Capítulo 30

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        Após este dia, Elouíse recebeu um torpedo do senhor Noe, o dono do conhecido comércio de Los Angeles. O mesmo promoveu uma pequena festa em festejo aos seus vinte anos em funcionamento e pediu a Elouíse e Aurora que remetessem os convites. Desta forma, a mesma convidou a parte mais íntima do elenco e alguns outros conhecidos que possuía nos entornos do bairro.
        E, depois de um longo tempo, o restaurante se via abarrotado como um formigueiro. Não cheio à ponto de não conseguirem se manter no recinto e nem vazio à ponto de ser tedioso. Elouíse, — muito esbelta e surpreendente — que se via nos fundos tendo uma breve conversa com Aurora enquanto os convidados não chegavam, se apressou em cumprimentar à todos ao perceber uma multidão dispersa.

        — Scar. — a ruiva a cumprimentou com um beijinho em seu rosto.

        — Elô! Como você está? — a loura a correspondeu e sorriu gentilmente.

        — Bem. Espero que curta e se divirta.

        — Com certeza o farei. — ela sorriu.

        — Ótimo. — concordou e observou ao redor. — Onde está o Chris?

        — Está por aí. — ela gesticulou com a mão, parecendo não se importar.

        — Tudo bem, depois eu o cumprimento. — a ruiva sorriu levemente e seguiu à próxima mesa onde se via o Tom. Logo notou Aurora sentando-se à sua direita — Bem, pelo visto eu serei a única anfitriã com o Noe.

        — Ah, não seja estraga prazeres e quebre essa pra mim. — Aury a pediu, com um bico nos lábios.

        A ruiva suspirou e observou ao redor.

        — Está à procura de alguém? — Tom a questionou, querendo ajudá-la.

        — Não. — ela o respondeu no mesmo segundo, como se pudesse esconder o óbvio. — Só estou vendo o trabalho que terei sozinha. — frizou o “sozinha”.

        — Tudo bem, tudo bem! — Aurora se ergueu, sorrindo. — Que espécie de amiga eu seria, não é?

        — Que bom que reconhece.

        A loura se despediu do Tom com um breve selinho em seus lábios e Elouíse somente sorriu. As mesmas não seriam garçonetes esta noite, — nem mesmo Aurora, como de costume — serão somente supervisoras do conforto dos clientes, visto que este era um dia especial.
        Elouíse moveu-se à porta do restaurante e Aurora a seguiu, correndo como um pinguim por culpa dos saltos altos.

        — Por que está nervosa? — Aury observou a sua inquietude.

        — Não estou nervosa... Quer dizer, um pouco. Só quero que tudo ocorra bem.

        — Ou você está com medo de uma certa pessoa não vir?

        Elouíse a olhou com certa tristeza em seus olhos, rendendo-se à sua suposição. Sim, queria vê-lo mesmo depois de todo o drama de ontem. Era difícil olhá-lo nos olhos como a uma pessoa comum, do mesmo modo como era difícil estar perto dele sem poder tocá-lo. Era difícil sentir tudo o que o seu coração sentia por ele, sem poder expressá-lo, como um dia pôde. Era difícil sentir o desejo de beijá-lo e não poder. E era difícil sentir a sua falta, como se nunca mais fosse ter notícias suas ou saber do seu paradeiro. Ontem o mesmo a deixou em sua residência e fora embora com uma expressão séria em seu rosto; não era mais dor, era conformidade. Era adaptação.
        Elouíse observou o chão e desejou sumir. Logo sentiu o desejo de mover os seus dedos à boca e morder os bifes, como fazia sempre que se sentia ansiosa ou aflita. Contudo, antes que pudesse sabotar à si mesma, sentiu alguns dedos nos seus. Era Aurora, acalmando-a. A conhecia como ninguém. Quer dizer, como quase ninguém. Ergueu os olhos, sorriu e a mesma a correspondeu. Por fim, depois de longos minutos, sentiu diversos cutucos em seu ombro e notou a loura levemente eufórica.

        — O que foi?

        — Olhe pra frente, bobona.

        Elouíse o fizera e vira Sebastian vir dos fundos com o Chris. Esta cena soou divertida, se olhada por outro ângulo. No entanto, no mesmo segundo em que o vira, o peito de Elouíse encheu-se de júbilo como se fosse uma adolescente boba. A verdade é que criara certa expectativa sobre esta pequena festa e a presença de Sebastian era vital.
        O mesmo conversava com Chris e vez por outra, ria. Era bom vê-lo rindo. E então, ergueu os olhos e avistou Elouíse há alguns metros. Estavam distantes física e emocionalmente, e esta ocorrência era triste e dolorosa demais para ser sentida por eles.

        — Garotas. — Chris cumprimentou-as. — Como vão?

        — Bem. Que bom que veio, eu vi a Scar sozinha. — Elouíse comentou.

        — Sim, eu tive que resolver um problema no carro. Coisa boba. — ele deu de ombros.

        — Entendo. — ela concordou e levou os seus olhos aos de Sebastian, que a encaravam desde o primeiro segundo.

        Ela engoliu em seco e sorriu levemente.

        — Como você está, Seb?

        Apelido comum, relacionamento comum... Exceto por seus olhos, que nunca mentiam.

        — Bem. A festa está incrível. — ele observou ao redor por um momento e voltou os seus olhos à ela.

        — Ah, o Noe têm muito bom gosto. — ela soltou um riso.

        Chris notou a diferença de imediato; há uma linha tênue entre uma forte paixão com um desejo imenso de vivê-la e entre uma forte paixão, porém, com um extenso sofrimento evidente. E ele chegou à conclusão de que os mesmos cabiam melhor na segunda opção.

        Elouíse não permitiu que um silêncio vergonhoso consumisse a conversa, por isto apressou-se em dizer: — Bem, vocês podem ir se sentar. Em breve a comida será servida, e hoje é tudo por conta dá casa.

        Chris concordou com um leve sorriso e segurou o seu amigo pelos ombros, seguindo com ele à mesa.

                 — Hoje a noite é sua? — Aurora a questionou e Elouíse a entendeu.

                 — Logo depois de você. — a ruiva sorriu e a lançou uma piscadela.

                 A loura curvou os lábios em um sorriso e logo moveu-se ao pequeno palco.

The Interview; The Principle Of Our LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora