CAPÍTULO VINTE E DOIS.

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Dylan Ferreiro

Acariciando suas costas por cima da camisa que emprestei para ela, seus dedos finos e delicados deslizam pelo meu peito e barriga, traçando linhas pelo caminho. Seus fios de cabelos pretos jogados pelo traseiro com a cabeça aninhada em meu ombro, posso sentir o perfume que exala deles enchendo meus pulmões, com o cheiro dela fico pensando se deveria contar sobre o que houve com minha mão e indagar sobre o assunto de Eliot Lapuz que virá em menos de algumas horas.

Engoli em seco ao pensar nela saindo do meu quarto ao ouvir o que faço para que elas não precisem fazer, seus olhos não me olhando como antes, do medo que vou ter que suportar ver toda vez que ela me olhar, do tremor que pode aparecer a cada toque ou aproximação minha.

- No que esta pensando ? – ela me tira dos meus devaneios inclinando a cabeça para cima encarar meus olhos, depósito um beijo em sua testa ao levar os dedos em seus cabelos e fazer cafuné.

- Em você... – ela sorri ampliando meu medo de falar quem sou de verdade – Seu gemido ainda está em meus ouvidos – Forcei um riso.

Ela me bate ao franzindo o nariz junto com um riso de porquinho – Você nunca foi tão romântico.

Riu com a sua expressão prendendo seu corpo contra o meu, abaixando a cabeça volta a acariciar meu corpo com as pontinhas do dedos. A ponta do indicador desenhou um corte cicatrizado de anos atrás em minha barriga, descendo a mão passou de leve em meu curativo da coxa fazendo seu corpo ficar tenso, peguei sua mão querendo soltar tudo que estava dentro de mim.

Alisando seu dorso com o polegar vejo o corte em sua mão com linhas finas espelhadas pelos dedos, elas não estavam aqui quando peguei você no colo. Respiro fundo para ter paciência com ela, Briana esfrega a bochecha em meu peito.

- Quando quiser conversar, vou estar aqui – digo com receio dela nunca querer falar algo sobre. 

- Quebrei o espelho do banheiro... – ela também não tira os olhos de nossas mãos – Posso pedir para Lana comprar outro comigo quando formos para o centro.

Aceno com a cabeça tentando recuperar qualquer coragem dentro de mim que possa tirar o medo em minhas veias, a verdade sempre dói e o medo passa a nos corroer.

Com o peito doendo pelos batimentos rápidos que os pulmões e o coração davam juntos, tive que tomar uma dose do perfume dela para acalmar meus órgãos.

- Machuquei a mão, pelo fato de ter batido no rosto de um dos homens de Chong – esperei alguma reação dela, no entanto, ela ficou deitada comigo – Ele tinha informações que poderiam ser úteis, dei chances dele falar, mas ele não se rendeu...

Suspirei elevando a cabeça dela em meu ombro, a próxima coisa que eu falar ela vai sair de meu quarto, me expulsar de sua vida e não vou poder fazer nada.

– Eu matei ele com balas na cabeça e incendiei junto com os outros corpos na fábrica antiga.

Briana fica alguns segundos ainda observando nossas mãos antes de entrelaçar os dedos nos meus e encaixar com perfeição, sua mão é macia e fina, meu coração estava batendo forte, que,  com certeza ela conseguiria ouvir na posição que estava.

- Você se sentiu mau ? – sua voz era baixa que mal pude ouvir.

- Não – deslizei a mão em suas costas seguindo o osso de sua coluna – Não dá para se sentir mau com uma coisa que você está acostumado a fazer.

Ela desfaz os nós dos nossos dedos, saindo do meu abraço para ficar de barriga para baixo, apoia os cotovelos no colchão entre meu braço e a lateral do meu corpo. Seus olhos estavam nas minhas pintinhas, os dedos não paravam de toca-las, sempre desenhando, traçando linhas invisíveis.

- A quanto tempo... exatamente você faz isso ? – pergunta sem desfiar os olhos do que estava fazendo em meu ombro.

Minha boca fica seca, as mãos suadas, puxo ar piscando algumas vezes para afastar qualquer sentimento de medo.

- Comecei aos vinte anos – respiro para ter coragem de tocar seu rosto e ergue-lo para olhar em seus olhos e ver o que ela sentia, mas não consegui, não tive a coragem.

- Em Santa Monica você já fazia isso... Era isso que fez você ficar uma noite inteira fora ? – confirmo com a cabeça e uma carícia em seu ombro – Pensei que era por mulheres – ela diz meio sem jeito.

- Era isso que você pensava esse tempo todo, daquela noite ? – ela sorriu mostrando os dentes brancos e retos, não consegui evitar uma gargalhada com ela ainda do meu lado sem graça pela confissão. 

Suas bochechas ficaram rosadas – Uma noite fora significa isso, não? – Balanço a cabeça para um lado e outro, negando com um sorriso de orelha a orelha, revirando os olhos em sua orbita sorri - Por que não me contou antes ? – Perguntou

- Medo – sussurro encarando o teto sentindo seu toque em mim, você não  se assustou... porque não? Pensei que tivesse a total certeza que iria me deixar por saber.

- Medo do que, Dylan ? – seus olhos recaiam sobre mim.

Fecho as pálpebras respirando seu cheiro perto de mim – De você ir embora, começar a me ver de um jeito, que não suportaria saber que fui eu que causei. Essa parte só Romero conhecia.

Ele criou isso, e eu tive que aceitar.

- Eu nunca faria isso – ela diz colocando a mão em meu rosto, suspirando beijou minha bochecha – Todos temos essa parte sombria dentro de nos, é normal de um ser humano... Você não é o único que tem uma coisa para esconder dos outros.

Ela olha para baixo pensativa, cutucando a cutícula do dedo, levo uma mecha de seu cabelo para trás da orelha deixando suas bochechas e boca amostras.

- Eu sai sem seguranças para ir no restaurante – diz atropelado as palavras.

- Você estava no meio do incêndio? – pergunto ajeitando meu corpo no colchão.

- Não... eu causei o incêndio – ela olha para mim com lágrimas – Fiz isso para encobrir as evidências minhas e dos corpos... Rafael não foi o único que matei hoje, Dylan – ela balança a cabeça - Foi o primeiro de quatro. Eu não queria mas eles estavam ali, armados...

Briana encarava meu ombro, enquanto não tinha palavras para expressar como ela estava abalada. Umedecendo os lábios puxo sua cabeça para beijar sua testa e acariciar seus cabelos com as pontas dos dedos.

- E você só queria se proteger – falei baixinho, foi por isso que perguntou como me senti... encostando sua testa na minha, compartilhamos o mesmo oxigênio que estava entre nós  - Como se sentiu ?

- Uma parte de mim... – ela soltou um ar pesado antes de continuar – se sentiu bem fazendo aquilo... como... se eu tivesse dormindo por tanto tempo que quando fiz, me senti viva, de alguma forma – ela se afasta para olhar em meus olhos – Mas a outra se sentiu culpada ... essa foi a que você viu quando cheguei.

- Ficou com medo ? – ela acena com a cabeça, colocando a mão em seu rosto posso ver a confusão que estava dentro dela – No começo também me senti assim, confuso pelo ato que fiz... – fui obrigado pelo ódio a fazer – A sede de sangue, seja ela por vingança ou por justiça, sempre vai estar ali, de mãos dadas com você. No começo você fica confuso e não sabe o que fazer, mas depois você entende porque fez e sabe que se fosse preciso faria novamente.

Briana com seus grandes olhos presta atenção em cada traço de meu rosto,  passo o polegar em sua bochecha morna apertando carinhosamente.

– Você ficou bem sexy, agora – falo com um sorriso melancólico – Não pensei que fosse possível ficar mais.

Os cantos de seus lábios se curvam para cima, ela passa o indicador em meu nariz desenhando o formato dele, enquanto distribuí beijinhos pelo meu maxilar, bochechas e o último acaba em minha testa enrugada sem entender direto o do porquê disso.

- Eu nunca sentiria medo de você, durmo com você todas as noites sem exceção, isso... pra mim, é um sinal de confiança. Confio em você de olhinhos fechadinhos, Dylan.

Ela se inclina beijando minha boca, faço questão de transformar em um beijo de desejo e carinho por ela e suas palavras. Seus lábios são macios e bem preenchidos que tomam corta dos meus, nossas línguas dançam com harmonia querendo mais e mais contato físico.

Com uma mão entre seus cabelos, entrelaço fios em meus dedos apertado para que ela não saia do meu contato, com a outra aperto seu corpo no meu conseguindo sentir a pulsação de seu coração e o ar faltando aos poucos, assim como os meus.

Briana não para o beijo ao apoiar a perna encima do meu quadril e subir encaixando-se em minha ereção, mexendo o quadril para frente e para trás solta um gemido entre meus lábios, que tira qualquer pensamento sólido de mim.

- Ei. Ei – paro de beija-la umedecendo os lábios – Preciso pedir algo para você antes de ficar embriagado com seus gemidos – Ela não sai da posição mas se afasta um pouco para encarar meu rosto com as sobrancelhas medias juntas – Quero que minta sobre estar em um relacionamento sério.

- Pra que? – ela senta encima de mim com a expressão séria e confusa.

- Eliot Lapuz, é um dos chefes da Máfia Italiana que comanda todos daqui, inclusive a mim – Ela dá de ombros – Sendo assim, ele tem o poder de casar qualquer um que venha beneficiar dinheiro e mais poder a ele.

- Inclui a mim e Lana, também? – confirmo passando as mãos em suas coxas nuas e quentes, ela morde o lábio inferior pensativa no assunto.

- Se ele souber que você – aperto os dedos em sua pele -  está sem uma aliança no dedo, Eliot não vai parar para pensar duas vezes antes de arranjar um noivo para você. Lana vai fingir estar comprometida com alguém, e preciso que faça o mesmo.

Ela abaixa a cabeça passando os dedos em meu abdômen.

– Você já tem alguém em mente ? Por que se ele saber que você também está  sem o anelzinho, vai casar você. – sua voz fraquejou com a as últimas palavras.

- Tenho – sorriu ao ver seus olhos me fuzilando de todos os sentimentos possíveis – O nome dela é Briana, está no meu colo nesse exato momento. Aceita, linda ?

Ela morde o lábio tentando não sorrir amplo, beijando minha boca suas mãos vão para minha nuca arranhando minha pele, fazendo meus pelinhos se arrepiarem, ultrapassando  a camisa agarro sua bunda arrebitada encima de mim, marcando os dedos em sua pele. Forçando seu quadril para baixo mexendo em uma velocidade excitante, a cabeça do meu pênis lateja pelos pensamentos impuros que tenho com ela.

Sinto sua mão deslizar entre nossos corpos, os dedos puxando a bainha do meu moletom, erguendo a bunda, Briana enfia a mão para segurar meu membro, acariciando de cima pra baixo, roçando os lábios nos meus, mordo o lábio quando ela introduz a cabeça em sua entrada escorregadia soltando um gemido com a feição de prazer.

Seguro sua cintura enfiando mais fundo observando o delírio da noite continuar em minha cama, com as mãos em meu abdômen ela mexe junto comigo, se vou pra cima, ela desce encaixando sua boceta gostosa envolta do meu membro ereto, ainda apertada, entre gemidos baixinho de excitação.

O pescoço alongado e as pálpebras fechadas, ela rebola devagar enquanto admiro com tesão pra porra sua boceta engolindo meu pênis, ela desce soltando um gemido com as unhas arranhando meu abdômen. Levanto a camisa até seu umbigo, embolando o tecido fino na palma da mão deixando sua cintura e seios marcados, bato em sua bunda fazendo um estalo alto.

Briana dá um gritinho de dor, os bicos de seus seios estão aparecendo por cima do tecido da camiseta, a vontade de chupar eles ficou em meus olhos, levando as mãos a barra da blusa ela puxa para cima, mostrando seus seios que tantas e tantas vezes ficaram em minha boca. Pude domina-la e dar o prazer com as chupas e dedadas em sua intimidade.

Sentando para beijar o meio deles sentindo o corpo dela se arquear para mim, seus dedos entram em meus cabelos apertando com resmungos abafados e entre cortados. Mexendo o quadril em um conjunto de reboladas lentas e descidas eufóricas.

- Goza pra mim, amor – digo olhando em seus olhos entreabertos.

Passo a língua envolta da auréola para depois chupar devagar deixando uma mancha avermelhada nele, puxo o bico com a boca sugando agressivamente, deixando ela em seu delírio perfeito. Acariciando o outro para não ter desigualdade, Briana começa a respirar ofegante e os dedos que antes estavam em meus cabelos desceram para a nuca afundando a unha em minha pele, abraçando sua cintura com um braço desço seu quadril gentilmente ouvindo os gemidos presos na garganta.

- Quero ouvir você, me mostra o que sente por mim – digo beijando seu pescoço alongado.

Umedecendo os lábios carnudos, ela respira – Quero mais...

- O que você quer ? – pergunto sabendo a resposta.

- Sua mão... seu tapa... eu gostei.

- É uma ordem, patroa?

Acenando com a cabeça, não perco o tempo metendo mais dois tapas que ecoaram pelos quatros cantos do quarto assim como seus gemidos mais prazerosos. Soltei seu seio indo em direção ao seu clitóris e mexendo com intensidade, já sensível foi fácil fazer ela gozar em pau.

Derramando gozo em minhas coxas, seu corpo ainda continua a mexer ainda aliviando a pressão que sua boceta faz em meu membro para soltar mais de seu gosto. Puxando seu lábio inferior com o os dentes giro seu corpo, deitando por cima me retiro de dentro  dela encharcado e ainda duro pra caralho.

Desço com beijos leves que a faz se remexer nos lençóis brancos embaixo de nossos corpos quentes. Fico de joelhos, pegando em suas coxas inferiores erguendo deixando exatamente como a visão da Ilha da cozinha, sorrindo como uma safada, arreganha as pernas me mostrando que aceita mais e que aguenta.

- Me fode, garotão.

Fechos os olhos para acalmar a vontade de penetrar forte e violento... mas apenas me abaixo beijando o interior de suas coxas sentindo o olhar de confusão dela sobre mim, com a língua levo seu gozo para cima deixando-a sensível ao gesto.

Suas unhas arranham o começo de minhas costas, me deixando louco por sua boceta molhada. Levo um dedo para dentro de sua intimidade sentindo sua temperatura se misturar com meus dedos frios, deslizando fácil arranco um suspiro dela, seu tórax se esforçando para não acelerar demais  as mãos amassando os lençóis perto delas, mordendo o lábio inferior ela rebola em minha boca, minha língua faz carinhos lentos mas que a deixam fraca, com o dedo entrando e saindo, enfio mais dois, ficando difícil dela se contém em meus três dedos dentro de sua boceta, ela mexe o quadril mais rápido.

Coitado dos lençóis.

- Dylan... vou gozar... – seus lábios se apertam um no outro para contém os gemidos altos após gozar em meus dedos, sua entrada está tão aberta que me surpreendo ao ver ela se fechar envolta deles, despejando seu sabor nos lençóis.

Subo dando selinhos pela barriga, paro para chupar seu seio ainda incentivando minha garota a despejar tudo que têm, fazendo carinho com o polegar em seu clitóris enquanto os dedos abriram mais ela, encostando os lábios em sua bochecha rosada ela solta um suspiro ao tirar meus dedos de sua intimidade e leva-los a boca, chupando seu gosto na minha frente, sem presa passa a língua entre meus dedos limpando qualquer resquício que tinham dela. 

- Porra, amor – meu pênis lateja pela visão que Briana me dá – Preciso tanto de você... mas acho que esgotei todo seu conteúdo por essa noite.

Passando a língua em meus dedos com calma olhando em meus olhos, suas pernas são cruzadas envolta de mim, o olhar felino me desafia.

- Você só  sai daqui, quando me fizer gozar de novo, Dylan Ferreiro – semicerro os olhos nos delas – Me fode. Eu aguento.

Coloco a cabeça apenas olhando entre nossos corpos, com a entrada preparada não precisei utilizar a mão que estava em sua boca, arqueando as costas ela aperta meu braço com força soltando um gritinho de prazer ao enfiar tudo e parar dentro dela.

Com os olhos nos meus, ela não desvia enquanto seu corpo grita de prazer, mexendo o quadril com meu pênis enterrado até o máximo, ela revira os olhos os fechando.

- Olha pra mim, Briana – minha voz sai grave como um comando, suas pálpebras pesadas se abrem e os negros deles brilham ao olharem direto para mim – Quero que goze olhando para mim.

Saindo com calma de dentro dela, seu corpo protesta, sua entrada se aperta.

- Não quero que saía – diz faltando fôlego – Fica dentro de mim – ela aperta sua perna envolta e puxa minha nuca para encostar sua testa suada na minha – Quero você assim, tão perto que sinta as batidas do meu coração.

