CAPÍTULO OITO.

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Briana Chong.

Uma dor aguda no útero, me fez acordar irritada.

Levantei da cama ainda sonolenta, o quarto estava escuro, as gotas de chuva batendo no vidro da janela, não ajudaram muito a afastar a vontade de voltar para cama.

Ligue o chuveiro, recebendo água quente e vaporosa.

Prendi o cabelo com uma piranha, as roupas estavam jogadas pelo chão do quarto, então, não precisei me preocupar em tirar nada. Entrei no box, deixando meus músculos relaxarem com a quentura.

Aproveitei e escovei os dentes, antes de sair do banheiro e perceber que Dylan não estava entre os lençóis, mas uma mancha vermelha escura, pintava o lado que eu estava deitada a poucos minutos.

Eba, os dias de luta chegou mais cedo!

Desci as escadas com os lençóis entre os braços, apesar da mansão ter varias janelas para clarear os cômodos, hoje as luzes estavam acesas e o tempo nublado havia tomado o lugar do sol.

Faltava poucos dias para que entrasse em tempo de calor e suor.

Terminei de descer os degraus, passei pela cozinha, parando na segunda porta que levava para a lavanderia. Coloquei os lençóis em cima da máquina de lavar roupa, ergui as mangas da blusa de Dylan, antes de pegar o balde e encher ele de água.

Ontem foi algo diferente, a sensação que eu tive com ele, o amargo que senti quando aquela mulher chegou e o chamando de cão raivoso. Não estava confusa ou indecisa, porque se eu estivesse não teria falado aquilo, não teria feito sexo com tanto... sentimento.

Merda, merda. Sem sentimentos.

Essa foi a regra entre nós dois. E ele concordou, mas ele também falou que era só meu, e somente queria eu na cama dele...

- Querida, o que está fazendo? – Uma voz calma e velha, chamou minha atenção.

O balde estava quase cheio, desliguei a torneira me virando devagar para a porta.

Dona Lucia, estava no arco da porta, o avental branco impecável, o cabelo em um coque baixo, os olhos sorridentes. Voltei a atenção para a atividade que estava fazendo.

- Aconteceu um acidente – respondi deixando o balde no chão e colocando os lençóis dentro – Se não colocar de molho, a mancha não vai sair direto na hora de lavar.

Dona Lucia me observou, parecia que ela queria perguntar como eu sabia disso, e por mais que eu quisesse contar para ela, era um tanto desconfortável relembrar o passado... da minha mãe sendo espancada pelo próprio marido, do sangue em seu rosto, do pano sendo molhado e torcido, a água vermelha passando pelos meus dedos.

Minha boca ficou seca, meu coração se acelerou e meus pulmões pararam de puxar ar. A incapacidade minha, de não ter feito nada para ajudar ela a fugir daquele psicopata, do muquifo que chamávamos de quarto. Eu era tão fraca... eu sou fraca.

Se eu tivesse a capacidade, a determinação de alguém que se importasse em ver a mãe viva e feliz. Mas eu fui fraca, deixei que Chong fizesse o que queria com ela. Comigo.

- Vou fazer um chá de hortelã – Dona Lucia colocou uma mão em meu ombro, me chamando para o presente novamente – Venha, querida.

Russa Perigosa ao Extremo. Onde histórias criam vida. Descubra agora