CAPÍTULO VINTE E TRÊS

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Briana Chong

Minhas pernas não paravam de mexer, encima da direita meu pé girava para um lado voltando para o outro. A unha do dedo mindinho já estava toda comida com cerinhas, minha ansiedade para saber o que iriamos planejar caso a polícia viesse conversar comigo ou com Adriana, estava me tirando as unhas pintadas de base.

Encostei as costas no sofá da sala de espera do prédio de vinte andares, tive que me distrair quando cheguei aqui com os dois seguranças que pedi ao Thai e Gabriel. As desculpas não foram as das melhores que já pedi, mas adiantou sorrir com um mini bolinho encomendado da padaria mais deliciosa que achei aberta as cinco horas da manhã em plena quinta-feira, para ganhar um abraço com tapinhas em minha cabeça, Thai tinha um coração mole.

No entanto, depois do afeto ele da uma ordem de Gabriel ser um dos dois seguranças a virem comigo para o escritório de Kim, o prédio de advogados formados nas melhores universidades do mundo, estavam entrando pelas portas giratórias de vidro. Havia poucas mulheres passando por ela, no que contei, até  agora, foram cinco e meio, pelo acontecimento de que a penúltima mulher ficou paralisada deslumbrado a decoração moderna e escura do lugar, depois piscou e saiu abraçando sua pasta.

Gabriel sentou de um lado e o outro segurança cobriu o outro.

Antes de sair do quarto abafado do belo adormecido, escrevi em um post it : Volto rapidinho pra você, não se preocupa, vou pedir para Thai dois seguranças. Deixei na tela do celular dele, sendo o lugar mais óbvio de ver.

Ele estava dormindo profundo do meu lado que não quis acorda-lo para falar pequenas palavras, e dormindo daquele jeitinho fofo depois de tudo que dissemos ou fizemos na noite pareceu um simples devaneio de sonhos. Dizer o que fiz pra ele ontem foi mais fácil do que tinha imaginado, o medo dele não me compreender e ao mesmo tempo brigar ou querer gritar feito um protetor  desgraçado corria até o último pedaço de meu corpo, Dylan não fez isso, pelo contrário, ele entendeu do porquê fiz,  e ouvir que durante todo o tempo que ficamos juntos ele tinha escondido uma parte de mim, não vou mentir que sentir um certo azedo em minha boca.

No entanto, entendi que ele tinha medo de me perder, porque eu tinha medo de perder ele se soubesse o que fiz. Curvei o lábio em um sorriso lembrando de seus braços me envolvendo para dormir, um arrepio percorreu minha espinha ao lembrar da sua boca na minha.

- Avisou Dylan ? – Gabriel se pronuncia do meu lado ajeitando seu terno preto.

- Sim – digo entrelaçando os dedos.

- Você deu um susto em Thai e nos seguranças ontem. Dylan quase criou uma guerra de máfia por você – seu tom de voz me incomoda – Seria sua culpa se algo acontecesse por querer ser rebelde.

- E melhor tomar cuidado como fala comigo – forço minhas costas a ficarem retas – Se eu não passo de uma rebelde, você não passa de mais um que pode ser substituído.

- Eu sou insubstituível, Briana – ele encara meus olhos.

- Não, meu amor - Com um sorri me levanto arrumando o vestido vermelho comprido e solto em meu corpo – Você não é. Como posso dizer isso de um jeito amigável... Se cometer um errinho comigo, não vai ser difícil achar outro para ocupar seu lugar.

O segurança que ficava na recepção chegou com passos leves perto de nos.

- Senhora Ferreiro – ele comprimento com o sobrenome que falei para ele, como Dylan tinha falando sobre os negócios de Romero e como o sobrenome era visto pelas pessoas, achei que seria melhor me apresentar como filha do dono do prédio – Adriana Kim, esta a sua espera. Devo acompanha-la ?

- Por favor – sorri ao ver o senhor estender o braço para me apoiar nele – Obrigada!

Os segurança acompanharam nós dois pelo caminho sempre dois passos atrás, entramos no elevador conversando sobre como ultimamente esse prédio em específico ficou mais agitado com o tempo de casais se divorciando, o senhorzinho era gentil e amigável, carequinha com alguns fios brancos, a barba bem feita, os olhos médios e de um cinza quase cristalino, a pele branca como se não tomasse tanto sol.

Contando sobre seus netos quando iam visita-lo em sua casa nos feridos e férias, chegamos rápido no andar vinte com risadas e tapinhas nas costas de minha mão, agradeci mais uma vez antes de ver ele andar calmo para o elevador, bati na porta ao relar na maçaneta e girar abrindo.

