Capítulo 16

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         ***

         Sebastian seguiu á cozinha e notou um envelope na estreita fresta de sua porta. O mesmo intrigou-se. Quem recebia cartas hoje em dia, em meio á tecnologia que nós possuímos? Infelizmente, pouquíssimas. E ele fora um dos sortudos. Pegou-o e sentou-se com o objetivo de lê-la. Abriu o envelope e surpreendeu-se com o conteúdo do mesmo. Porém, fora uma surpresa boa. Um sentimento bom. 
         O relógio dizia ser às nove. O sol frio penetrou-se em sua residência, de forma que somente a cor de ouro cujo a estrela possuía, o enchia de bom humor. Ao ler a carta, pegou o seu telefone, confirmou a sua presença e agradeceu por seu cargo especial. Sorrindo feliz por seu reconhecimento, bebeu um gole de água e não se limitou em escolher o melhor terno que a internet poderia oferecer-lhe.

         Abriram-se os olhos cor de mel de Elouíse e a mesma obteve a melhor visão; enxergou com vislumbre a noite de ontem. Era como se a mesma estivesse assistindo a um filme de sua própria vida, do seu piquenique e primeiro beijo com o homem dos seus sonhos. O mesmo fora como uma espécie de doutor, que a livrou de uma terrível, lenta e dolorosa morte. E de longe o enfermo poderia ser ela; não cedia á ninguém, nem mesmo á morte. Embora fosse forte, os seus sentimentos viviam á mercê do seu humor. E às vezes, mesmo possuindo certa extroversão, consentia um pouco de espaço á tristeza. O quê se via morto eram as suas esperanças.
         Entretanto, o dono dos melhores olhos turquesa, Sebastian Stan, incendiou o corpo dela como a um imprevisto, do tipo onde deixam o gás ligado ou descartam um fósforo aceso em um ambiente inflável. Ocorrera sem querer. Sem querer, Sebastian a livrou do início de um homicídio interno. A ruiva se envolvera com homens desprezíveis e infelizmente, por culpa disto, amadurecera excessivamente cedo. Nunca submeteu-se á relações ruins, o problema foi que acostumou-se a perder as esperanças nos homens. Deste modo, com a vinda deste homem á sua vida, permitiu que os seus sentimentos continuassem a viver. Ele a salvou de si mesma. A cuidou e a protegeu sem nem perceber.
         Elouíse suspirou. Desejou em seu íntimo que estivesse certa. Esgotou-se de ser sempre forte em excesso e de nunca permitir-se ser vulnerável á ninguém, exceto á Aurora. A mesma ergueu-se do colchão e seguiu á cozinha. Fritou três ovos e os comeu junto com pães de forma. Por fim, pensou em Aurora. Deveria dizê-la como fora o seu encontro de ontem. Por isto, pegou o seu telefone e a mesma a respondeu no segundo seguinte.

         — Você recebeu? — ela disparou em meio á gritos eufóricos.

         — A surdez? Sim, há poucos segundos... — Elouíse esboçou desconforto e moveu um pouco o telefone de sua orelha.

         — Não seja ridícula, estou me referindo ao envelope com o convite. — o seu tom de voz voltou ao volume de sempre.

         — Envelope? Convite? — a questionou confusa e observou ao redor.

         — Veja em sua porta.

         Elouíse limpou-se dos resquícios de pão e ergueu-se, obedecendo-a. Verificou em sua porta e encontrou o famoso envelope.

         — Encontrei! O quê quer que isso seja... — contou com veemência e o virou á procura de alguma pista.

         — Leia logo! E grite, eu deixo.

         Elouíse a obedeceu de novo e o fez com pressa. O quê poderia ser? E porquê Aury também o recebera?
         Por fim, começou a ler e no mesmo segundo, soltou um grito. Dois. Três.

         — Agora foi eu quem ficou surda.

         — Você teve tempo. Eu estou tão feliz por eles! — comemorou feliz.

         — Sim! — Aurora concordou, com um sorriso. — Temos que ir às compras!

         — Hoje!

         O contento de Aurora e Elouíse era imenso. Algo incrível ocorrera em suas vidas; haviam sido convidadas a um casamento público.

         ***

         No centro de Los Angeles, Elô e Aury entravam de loja em loja á procura dos vestidos perfeitos. A noiva deixara uma condição óbvia; as madrinhas deveriam ir de vermelho. E Elouíse fora escolhida como uma dás.

         — Já escolheu o seu? — Aury a perguntou, sentindo o cheiro de riqueza em cada centímetro dá loja Gucci.

         — Talvez. Este é bem bonito. — referiu-ao ao vestido vermelho justo, que possuía uma abertura arredondada nas costas.

         — Sim, e combina com você. Eu quero um azul.

         — Por quê? É a cor preferida do Tom? — zombou.

         — Ha ha, muito engraçadinha.

         Elouíse soltou um leve riso. — Hoje cedo eu te liguei pra te dizer como foi o meu encontro ontem.

         — Desculpe, eu fiquei muito feliz com os convites. — ela soltou um leve suspiro. — E como foi?

         — A gente se beijou. — ela contou com um sorriso de orelha á orelha.

         — Sério?! — por muito pouco a loira não berrou.

         — Sim! E foi... Incrível. — ela soltou um suspiro bobo.

         Aurora a observou. — Acho que alguém está apaixonada.

         Ela travou mediante á suposição. — E-eu?

         Aurora riu e decidiu não deixá-la desconfortável. — Eu e o Tom também nos beijamos.

         — Só? — supôs.

         — Ei! — Aury riu e continuou a ver os vestidos. — Ele me levou para conhecer a mãe dele...

         — Sério? — Elouíse sorriu.

         — Sim. — a loira esboçou uma expressão boba, contente por se envolver com um homem cujo o objetivo era ter um futuro digno com ela.

         — O Tom é um homem de sorte por ter você. E você uma mulher de sorte por ter ele. — Elouíse pegou o vestido vermelho escolhido há poucos segundos. — Vocês se merecem. — sorriu orgulhosa.

         — A verdade é que nós duas mereceremos experimentar o gosto dá felicidade.

The Interview; The Principle Of Our LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora