tão deliciosamente que eu quase senti minha respiração prender no meio da garganta.

-Eu senti tanto a sua falta. - Eu arrisquei, minha voz não mais que um sussurro enquanto eu admirava as sardas sobre seu nariz, ocasionadas pelo sol que ela não resistia em tomar todos os dias no verão.

Carol fechou os dedos no tecido molhado de minha camiseta e me puxou para perto, nossos corpos tão colados que apesar de ser fisicamente impossível, eu tinha certeza que quase todos os átomos dos nossos corpos se tocaram. O olhar tenro derreteu em mim e eu observei os lábios rosados se entreabrirem e em seguida fecharem num sorriso tímido enquanto minhas mãos se colocavam em sua nuca.

-Você me olha como se eu fosse a última pessoa no mundo. -Carol comentou, seu rosto aproximou do meu e senti um beijo gentil em meu nariz.

-Talvez porque para mim você é. -Eu coloquei a mão em sua nuca e acariciei o local com as pontas de meus dedos, sentindo sua pele arrepiar. -Eu poderia culpar seus lábios, seu toque, seu beijo, mas você é tão mais do que isso. Você é tudo menos convencional, seu amor é original demais para essas denominações...

Guiei Carol gentilmente até o quarto e a sentei em minha cama. Suas mãos se colocaram em minha cintura e eu me sentei em seu colo, uma perna de cada lado de seu corpo. Minhas mãos descendo pela frente de seu tronco até pararem sobre seu abdome. Me inclinei quando senti a ponta de seus dedos empurrarem gentilmente minhas costas e seu rosto veio de encontro ao meu. Carol iniciou um beijo lento e tão delicado que eu quase não sentia seus lábios contra os meus.

-Day...

Eu me inclinei, roçando meus lábios contra os dela com mais vontade e ela suspirou entre o beijo, sua boca se abrindo para acomodar minha língua. Minha cabeça girou conforme Carol subiu suas mãos pelo meu corpo, empurrando meu blazer molhado para que caísse de meus ombros. Ao nos separarmos, os lábios quentes se colocaram no meu pescoço com beijos suaves enquanto ela jogava a peça de roupa molhada para qualquer canto do quarto. Quando os lábios quentes se abriram, eu não consegui evitar em soltar um gemido sôfrego. Carol parecia pegar fogo contra a minha pele gelada da chuva e vento, estrelas e borboletas voando e brilhando em meu baixo ventre quando os dentes rasparam contra meu ponto de pulso.

-Desde o momento que eu te vi...-Comecei quase sem ar. -Eu sabia que eu não teria como não ter você em minha vida. -Eu sabia que sempre voltaria para você. -Sussurrei agora contra seus lábios e segurei seu queixo, meus lábios tocando seu maxilar repetidamente.