Capítulo 15

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          Ela sorriu e desviou os olhos, muito feliz e contente. Logo depois, o homem observou o relógio e notou ser às uma.

          — Acho que já podemos ir. — ele comentou e Elouíse concordou no mesmo segundo, sentindo um pouco de sono. 

          — Temos que recolher isso tudo. — ela observou ao redor.

          O homem logo ergueu-se e começou a recolher as cestas, uma por uma. Nos próximos segundos, a ruiva as levou ao veículo dela. 

          — Esquecemos alguma coisa?  

          — O pano xadrez. — Elouíse indicou com o queixo ao monte.

          De novo, ela subiu ao monte junto com o Sebastian e recolheu do chão a toalha. 

          — Subir e descer esse monte teve mais impacto que os exercícios pra série. — ele brincou, um pouco ofegante. E neste momento, surgiu uma idéia na mente de Elouíse. 

          — Ei! E se desta vez descermos de uma forma diferente? — ela sugeriu com excitação. 

          — Como? Igual ao Tarzan, nos pendurando nos galhos desta floresta? 

          Elouíse riu.

          — Não! Podemos rolar o monte. — ela deu de ombros á espera de uma resposta positiva. 

          Ele soltou um leve riso. 

          — Você é louca.

          — Pior seria se fizéssemos como o Tarzan. 

          — Se esqueceu de quem eu sou? — ele a olhou com um leve sorrisinho ardiloso. — Eu sou o Soldado Invernal. — e a trouxe pra perto do seu corpo em um único movimento, rápido e sedutor. Elouíse ficou sem ar e sem nenhum tipo de força. A força comum de manter-se de pé, por exemplo, ficou á deriva. Poderia a qualquer momento ir de encontro ao chão.

          — Iremos mesmo descer como o Tarzan? — ela se via um pouco nervosa. Em sua mente existia um vácuo enorme, sem nenhum tipo de pensamento racional.

          Ele sorriu ao perceber como a desconcertou. Notou que a ruiva perdera a pose no mesmo segundo. — Rolar. — ele optou por sua idéia e a mesma sorriu de orelha á orelha. Era óbvio que não desceriam como o Tarzan, tudo isto não passava de uma brincadeira. Mas Sebastian gostava de ver e sentir o poder que possuía sobre ela. 

          Elouíse descolou o seu corpo do dele, sentou-se e esperou por ele, que a seguiu no próximo segundo. Por fim, deitou-se e o homem fizera o mesmo, posicionando-se na frente dela. Elouíse cobriu os seios com os antebraços e aproximou-se de Sebastian, que logo a envolveu com os seus músculos. Ela sentiu o gosto do beijo, ao sentir o corpo dele junto ao seu novamente. Fora como um déjà-vú. E este sentimento nostálgico a consumiu com muitos outros sentimentos; conforto, alento e afeto. 
          Elouíse fechou os olhos como se estivesse prestes a embarcar em uma aventura sem limites. Como se estivesse prestes a descer na montanha-russa mais perigosa do mundo. Ela sorriu e Sebastian a observou, sorrindo levemente.

          — Está pronta?

          — Sim. — ela concordou feliz.

          No mesmo segundo, o homem deu um impulso com o seu corpo e os dois começaram a descer monte abaixo. Elouíse soltou alguns leves gritos no meio do percurso e o homem dos olhos turquesa sorria, ao vê-la feliz. O vento golpeava os seus rostos e corpos, de forma que isso os consumia com júbilo.
          Era incrível e ao mesmo tempo tenebroso a forma como os dois eram perfeitos juntos. Mesmo sem haver algo fixo entre eles, haviam qualidades que nenhum título nunca seria capaz de dar. Havia companheirismo. Que tipo de homem de 35 anos toparia o quê Elouíse sugerira há poucos segundos? Com ela, este homem agia como um adolescente. Um vívido e feliz adolescente. E ocorria o mesmo com ela. Embora Elouíse fosse uma mulher extrovertida e do tipo "viva o momento", nunca fora de confiar em muita gente. Principalmente, nos homens. Porém, confiava em Sebastian e isso a deixava confortável para agir naturalmente. 
          Após breves segundos ambos os corpos colidiram-se com o fim do percurso e do pequeno divertimento. A ruiva sorriu, virou o rosto e notou Sebastian ao seu lado com a mesma felicidade. Ela o mantinha vivo

          — Se divertiu?

          — Confesso que sim. — ele a olhou e soltou um leve riso. Por fim, ergueu-se e a ajudou a segui-lo. 

          A ruiva observou a si mesma e brincou, dizendo: — Era uma vez um vestido. 

          — Quer que eu te ajude com isso?

          — Não é necessário. Agora eu tenho um pretexto para me livrar desta roupa. — ela confessou. — Obrigado por vir. 

          — E por quê não viria? 

          — De alguma forma imaginei a possibilidade. E depois pensei em como faria para comer tudo àquilo. — ela riu levemente.

           — Então que bom que vim, impedi que você parasse no hospital. 

           Ela sorriu levemente, baixou o rosto e observou os próprios pés. Logo depois, despedindo-se, o beijou no rosto. Aproximou-se do mesmo com leveza e depositou o afeto em sua bochecha, com a mão direita em seu maxilar firme. Ele, por outro lado, não contentou-se somente com isto. Porém, forçou-se. Ambos beijaram-se possuindo as estrelas e a lua como testemunhas. O quê mais ele podia querer? 
           Sebastian correspondeu o seu gesto com um beijo em sua testa. Um gesto doce e meigo. Elouíse sorriu levemente e o olhou pela última vez nesta noite. Por fim, virou-se feliz e seguiu ao seu veículo. Entrou no mesmo e seguiu o seu rumo com destino á sua residência.

The Interview; The Principle Of Our LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora