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Logo que Elouíse enrolou o corpo em um lençol morno e fechou os olhos, Sebastian vestiu-se com a roupa íntima e a segurou em seu colo, movendo-a ao colchão mole e limpo. Ele a observou com um leve sorriso nos lábios e com o peito repleto de sentimentos por ela... No momento em que o mesmo a pedira uma resposta, ela o dera. Dissera que fora real, não uma mera atuação. E com certeza, — a sua mente dizia — o peito dela se via na mesma situação por ele. Desejou em seu íntimo e com todo o seu ser, que sim. Nunca mendigou afeto ou reciprocidade, contudo, por Elouíse, Sebastian seria capaz de morrer e matar.
O mesmo deitou-se ao lado dela e a envolveu com o seu corpo, mantendo em vista o seu rosto avermelhado. Ele moveu uma mecha grossa de fios do ombro dela e esticou-se para assoprá-la na área levemente úmida de suor. Por fim, o mesmo depositou pequenos beijinhos na região e deixou que a ponta dos seus dedos acariciassem a área sedosa. A sua mente voou e o mesmo não esforçou-se e nem tentou controlá-la — venerá-la era um hobby. De repente, um suspiro ecoou dos seus lábios e devido aos seus toques, Elouíse sentiu o corpo todo tremer.Desta forma, os seus olhos cor de mel o observaram.
— Não quis despertá-la. — ele sorriu levemente.
Ela o correspondeu com o mesmo sorriso. — Não se preocupe com isso.
— Dormiu bem?
— Como uma princesa, — ela brincou e observou o relógio ao mesmo tempo em que ouvia o som do riso rouco dele. — mas, são três dá manhã.
— Sim. — concordou e começou uma leve carícia em seus fios ruivos e cheirosos. — Como está se sentindo?
Ela ergueu os olhos para observá-lo, já que em linha reta a única coisa que conseguia ver era o seu peito nu. — Não há como descrever.
Ele sorriu, orgulhoso. — Eu gosto disso.
— Do quê?
O mesmo suspirou levemente, em silêncio. — De como somos feitos. — soltou, de repente, depois de muito refletir.
— E de como somos feitos?
— Ao mesmo tempo em que não temos nada, nós temos tudo. Não somos amigos, mas também não somos nem mais e nem menos do que isso... — ele a olhou em seus olhos — Não posso te chamar de minha, mas também não posso dizer que não te tenho. E eu gosto de como você roubou o meu coração sem nem roubá-lo, porque no fundo... Ele sempre foi seu. — e a concedeu um reflexo profundo e intenso dos seus olhos turquesa. Não era do tipo de reflexo que você via no espelho, em um dia comum. Era um reflexo do sol, quente e belo. O sol que, ao correr de supetão, moveu-se ao céu preparando-se para brilhar em um magnífico entardecer. E era este, o majestoso reflexo dos seus olhos.
Ele a concedeu um selinho breve e cheio de doçura e, por um momento, ela jurou sentir o gosto agridoce do amor no beijo dele. Jurou sentir este sentimento, que mesmo sendo terno e belo, poderia ser trágico e infeliz. Jurou, como era noite e como o sol nasceria no dia seguinte, que os olhos turquesa dele refletiam ao amor. Ela engoliu em seco e empurrou a própria língua no céu de sua boca por longos segundos, no intento insucesso de não chorar. Contudo, de repente, uma lágrima solitária escorreu por seu rosto e ele enrugou a testa, com uma expressão tensa.
— Desculpe, foi o que você disse. — ela limpou o próprio rosto sem que Sebastian o pudesse fazê-lo. — Então quer dizer que o seu coração sempre foi meu? — desviou a atenção de si mesma.
— Sim, e a verdade é que nem sei como. — ele soltou um riso, maravilhado. Isto era um fato. Sempre esteve conectado à ela, desde o dia em que ouvira a sua doce voz no Noe.
Um silêncio confortável instalou-se entre eles e Elouíse aconchegou-se melhor na quentura do seu corpo musculoso, sentindo-se em nuvens. Ele fechou os olhos; o sono consumia o seu corpo aos poucos e mesmo chorosa, em hipótese nenhuma Elouíse ficou para trás.
***
— Ei... Psiu! — a voz matinal do homem soou.
Com certo esforço, Elouíse despertou-se. Ela o olhou com o rosto sonolento e repleto de marcas por culpa do cobertor. Deslizou os olhos às mãos dele e notou um apetitoso café dá manhã na bandeja de vidro. Sorriu levemente e espreguiçou-se com graciosidade. Sebastian colocou o objeto em cima do colchão e esperou que Elouíse se sentasse, e ela o fizera com um pouco de preguiça. Logo esticou o corpo para alcançar os lábios dele e beijá-los.
— Obrigado por isso.
— Coma enquanto está quente. — sugeriu.
A ruiva começou a refeição bebendo um pouco do suco. — Você já comeu?
— Não, estou sem fome.
— Mas não pode ficar sem comer. — ela partiu uma fatia do bolo e em um ato abrupto, a enfiou em sua boca.
Ele arregalou os olhos, um pouco surpreso e começou a mastigar. Ao engolir quase tudo, confessou: — Céus, está uma delícia.
— Eu quem fiz. — mentiu, gabando-se.
— Com “eu” você quis dizer o “Noe”? — ele a revelou, rindo.
Ela o seguiu brevemente. — Ah, me deixa! Ou você se esqueceu do piquenique que tivemos, onde eu cozinhei tudo? — ela o olhou com divertimento e corrigiu-se: — Quase tudo.
— Ah... Piquenique? Que piquenique?
— O piquenique do nosso terceiro encontro. Eu te enviei a lo...
Ele a segurou por sua nuca e a beijou com desejo. Com muito desejo. Ele poderia atear fogo sem combustível em qualquer lugar com somente a luxúria e o prazer que sentia ao beijá-la. Por fim, o encerrou com breves selinhos. — Como eu poderia me esquecer do primeiro dia em que fiz isso com você?
Ela sorriu de orelha à orelha. — Bobo.
Elouíse comeu junto com Sebastian e risos e boas conversas os acompanharam. O cenário era belo, como em um perfeito romance do Nicholas Sparks. Contudo, depois de algum tempo, Sebastian teve de ir embora ao set resolver os últimos detalhes do seriado.
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The Interview; The Principle Of Our Love
Lãng mạnE se uma entrevista desse início a uma bela história de amor? E se pequenos sons, pequenos dizeres e sentimentos, dessem início a um amor louco e urgente? E se uma pequena foto, uma pequena ordem e uma profissão destruíssem tudo o quê construíram j...