CAPÍTULO VINTE E OITO

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Briana Chong

Minha cabeça estava em um turbilhão.

Kim falou que quem fosse o dono dos quilos de farinhas que roubamos, que na minha opinião não roubamos, mas sim, eram nossos já que o Cibo era nosso por direito e tudo que estava dentro também.

Não vi como um roubo, mas sim como defendendo o que era nosso.

Esse era o pensamento que estava tendo até o momento que Polo ligou para Don avisando que Dylan tinha sofrido um ataque junto com seu melhor amigo, isso fez qualquer pensamento de certeza de que ninguém saberia o que tínhamos feito, fosse para o ralo.

O instinto de proteção que eu tinha comigo mesma se ampliou, indo ao redor de Dylan assim que o médico entrou na mansão e pós as mãos em seu corpo machucado.

- Como a senhora falou – o médico limpou a garganta – As costelas dele estão machucadas, trincadas não. No entanto recomendo que ele passe essa semana em repouso absoluto – ele tirou as luvas as colocando dentro da maleta – Bom, claro. Se isso for de seu agrado.

Dylan, olhava para o médico com tédio. Sua mão ainda segurava a minha deixando minha preocupação um pouco menos alterada.

- Ele vai fazer – digo desviando dos olhos do médico para os verde musgo irritado com as minhas palavras, fiz o mesmo mas com o olhar dizendo : Você vai, nem que eu tenha que amarrar seu corpo na cama.

Dona Lucia e Don entraram no mesmo instante, suas faces estampavam a preocupação de um pai e de uma mãe querendo seu filho em melhores situações.

O médico fez uma breve reverência para nós, Don guiou o homem para seu carro que estava na entrada da mansão, enquanto Dylan balançava a cabeça olhando para o nada.

- Você vai seguir as instruções... – digo beijando sua bochecha, seus olhos semicerram para mim – Por mim.

Aproximo mais dele fazendo carinho em seu cabelo curto e escuro quando distribuía beijinhos pelo rosto morno dele.

- Beijo, não  vai me fazer ficar na cama – ele diz com brincadeira.

- Vai sim. – digo sorrindo para ele, ainda perto o suficiente para encostar a ponta do meu nariz no dele – Por favor. – pedi baixinho.

Acenando com a cabeça, seus dedos entram em meu cabelo levando minha boca para sua. O beijo foi leve e com gosto de camomila.

(...)

Segui Dylan para o segundo escritório no segundo andar.

Lá estavam, Breno e Gabriel.

O menino Hacker estava focado na tela do computador aberto a tudo que era vídeo de seguranças do local do ataque, Gabriel estava fumando no sofá seu terceiro cigarro pelas bitucas amareladas no sincero.

Dylan sentou na cadeira atrás da mesa longa escura de madeira, com uma cara de dor por milésimos de segundos antes de se endireitar na cadeira.

- Conseguiu algo ? – perguntou para Breno que no mesmo instante girou a cadeira para ficar de frente com seu chefe.

- As fitas são Hackeadas, a qualidade é boa... mas não o suficiente para ver o olho do homem – Breno diz com um suspiro.

- Mas por que você precisava de uma imagem nítida dos olhos ? – pergunto me sentando no sofá.

- Seria mais fácil achar a pessoa, tenho um sistema que consegue fazer isso em questões de cinco minutos – Breno moveu a caneta na mão pra outra – Mas tenho apenas essas imagens.

Levantei com curiosidade nas mãos, aproximei de Breno com o cuidado certo. Sem ficar tão por cima e sem fixar longe a ponto de não conseguir ver as imagens.

Ele ampliou um vídeo.

Nele estavam o carro dos Ferreiro e logo sem seguida os dos seguranças, em segundos um carro preto apareceu batendo na lateral do que Dylan e Thai  estavam, levantando o veículo um pouco no ar.

A fumaça que saiu dos pneus do carro preto pairavam no ar deixando a visão da câmera ruim, Breno mudou o ângulo por outra câmera que havia do outro lado do estabelecimento.

As filmagens mostraram Dylan sendo tirando com brutalidade de dentro do carro para o chão duro, sua cabeça tinha uma linha de sangue descendo rapidamente até sua sobrancelha direita, a roupa amassada, o corpo ainda não entendendo o que tinha acontecido.

Logo depois os chutes começaram. Dylan tentava proteger seu corpo com os braços, mas o homem não parava, e sabendo que não conseguiria o que queria foi para o abdômen, sem parar.

Pequenas luzes apareceram no vídeo, os seguranças dele começaram a atirar contra os homens de máscaras.

- Pode voltar e parar quinze minutos antas, Breno? – perguntei.

Acenando, fez o comando que pedi. Dylan, Gabriel e Polo conversavam sobre o ataque e a segurança minha e Lana, eles não prestariam atenção no que tinha descoberto e eu precisava que ficasse assim.

Breno voltou no exato momento em que o homem inclinou a cabeça para o lado e deixou transparecer uma tatuagem que nunca saiu da minha da mente, uma flor na lateral do pescoço junto com uma cobra totalmente preta.

Um tremor passou por mim, congelando qualquer parte que estava quente.