Apoio o antebraço perto da sua cabeça com a testa ainda na sua, afundo as pontas dos dedos em sua coxa para não forças com tudo dentro da sua intimidade. Enfiando com calma sua boca se abre em um espantar deixando a mostra sua sensibilidade na região, a cada investida meu quadril rela em seu ponto a fazendo choramingar de tesão.

Mordendo meu lábio, ela segura com força, as unhas presas em minhas costas começam a arder, com a dor, tiro até sentir seus lábios em minha cabeça enterrando com mais força a cada retirada. O barulho das peles e do lubrificante se misturando com os suspiros e gemidos que damos, são insanos de tão gostoso.

Mais, mais, mais e mais forte.

Vou até ouvir um gritinho com gemido saindo perto do meu ouvido, ela leva sua mordida para minha clavícula enquanto seu corpo treme minimamente embaixo de mim e sua intimidade se aperta e solta ao despejar seu gozo em mim, ainda dentro dela.

- Não para... por favor, não para – ela cruza o olhar no meu novamente. Sua pele esta brilhando, sua boca rosada assim como as bochechas, as sobrancelhas arqueadas em prazer.

Meu quadril pede mais do barulho de peles, minhas mãos formigam por ardência e não resisto ao levanta-la batendo com força em sua bunda, uma, duas, três vezes, estocando cada vez com mais rapidez sentindo a cabeça, literalmente, explodir dentro dela. Com gemidos uníssono, ela se satisfaz mais uma vez enquanto meu membro pulsa dentro dela, se misturando com seu gozo.

Deixo meu corpo sobre cair encima do seu, ofegante. As batidas de seu coração pulsam em meu ouvido, com a cabeça apoiada em seu peito consigo perceber quando Briana começa a se acalmar, suas mãos deslizam pela minhas costas, e as minhas acariciam seus ombros, clavículas e pescoço.

O silêncio não é incômodo para nós, ficamos deitado ajustando nossos pulmões em respiração calmas e profundas.

- Dylan? – sua voz doce me chamou antes que eu pudesse fechar os olhos e dormir, virei a cabeça em sua direção – Por que esse tal de Lapuz vai vir pra cá?

- O primeiro motivo é pela inauguração do Museu de San Francisco, segundo por ter negócios a tratar aqui e terceiro – passo o polegar em sua clavícula  - O meu futuro na máfia dele – Briana ergue meu rosto com os olhos semicerrados – Não vou sair de perto de você.

- Sei que não ... Mas entrar na máfia dele é suicídio, não?– ela diz revirando os olhos fechando as pálpebras, seu peito sobe e desce devagar.

- Você fala como se eu já não estivesse em uma – beijo o meio de seus seios, ela passa as mãos em meus cabelos, apoio o queixo em minhas mãos.

- Temos que ir na inauguração? – Ela encara o teto.

- Como o sobrenome Ferreiro é praticamente visível em qualquer lugar pelos prédios e empresas construídas, sim – deitei ao seu lado observando seus traços do rosto – Ficaremos no máximo três horas, depois vamos embora – passando sua atenção para mim, inclino a cabeça selando meus lábios nos seus – Prometo.

Abraçando meu tronco, Briana esconde a rosto em meu peito, puxando o máximo de ar que consegue. Trazendo o travesseiro para perto de minha cabeça, dobro ele.

- Tommy vai estar lá. Chong sempre ia com os filhos para esses eventos se gabando deles, eu e minha mãe ficamos com a casa só para nós duas, comíamos o quanto quiséssemos, riamos o mais alto possível que dava, brincavamos com a cozinheira até ouvirmos o carro estacionar na garagem... depois voltamos para as quatros paredes do quarto no último andar.

“ Uma vez, esqueci o meu bichinho de pelúcia perto do sofá... não me lembrei no momento do desespero, minha mãe segurou meu pulso e subiu correndo as escadas – ela solta um ar pesado e quente contra minha pele – No outro dia Chong bateu a cabeça dela contra a mesa na frente de mim e dos dois filhos, Tommy tinha seis anos... um menino pequeno viu o próprio pai bater na mãe, tirar sangue dela. “

Bri não desgrudava a cabeça de mim, não pude ver as lágrimas cair mas senti cada uma deslizar pela minha pele.

- Ele viu aquilo... ela foi agredida por minha causa – cada palavra bateu em minha mente – Eu deveria ter falado que não era culpa dela, ter defendido ela, mas não fiz... não tive coragem de desobedecer ele.

Era assustador como ela se culpava por tudo que aconteceu naquela casa, no seu passado.

- Bri, você não tem culpa por absolutamente nada que aconteceu naquela casa. San é um filha da puta, por fazer você acreditar que teve algo com... – engulo a raiva que começa a subir.

Elevando a cabeça vejo seus olhos cheios de lágrimas, mordendo o lábio sua mão desenhou  minha sobrancelha franzida, que desfiz na mesma hora ao perceber, tirando uma risada triste dela.

- Essa menina que se esconde em você, impedindo, tudo de bom que possa vir acontecer com você  - tenho sua total atenção – Tem que ser jogada na lixeira, pra fora da sua vida. A mulher que você está se tornando não precisa mais dela.

– Posso pedir um favor ? – semicerro os olhos, curvando a boca – Não esconde nada de mim... tá bom ? Você já me mostrou tanto de você nas duas semanas que ficamos fora, que quando me contou sobre isso – ela pega minha mão passado os dedos pelo dorso – Parecia que você tinha mentido pra mim.

Minha cabeça me leva para a hora que Tommy, seu irmão caçula, entra em meu carro e solta todos os caralhos que achei ser impossível acontecer, do telefonema que não deu em merda alguma. Porra, Tommy! Se eu perder sua irmã pelo o que me fez prometer, quebro suas pernas, garoto.

Aperto o travesseiro ajeitando ele em minha nuca, olhando para Briana ainda esperando uma resposta positiva sair de mim. Fecho as pálpebras recebendo um aperto de sua mão em minha bochechas, com os lábios em formato de peixe, uma gargalhada sai dela enchendo meu corpo de energia boa, felicidade.

- Prometo, patroa – digo ainda com suas mãos apertando meu rosto, seus lábios encostam nos meus, abraço sua cintura.

•••

A falta de nicotina em meu sistema apareceu assim que ouço sua respiração profunda em meu ouvido, dormindo abraçada a mim, seu nariz em meu pescoço, que a cada respirar surge um arrependimento, não tenho coragem de sair de seus braços. Fecho ao olhos alisando sua perna envolta de mim, contando sua respiração. 

56 fungadas em meu pescoço.

Sabendo que por mais que tentasse dormir, não conseguiria. Com ela aqui tudo parecia mais fácil, agora, depois da promessa não consigo afundar meus demônios dentro da minha cabeça, porque de algum modo eles conseguem subir.

Não queria sair do lado dela, no entanto meus pulmões gritavam por nicotina e fumaça preenchendo eles. Deixando um corpo esparramado no meio de minha cama, sento na beirada apertando os olhos com os dedos tirando qualquer resquício de voltar para seu lado, precisava de uma tragada.

Pegando o cigarro e o isqueiro na mesinha, vou para a janela abrindo para me sentar na borda recebendo um calor de noite. Passei a ponta do cigarro entre meus lábios apreciando a mulher embolada nos lençóis, com seus fios escuros esparramados pelos colchão, a boca entreaberta.

O quarto tinha o cheiro de sexo, minha cama tinha o cheiro dela, a camiseta que ela vestiu por pouco tempo tinha, meus pulmões tinham, tudo que se refere a ela e a mim tem. Briana dorme profundo encolhida com os lençóis, cobrindo seu corpo nu embaixo deles.

No começo era puro orgasmo, agora, deixo uma risada escapar, ela me tem por completo. Todas minhas faces estão guardadas com ela, e apenas com ela. Respirei puxando a fumaça que enterrou meus demônios para debaixo do tapete por essa noite.

“ Sem sentimentos “  Você me fez ter sentimentos, mulher. E por isso sou capaz de fazer coisas terríveis por você.

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[N|A] Oi foficos! Como vocês estão? Esta o gostando da história? A partir daqui só vai ser o barraco ( kkkkk ). Não esqueçam de deixar a estrelinha 💫 e comentem, interagem.
'brigada por ler!

De : Bruna Severiano
Instagram e Twitter: bruna_severianoo

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Russa Perigosa ao Extremo. Onde histórias criam vida. Descubra agora