CAPÍTULO TRINTA E NOVE

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Briana Chong.

Sai do banheiro com o cabelo solto e a adaga em minhas mãos, Fauno estava caído no banheiro e ciente de que se não fizesse o que eu mandasse faria exatamente a mesma coisa com o outro olho. Eu queria os dois presos, atrás das grades e passando cada dia de suas vidas entre quatro pequenas paredes de tijolos, atravessei a metade do Museu com a adaga em minha mão, pessoas virão a adaga em minha mão? Provavelmente, não estava tentando esconde-la. Não foi difícil achar Dylan em meio aos seguranças do Museu que tentavam achar de onde vinham os gritos de desespero de Fauno. Lana, Thai, Polo e Don estavam juntos com Dylan junto a estátua que nos fez dançar, passei em passos normais perto dele, indo para a saída.

- Onde você estava? - ele me pergunta segurando minha mão, continuo caminhando para fora do Museu, mas desta vez com os dedos entrelaçados com os dele.

Foi quando ouvi os primeiros disparos vindo de trás, os braços de Dylan me rodearam como se eu fosse uma bola fofa de algodão. Empurrando nossos corpos para o lado, senti uma ardência em meu braço e algo descendo lentamente de meu ombro, guardei o xingamento entre os dentes para não soltar junto de um grito de dor. Minhas costas estava encostada na segunda estátua de frente para a porta.

- Briana - a voz sombria de Chong me chamou pelo Museu congelando qualquer sangue que saísse de mim - Vamos minha querida, venha para mim e... - ele fez uma pausa e pude ouvir sua respiração alta pelo espaço silêncioso que ficou - E, deixo seus amigos saírem pela porta.

Meus olhos não saíram de meus joelhos, o foco estava na voz de Chong fazendo um acordo comigo, um que ele teria o prazer de desfazer assim que eu estivesse em seus braços. Senti os dedos de Dylan entre ao meus, olhei para o lado e o vi, eu o vi com medo e com uma arma em mãos assim como meus amigos e Lana escondidos, também, atrás das estátuas. Me ajeitei em meus pés ficando agachada de frente para Dylan, seus olhos se cruzaram com os meus e senti o coração parar, ele balanço a cabeça brevemente como negação do que eu iria fazer.

- Me escuta - foi a única coisa que eu disse antes de ser interrompida pela voz baixa e alterada dele.

- Não. Você não vai fazer isso, eu disse que você estaria a salvo dele comigo e é isso que vou fazer... - antes dele continuar seu discurso de querer bancar meu cavaleiro com o cavalo branco, apenas balancei a cabeça em um sorriso triste mas com um certo alívio de saber que eles teriam chances de saírem vivos dessa merda que eu criei de algum jeito.

- Tá tudo bem, Dylan - digo, passando a mão em seu rosto e vejo seus olhos marejados e as sobrancelhas franzidas - Eu vou conversar com ele... - nem eu estava acreditando no que dizia, imagina ele - Mas você vai ter que pensar rápido, você leva todos para o carro e eu vou logo atrás. - ele ri com ironia e irritado, sua respiração estava alterada e o coração pulsava alto em sua garganta - Confia em mim.

- Eu não vou deixar que ele leve você de mim, eu prometi isso a você, Bri... e a mim mesmo - ele diz entre dentes e a vontade de chorar fica maior - Não posso deixar você fazer isso, Linda. Eu simplesmente não posso.

Ele segura meu rosto com as duas mãos e me beija com fervor, seus lábios deslizam com os meus e sei que isso não era o momento, mas se eu fosse pega pelo Chong e ficasse sem ele, sem o toque dele e ainda brigada com ele... Não me desculparia nunca. Ele deixou um selinho em meus lábios ao encostar a testa na minha, a respiração acelerada.

- Você é o meu tudo, Bri - a voz dele sai baixa e rouca.

Facho meus olhos aos passos ecoando pelo espaço do Museu, tirando suas mãos de meu rosto levanto rápido ao ponto de Dylan não conseguir agarrar meu vestido para me puxar de voltar. O olhar de San Chong foi para mim com surpresa.

- Resolveu aparecer? - ele diz achando graça, Yom estava ao seu lado com uma arma em mãos assim como cada um de seus seguranças, eram cinco no total - Venha, Briana. Não seja teimosa, voltar para casa e acabar com essa palhaçada de caça, o melhor que pode oferecer para Tommy e para seu amante.

Meu coração acelerou, ele sabia quem atacar. Quem ele podia meter uma bala e me deixar destruída, ergui o queixo com a arma de Dylan em uma de minhas mãos e a outra com a adaga apertada em minha palma da mão.

- Eu não estava brincando de caça - digo, dando dois passos para o lado oposto de Dylan - Acha mesmo que se eu for com você, não vou tentar fugir?

- Você já é grandinha para saber que se tentar isso mato todos que estão naquela mansão, Briana - Ele não estava blefando, eu sei que não. Matou três pessoas que tentaram me ajudar a sair das mãos dele.

Eu sentia o olhar de todos em mim.

- Eu vou com você - falei encarando os olhos sombrios de San Chong - Mas, tem que deixar eles irem para o carro.

- Se apegar a alguém assim, te causa sentimentos Briana. Deveria ter aprendido com a morte de seu amigo... O tal... Caio? - franzi o cenho em raiva - Isso, mas antes dele foi a prostituta da sua mãe que matei. - ele disse com um sorriso no rosto, ele fez movimentos com as mãos no ar antes de parar de falar - Mas percebo que precisa de mais dois empurrãozinhos para compreender o que digo.

Apertando forte a adaga em minhas mãos, o sangue fervilhava em meu corpo, passando entre meus dedos fechados tanto no punhal da adaga como no corpo da pistola. Sua última frase ecoava pela minha cabeça como se batiam em cada canto ganhando mais velocidade para atingir minha fúria. Atiro a adaga com toda força na direção de Chong que o próprio arregalou os olhos, mas o grito de quem ouvi foi de Yom, não esperava que ele entraria na frente do pai para o proteger, a ligação entre eles tinham se fortalecido durante os três meses que fiquei fora.

Yom caiu de joelhos no chão grunhindo com ódio para si mesmo, e talvez para mim, os homens de Chong estavam ocupados protegendo e tirando os dois do local. Quando senti uma mão quente pegando a pistola de minha mão, Dylan ficou na linha de frente de meu corpo, apertando o gatilho da pistola sem parar, como os seis seguranças que tinham vindo com a gente. Don gritava algo para mim, no entanto, meu corpo todo tinha parado, virado pedra em ação no que eu fiz.

Tudo em minha volta parecia em câmera lenta, as pessoas gritando e correndo para todos os cantos possíveis, dois seguranças de Chong sendo baleados e caindo no chão de mármore branco e sujando com o liquido vermelho e grosso que saiam de seus corpos, desviei a atenção para o local que eu tinha sido baleada e gotas de sangue apareciam no piso. Foi na hora que pisquei, que os dedos de Dylan se entrelaçaram aos meus e fui puxada para a escada da entrada ainda com os ouvidos abafados pela adrenalina. Fui colocada no carro as presas assim como Lana, minhas mãos estavam completamente paradas e sem a tremedeira que sentia antes, as mãos de Dylan envolvia uma arma e a outra segurava o buraco em meu ombro.

Tudo foi rápido, a saída do Museu... eu não tinha guardado nada. Era como se meu corpo tivesse sido tele transportado para dentro do carro, junto com Lana, Don, Polo e Dylan.

Russa Perigosa ao Extremo. Onde histórias criam vida. Descubra agora