Observei o jeito com como o homem andava na direção de Dylan, de como sua cabeça era movimentada, seus olhos tinham um ar de vingança e sua mão... sua mão com a mesma tatuagem que Fauno Silva tinha.

Um símbolo da Máfia de seu pai. Uma orça.

- Acho que posso conseguir achar o cara com a placa e o modelo – Breno suspirou apoiando os braços na mesa – Mas é possível que já tenham queimado ou vendido... talvez roubado o carro para fazer o ataque.

Engoli a saliva, minha boca e garganta estavam secas e minha boca mal possuía saliva para molhar. Endireitando minhas cotas sinto que alguém esta me observando, piscando algumas vezes tento recolocar meu cérebro em ordem e calma.

- Eles podem ter sido burros, até esse ponto – digo arrumando o cabelo para trás dos ombros.

Girando meu corpo calmamente, encontro os olhos de Dylan me analisando com curiosidade. Seus dedos estavam apoiados acima do lábio superior e as sobrancelhas grossas se ajuntaram quando finalmente viu minha expressão, levantei um canto da boca em um sorriso tímido e fui até ele.

Polo tinha entrado junto com Thai e Lara enquanto as filmagens me surpreendia, sentados cada um em um lugar do escritório esperando que Dylan desse a primeira fala.

Andei até  a metade do caminho em passos indecisos, sem saber se sentaria ou ficaria de pé até ele estendem o braço esperando por mim.

- Como que faremos? – Polo perguntou – Temos segurança dobrados e mesmo assim acontece essas merdas! – sua voz alterou um pouco ao falar a última palavra.

- Seguranças – Lana revirou os olhos em sua órbita.

- Querendo ou não Lúcifer feminina – Polo se virou pra ela com a cara nada boa – Eles protegem você de coisa como... ataque em forma de sequestro.

Minha pele ficou fria ao ouvir a palavra que tento martelava em minha cabeça nas últimas horas, sentando em uma das coxas de Dylan seus dedos faziam massagem quentes em minha cintura, assim como embaixo do tecido vermelho, levei a mão para sua nuca fazendo carinho com as pontas dos dedos e as unhas curtas.

- Foram excelentes! – Lana bufou cutucando a unha.

Polo fuzilou Lana com o ódio que ele guardava de tudo, ele estava pronto para descontar tudo em cima dela, mas seus pulsos serraram ficando brancos por completo.

- O nosso dever é proteger vocês. – Gabriel se pôs a falar – O único problema é quando acontece algo que não esperamos.

- Vocês não esperam que sejamos atacados? – A voz de Lana aumentou – Ah. Por favor ! Somos de uma máfia, acha mesmo que não tentariam roubar o nosso território ou qualquer um de nós ? Você é muito ingênuo mesmo, Gabriel.

- Não é isso que você fala na cama, Lana – Gabriel falou com um sorriso malicioso no rosto.

Lana respirou profundo cruzando os braços no peito, olhando para a mesinha de bebidas perto de Breno que estava com o punho serrado após ouvir o que Gabriel e Lana disseram .

Dylan apertou minha coxa com carinho como sinal para que eu não saísse de seu colo, suas íris estavam de um verde escuro indo na direção de Gabriel.

- Que lindo! Se quiserem privacidade podem falar, pombinhos – Polo diz se encostando no sofá.

Dylan esfrega a temporã com os olhos fechados, os dedos tento em minha cintura massageando o tecido por cima da minha pele.

- As intrigas que vocês tem, ou o sexo que fazem em quatro paredes não é do interesse de ninguém dessa sala – Digo com tom de superioridade, olhando para todos com um tédio – Vocês já são adultos, então hajam como tal.

Gabriel ri debochado colocando um cigarro entre os lábios, Lana e Polo fingem que estão interessados com outras coisas além de resolver o problema do ataque.

- A segurança vai ser dobrada novamente – Thai diz.

- Quero que os seguranças tenham quatro horas de treinos, tanto como tiro como defesa e ataque – Dylan comanda – Quando saírem, cada um vai ter quatro seguranças do lado.

Sentado em seu colo posso sentir ele ficar tenso pelas próprias palavras ditas, acariciando sua mão em minha coxa seus dedos se entrelaçam nos meus para que ele possa saber que nada estava errado, faria isso por ele.

Tinha prometido pra ele. Assim como ele também tinha.

- Para ter um ataque, Eliot teria que autorizar... – Thai diz, cruzando os tornozelos – A reunião de Eliot hoje  mais cedo foi por isso ?

- Tenho cara de quem sabe os compromissos dele ? – Polo soltou rapidamente – Perdão.

- Eliot autorizou. – Dylan falou alto para todos ouvirem – Mas por quê? – sussurro para si mesmo.

Merda! 

Eliot autorizou Silva a fazer o ataque... mas... merda, merda, merda!

As drogas, as quatro pessoas no Cibo.

Peetro Silva tinha feito o ataque pelas drogas ? Rafael trabalhava com o Silva enquanto tinha negócios com a gente!

Que filho puta !

Um Silva iria pagar e sinceramente não me importava de qual deles seriam, mas eu já tinha um em mente... e esse seria um acerto de contas junto com a vingança.

Fauno Silva, estava na minha lista vermelha.

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Russa Perigosa ao Extremo. Onde histórias criam vida. Descubra agora