O escritório era todo decorado com cores claras e objetos modernos que tinham o estilo de realeza. As janelas cobriam todas as três paredes ao redor de sua mesa, ela tinha a vista da metade da cidade em seu escritório.

- Podem esperar lá  fora, por favor – Adriana se levantou sorrindo para mim, mas se dirigindo para os rapazes atrás de mim – A conversa entre o meu cliente e eu, deve ser sigilosa.

Não desviei o olhar da janela mas ouvir a porta sendo fechada e um obrigada sair da boca de Kim.

- É lindo, não? – aceno com a cabeça observando os minis carros percorrendo as ruazinhas – Romero fez esse escritório para mim... recompensar os anos de amor não correspondido – ela deixa uma risada escapar – Por favor.

Viro o corpo com cautela, ela senta no sofá bege esperando minha companhia.

- Se ele queria recompensar desse a você o prédio, e não um escritório – sento com as pernas fechadas pelo vestido – Ele não sentia amor por ninguém.

- Bom, ele tinha pela sua mãe – ela diz pegando a xícara de porcelana branco.

- Então por que ele não moveu sequer uma única mão para salvar ela ? – digo indignada – Vinte anos. Vinte anos de merda que eu vi ela sofrer nas mãos dele, Kim. Romero devia ter feito algo para ajudar.

Peguei a xícara que Kim me entregou com as duas mãos e bebi um gole, o chá estava doce com sabor de hortelã.

- Querida – ela relou em meu joelho – Ele quis. Eu mesma vi ele se corroendo por isso. Romero podia ser o homem mais fechado para esses sentimentos mas sua mãe despertou algo nele... ele via ela como uma bonequinha de porcelana, e ela o via como o anti-herói – suspirando seu olhar cai no chão se perdendo no tapete cinza embaixo de nossos pés – Vi o amor deles surgir e ser interrompido.

Sorrindo triste leva a xícara a boca para um gole, passo a mão em seu dorso.

- Ele também tinha por você – ela fala com mais animação – Foi por isso que pediu para Dylan correr por ele, sabia que o menino ganharia sem se esforçar – curvando os lábios sua cabeça tomba um pouco para o lado – E pelo que pude ver, ele sente algo por você, assim como você sente por ele.

Não consigo esconder o sorriso por pensar nele, é contagiante. Uma felicidade tomou meu corpo ontem por ele ter planejado aquilo e por ter pensando em mim para faze-lo junto com ele.

- Contei para ele sobre – digo levando a xícara a boca, Adriana junta as sobrancelhas – Ele ficou preocupado comigo por ter saído sem avisar e depois meio que a gente brigou e tudo ficou confuso em minha cabeça porque eu não sabia o que tinha feito ou não queria tornar real o que fiz – as palavras começaram a sair da minha boca sem sequer eu conseguir prende-las – Ele me ajudou ontem a noite.

Dylan me mostrou um lado que era compatível com o qual descobri a pouco tempo. Quando conheci Dylan, ele não falou nada, no dia seguinte sobre a luz do sol, seu rosto era mais bonito, o corpo molhado pela piscina era uma coisa linda de se vê, os cabelos caídos pela testa pelo peso da água que pingava na ponta de seu nariz e nas maçãs do rosto... ainda lembro do bom dia que recebi dele.

•••

- Se quiser posso fazer uma posse para você pintar – ele diz sorrindo, seus olhos se fecham um pouco – De roupa ... – meus olhos encaram sua entradinha marcada na bainha da bermuda - Mas se preferir posso abrir uma exceção de ficar sem.

Piscando algumas vezes, um calor sobe em meu corpo.

- Agora você tem língua? – retruco – ontem você nem falava e agora é o todo gostosão?  

Pegando a toalha na cadeira ele enxuga seu cabelo para depois ir ao corpo, meus olhos não param de encarar os seus de uma cor nova para mim.

- Obrigado pelo elogio – diz vindo em minha direção, ele é robusto para sua altura.

- Não foi um elogio, babaca – cruzo os braços no peito – Mas como poderia saber com essa inteligência pequena que têm.

- A minha inteligência é do tamanho... – ele para de falar olhando para minha boca. Fechando os olhos por poucos segundos respira antes de abri-los e começar a andar para dentro da casa.

- O raciocínio não está funcionando bem ? – pergunto com raiva me virando para sua direção. Sua cabeça mexa em negação sem olhar para trás, as costas musculosas e os ombros largos. 

•••

- Confio nele Kim – digo assim que me recupero da lembrança – apesar de as vezes ele ser um babaca arrogante – sorriu.

- Não estou negando isso, Briana – ela enche minha xícara até ao meio – Confiar em uma pessoa nessa vida é  preciso, e fico feliz por ter confiado a quer você ame.

Engasgo com o chá no meio da garganta,  coloco a xícara na mesinha para tossir enquanto Kim gargalha delicadamente ao meu lado. As mãos passando em círculos pela minhas costas, meus olhos lacrimejaram pela força de puxar o ar que não passava pelo canal.

- Então é verdade ? – ela pergunta entre um riso e outro.

- Adriana... – puxo o ar colocando a mão na almofada – A gente não esta aqui pra falar disso – Me recupero do engasgo – Vamos falar sobre o assunto.

- Tudo bem – ela bebe o chá o colocando na mesinha – Mas você não pode fugir disso, ninguém pode – Dou uma risada sem jeito – O que você disse para ele?

Limpo as lágrimas com as pontas dos dedos, minha garganta ardia.

- Apenas que tinha matado cinco homens em um dia – digo encostando as costas no sofá, dizer isso já não era mais um peso em meus ombros e por mais que eu ainda sentisse um pouquinho de culpa pelo que fiz, não me causavam choros, as sobrancelhas loiras de Kim se cruzam – Rafael foi o primeiro, ele foi em legítima defesa igual a todos os outros.

- Ok. Ele vai tem que ser a sua testemunha, quero que converse com ele e decidam o que estavam fazendo das quatro horas da tarde até as oitos horas da noite, tudo bem ? – ela me olha com as mãos juntas no colo – Com detalhes.

Aceno com a cabeça, isso não seria muito difícil lembrando que nos últimos dias estávamos mais próximos pelo sexo e também pelas conversas íntimas posso dizer que tenho uma solução pra isso, Dylan nem vai negar em confiar.

- E você já tem sua testemunha? – pergunto puxando a almofada para o colo.

- Meu marido. – Aceno com a cabeça abraçando a fofinha, a visão daqui é extremamente bonita – Também... – ela parou encostando as costas no encosto do sofá - Tive que contar tudo que fiz durante os anos trabalhando para Romero, Alisson não concordou com nada, mas aceitou meu passado assim como eu.

Soltando a respiração presa seus ombros relaxam como se tivessem carregando uma bagagem pesada durante anos, cruzando as pernas encima do sofá acerto o vestido cobrindo minhas pernas, pego a mão de Kim dando um sorriso para ela.

Como podemos nós conhecer tão pouco mas ter uma conexão de já ter vivido com ela a bastante tempo ? Já envolvi ela em uma limpeza de corpos e drogas pura, pedi para me ajudar a esconder e queimar um caminhão com corpos já em chamas... como ela consegue guardar e aceitar o passado dela ao mesmo tempo o futuro que estou fazendo ela passar igual antigamente?

- Sinto muito pelas coisas  que Romero fez e pediu para você fazer – digo – Ele não devia ter usado você assim... eu não devia ter colocado você na mesma situação.

- É passado – Ela passa o dorso da mão para enxugar uma lágrima que caiu de seus olhos azul acinzentado – Devemos deixar o passado para trás... e seguir o futuro cheio de surpresas – ela diz com um sorriso – Alisson é psicólogo, não tive seções com ele, mas depois que você acorda no meio da noite perto do seu marido pedindo por ajuda... é difícil negar ajuda de quem você tem que dividir um pouco de si. Ele disse isso certa vez, não me lembro o ocorrido, mas foi algo que me marcou. 

A história de Romero com você foi um marco em sua vida e carreira, não quero me transformar nele, não quero criar mais sofrimento para ela... em algumas partes seria bom ser exatamente como ele, sem sentimentos e sem remorso. Mas não sou assim, por sorte tenho um pedaço de minha mãe entro de mim.

- Tudo bem, agora vamos falar sobre o plano – Kim enxuga mais uma lágrima se curvando para colocar mais chá na xícara.

•••

Adriana explicou como funciona o interrogatório da polícia e como séria uma investigação na mansão, caso isso ocorresse teria que pedir um mandado e que isso daria tempo para chamar ela. Também entreguei os papéis e o celular que tinha levado comigo depois do crime.

Saindo do elevador fomos para a porta giratória, as coisas estavam me preocupando mas as chances deles acharem um caminhão pesado e queimado no meio do mar eram poucas, os corpos já estariam boiando para longe, assim espero, dei um tchauzinho para o senhor da recepção antes de ir.

