Capítulo 31

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(música “My Man” disponível na playlist!)

         Dos lábios de Aurora ecoou uma breve canção cujo o nome era “Without You” e a mesma a dedicou ao homem que a contemplou do início ao fim. A música dizia muito; que Aurora não conseguia viver sem o Tom. Que à este ponto, não conseguiria viver sem ele. A letra era forte e intensa, de modo que Elouíse não limitou-se em permitir que a sua mente a dissesse o mesmo; que não conseguiria viver sem Sebastian. 
         Logo a loura cessou a voz e recebeu inúmeros elogios. Tom encontrou-se com ela e a envolveu, recolhendo pequenos risos divertidos de sua boca e de todos os presentes defronte à cena levemente boba e romântica. Ela desceu com o seu auxílio, e Elouíse subiu. Ao vê-la no palco, Sebastian surpreendeu-se. Ambos se conheciam muito bem, contudo, o mesmo nunca a havia questionado sobre os seus dons, exceto os que ela o dissera espontaneamente; que conseguia formar uma flor com a língua, beber um litro de água de uma vez só e prender o fôlego por mais de vinte segundos. Recordou-se e riu levemente.
         A mesma situou-se defronte ao público e observou um vulto; o limbo. De repente, uma luz a guiou e a sua mente se iluminou com uma decisão repentina. À princípio, escolhera uma música específica. Agora, escolhera outra. Lembrou-se de Aurora no cômodo de sua pequena residência, nos inúmeros meses onde a mesma lia os textos e cantava alguns números dá Broadway. Broadway. Em vez de uma música pop, optou de última hora por um sucesso do teatro. Se ele ofereceu tanto à Aurora levando-a onde está hoje, porquê não ofereceria à Elouíse? A mesma pegou o microfone, suspirou e recordou-se de uma música que ouvira Aurora proferir neste mesmo dia. A letra era expressiva, íntima e oportuna. Por isto, decidiu imergir-se à ela. A mesma leva o nome de My Man”.
         Recordou-se de tê-la ouvido somente uma vez naquele dia, depois, porém, a encontrou na internet e a decorou. O ponto era que a música mechera com a ruiva desde o primeiro segundo, desde a primeira nota. E era um privilégio cantá-la hoje, naquele momento. Por isto, a melodia soou e a sua voz se foi junto com ela.
         No mesmo segundo, Sebastian enrugou a testa e a observou sério, de modo que esta seriedade durou em torno de pequenos segundos ao perceber que a pessoa que procurou por muito tempo, sempre estivera por perto. A sua mente tombou, o seu estômago deu um nó e a saliva não descia de sua guela. Ao vê-la exercer os famosos agudos, levou os seus dedos ao peito e notou a sua frequência veloz. A sua boca descolou-se levemente em choque e o mesmo não conteu-se ao envolver os seus fios negros em um ato de assombro. Não é possível, pensou. Não pode ser possível.
         Não só a voz, como a letra e a melodia fortemente golpeavam Sebastian. Era louco, pois a emoção e o sentimento que Elouíse colocava naquilo era verídico. Até, de repente, uma lágrima escorrer por seu rosto pálido. E depois outra, e outra. Embora estivesse em curso de um choro, isto não afetou a sua voz e nem a sua performance. Era o oposto disso, somente edificava ainda mais o seu desempenho.
         Sebastian sentiu os seus olhos encherem-se de água. O mesmo a olhava espantado, como se tivesse visto a um fantasma. Bom, àquela mulher era mesmo um e "voltara" de repente com o objetivo de assombrá-lo. Nos últimos segundos dá música, no último agudo, Sebastian sentiu todos os pelos do seu corpo arrepiarem-se e ele não se conteve ao levantar-se dá mesa em um ato abrupto e mover-se ao pequeno parapeito de madeira do comércio. A partir deste momento, sabia que não poderia mais olhá-la sem emocionar-se ou sem repreender a si mesmo.
         Elouíse ouviu inúmeros assovios e aplausos. A mesma secou o rosto e desceu, seguindo à mesa dos seus amigos. Ouvira diversos elogios dos mesmos mas não prestara a devida atenção, pois se via à procura de um homem. Ela moveu-se a todos os entornos do comércio ao por fim, encontrá-lo.

         — Ei... Você está bem? — ela chegou perto dele na ponta dos pés, como se o mesmo fosse uma bomba relógio prestes a explodir. Ou uma ave prestes a voar. Era irônico, pois quem ia, era ela.

The Interview; The Principle Of Our LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora