CAPÍTULO SEIS.

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Dylan Ferreiro.

Acordei com Briana parecendo um bicho preguiça abraçando uma árvore, e pela minha felicidade, eu era a árvore. Me estiquei o máximo que a mulher abraçada a mim permitisse, para olhar a hora no relógio do pulso que deixei em cima da mesinha.

- Ainda não são nem oito hora – ela disse, com a cabeça em meu peito.

Respirei fundo voltado a posição, levei a mão para trás da cabeça.

- Está acordada a muito tempo ? – perguntei acariciando sua costas, nua e morna.

- Não, acordei para tomar a pílula do dia seguinte – ela se virou de barriga para baixo, posicionando o braço no meu peito e o queixo apoiando nas costas da mão.

Porra, esqueci de colocar a camisinha hoje, mais cedo.

Cerrei o olhar no dela tentando enxergar sua expressão, mas foi em vão. O por do sol já tinha ido embora e a escuridão tomou o quarto.

- Não tem problema, se demorar para tomar ? – minha voz saiu tensa.

E eu esperava que meu rosto estivesse tranquilo, porquê ela saiu de cima do meu peito para acender a luz do abajur, que ficava ao lado da cama, seus olhos estavam grandes e o cabelo bagunçado.

- A gente vai saber daqui a quinze dias – Ela disse com tom brincalhão, minha respiração parou por alguns segundos  – Nunca tive um atraso, fica calmo.

- O fica calmo que o Romero ouviu, se chama Lana – respondi recebendo a gargalhada dela – Você ri, mas Romero ficou branco igual um papel quando ouviu minha mãe disser.

O homem podia ser o que todos temiam mexer, mas ao ouvir as palavras :  estou gravida, Romero. Saírem da boca da minha mãe, ele ficou sem palavras e seu rosto se tornou embaraçoso.

Ainda estávamos na Rússia quando ele pronunciou as palavras:

Você e seu filho, vão vir  morar na mansão. Vou pagar as passagens e os passaportes... Só esteja com as malas prontas. Vou ligar em uma semana.

Pela cara que minha mãe fez, ao digerir as palavras do homem através da tela do notebook, ela esperava algo à mais.

Quando chegamos aqui, eu não sabia como era a fisionomia dele. Romero não parava na mansão, estava sempre trabalhando em algo, ela falava que ele não confiava em ninguém, além dele mesmo para cuidar das coisas.

Fui descobrir o que Romero fazia, quando arrumei uma briga no bar. Tinha sangue até na minha nuca. Era um homem mais velho, bêbado e com a barriga cheia de superioridade.

Eu não sabia brigar direito, levei dois soco na cara antes de acertar o queixo do homem. O dono do estabelecimento começou a gritar algo como : 

Você é louco!? Ele é protegido do Romero. O Russo porra, tá querendo se matar?!

A noite não foi tranquila na mansão. Perdi a cabeça com ele e com minha mãe, joguei merda no ventilador e atingi a mim mesmo.

- Me ajuda – Briana veio na minha direção com a metade do vestido preso na cabeça, os braços meio levantados no ar. Sai da cama calmo, rindo baixo – Dylan !

Ela se debateu no ar, vaguei fundo na memória, pois não vi ou senti ela sai do meu contado.

- Calma – deixei escapar um riso rouco da garganta, enquanto puxava a gola alta do vestido para baixo descobrindo os olhos arregalados dela – Pronto – falei arrumado seu cabelo.

- Obrigada –  agradeceu baixo, me olhando nos olhos, os dela estavam brilhando iguais diamantes negros.

- De nada.

Russa Perigosa ao Extremo. Onde histórias criam vida. Descubra agora