Gabriel ficou ao meu lado com as mãos para frente, observando a multidão ao redor, enquanto o segurança abria a porta de trás para mim. Antes de entrar no carro algo, ou melhor, alguém chamou minha atenção do outro lado da rua, a pessoa se vestia com uma blusa de frio com capuz, as mãos dentro do bolso e os olhos cobertos com um óculos escuro.

- Não quero apressar nada, Senhorita Briana – o segurança fala baixinho para não me assustar, viro a cabeça em sua direção – Mas temo que o Senhor Dylan queira você na mansão antes do almoço.

Aceno com a cabeça relando na porta aberta, olhando novamente para a outra calçada querendo saber se era mesmo para mim que estava olhando mas o ser sumiu. Piscando para afastar a sensação ruim, entro no carro respirando para acalmar, o  segurança fechou a porta indo para frente, Gabriel sentou no banco do motorista, dá a partida e começa a dirigir para a mansão, as ruas estavam cheia e tinham poucos carros facilitando a movimentação do veículo pela estrada.

Fechei os olhos por um segundo deixando os pensamentos vagarem até chegarmos na entrada e Gabriel se referir a mim.

- Entre pela porta da cozinha – com sua mão em minhas costas me senti obrigada a fazer o comando dele.

Havia três carros brancos na entrada da mansão quando Gabriel me comandou para a estradinha de pedra as presas, quase tropecei na botinha bege que estava usando, Dona Lúcia estava no jardinzinho colhendo alguma coisa da horta.

Gabriel abriu a porta me empurrando para dentro e depois fechando a porta, com a cara fechada encarei Polo com uma caixinha branca em suas mãos grandes e dedos finos, ele estava simples, camisa social cinza com dois portões desabotoados, calça social preta e sapatos da mesma cor, os cabelos claros penteados para trás.

- Briana – ele me chama, não conseguia sair da minha posição, Thai me avisou que Polo tinha saído atarde mas não tinha voltado desde que tinha chegado na mansão – Coloca isso – ele se aproxima de mim abrindo a caixinha e pegando um anel delicado com uma pedra pequena rosa, me afastei um passo dele – Qual é alecrim dourado, por favor.

- Aonde você estava ? – empurrei o ombro dele fazendo ele cambalear para trás, suspirando alto ele encara meu rosto – Você sumiu por horas... – meus olhos arderam ficando embasados – Fiquei preocupada com você! – disse baixo para não chamar atenção.

- Alecrim dourado, posso me explicar pra você, se me disser porque sair sem as porras dos seguranças ontem – ele diz com os brilhando, pegando minha mão – Mas antes temos que fazer você viral noiva do Dylan.

Polo, pega minha mão direta e enfia o anel com carinho em meu dedo anelar, ele endireita a pedrinha no meio para ficar visível ao olho. Puxando meu braço com calma encaixa meu rosto em seu ombro, sentindo sua mão em meu tórax e cabeça, o queixo no topo da minha cabeça.

- Eliot esta com Dylan na sala – aperto sua camisa com um frio no estômago que surgiu ouvindo o nome – Vamos ter que fingir quem somos durante a visita do diabo, consegue?

Com as mãos ainda passando em minha cabeça, ele me aperta forte com a outra. Fecho as pálpebras deixando uma lágrima de ódio de alguns segundos atrás por ele deslizar em minha bochecha, abri os olhos me afastando do seu afeto, limpo o rosto com a costas da mão.

Dei um beijo na bochecha que já estava ficando molhada querendo ter coragem para passar pelo arco e dizer algo que não nos entregassem, girando o anel no dedo anelar, começava a dar passos pequenos e calculando quantas palavras diria para o Lapuz.

Do lado do arco respiro contando para ajudar a acalma, passando as mãos nos cabelos entrando na sala vendo Dylan com as mãos nos bolsos da calça social preta, a camisa social branca gelo com três botões abertos, os cabelos arrumados... ele estava lindo. Não desviei a atenção para as visitas, ouvindo o barulho da botinha bege nos pisos, seus olhos se entrelaçam no meu causando mais frio em minha barriga, sorrio ao perceber que seus ombros relaxam com minha chega.

Indo em sua direção fico nas pontas dos pés, beijando sua bochecha com carinho, sua mão foi para minha cintura.

- Então essa deve ser... Briana – ouço uma voz grave e com sotaque do nosso lado.

Virei meu corpo com calma dando um riso para o homem de preto robusto, seus quatros homens de cinza escuro estavam de pé atrás dele.

- Me perdoe  - digo estendendo a mão  - Briana Ch... Ferreiro – minha voz fraqueja por um minuto.

- A filha de Romero desaparecida – ele sorri com seus dentes meio amarelados e reto – É um prazer finalmente conhece-la, Briana.

- O prazer é meu – ele pega minha mão com certo interesse no anel.

Seus cabelos eram escuros com fios brancos por eles, os olhos marrons que não perdiam nada de vista, a pele eram uma mistura de verão e inverno. Com os olhos em minha mão, ele girou ela como se fosse uma porcelana rara acabada de ser encontrada, Dylan ajunta seu corpo ao meu lado podendo sentir seu respiração em meu ouvido.

- Noiva ? – ele beija as costas da minha mão, aceno com a cabeça – Quem foi o ganhador do prêmio?

Essa palavra prêmio me causou uma náusea na boca do meu estômago, soltando minha mão, ele  espera uma resposta minha, não consegui dar a resposta sem querer xingar ele de todos os nomes ruins possíveis.

- Pedi ela em noivado a poucos meses, Eliot – Dylan diz com a voz grave e serena, como se não precisasse dar informações sobre isso.

Eliot cruza as sobrancelhas – O aprendiz com a filha do Chefe ? – ele desfaz a careta – Meus parabéns para o casal.

- Obrigado – dissemos em uníssono. Giro o anel no dedo para não entrar em desespero enquanto Eliot conversa com Dylan em uma língua que não entendia muito bem.

O homem que estava mais perto dele quase da mesma altura ficava no celular digitando algo, a cara se franzia a cada vibração que o celular dava. A feição do homem dava a ele cinquenta anos pela barba ser um pouco branca e os outros fios escuros, os olhos claros os deixavam com aspecto de novo, uma combinação um tanto perfeita para o ser.

Relando a mão no ombro de Eliot a conversa é parada, o homem fala algumas palavras que deixam a cara de Lapuz como se ele tivesse comido limão verde, a cada palavra as mãos de Eliot se apertavam, respirando fundo volta a atenção para mim e Dylan.

- Obrigado por me deixar descansar em sua casa, Ferreiro, agradeço com um almoço por minha conta no Cibo Italiano – Eliot diz arrumando o terno ao pegar o celular dentro dele.

- Cibo foi queimado – Dylan fala tirando um pó invisível da camisa – Rafael, infelizmente morreu dentro do restaurante por respirar a fumaça – meu coração parou quando ele disse as próximas palavras – Sinto muito pelo seu ente querido, Eliot.

Eliot ainda processando o que meu noivo de mentira tinha falado, ele deixa o celular de lado encarando os olhos de Dylan com raiva.

- Um incêndio... – Eliot diz, Dylan não diz nada e eu ainda girava o anel no dedo esquentando a pele envolta dele.

Rafael Lopes era um parente do chefe da Máfia Italiana? Eu matei um ente querido do Chefe dos chefes.

- Senhor Lapuz – tinha sua atenção no momento em que disse seu sobrenome, um arrepio percorreu minha espinha – Posso organizar o funeral, se assim quiser.

Ele solta um suspiro esfregando a temporã – Seria muito gentil de sua parte. Obrigado.
Você não falaria isso se soubesse que fui eu que matei.

- Vou falar para adiarem a inauguração do Museu – o homem do lado de Lapuz, pega o celular digitando números e depois colocando no ouvido indo para a entrada da mansão.

- Meu irmão cuida da minha agenda – ele responde uma pergunta que estava em minha cabeça, Eliot sorri para mim – Agradeço mais uma vez, se precisar de qualquer coisa pode ligar para Vicle, ele vai ajudar no que puder – Concordo com a cabeça – Ferreiro, vamos tratar o assunto no jantar.

- Dona Lucia sabe fazer uma comida excelente – digo abraçando o tronco de Dylan, sentindo o cheiro de homem gostoso.

Eliot acena breve para nós andando para fora aonde seu irmão está esperando pela sua presença, com os braços envolta de seu corpo, Dylan vira para me abraçar com os dois braços, beijando minha cabeça. Ficamos assim até ouvir os barulhos do carros indo embora.

- Obrigado, pelo bilhete – Ele diz colocando as duas mãos nas laterais de meu rosto, inclino a cabeça um pouco para trás vendo seus olhos em mim.

- De nada – fico nas pontas dos pés para beijar seus lábios com gosto de cigarro – Fico estressado? – ele concorda com a cabeça levando uma mecha para trás da minha orelha – Posso fazer um chá de camomila para você.

Com os lábios curvados ele beija novamente minha boca.

- Meu calmante é você – ele diz, meu coração acelera pelas palavras.

De : Bruna Severiano Instagram e Twitter: bruna_severianoo

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De : Bruna Severiano
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