Stephanie Young, ano de 1550, séc XVI. Condenada a ser uma criatura sanguinária imortal de sangue frio. Tudo que tinha era uma sede incontrolável de mudar o destino de sua eternidade, antes que sua mente pudesse envelhecer mais rápido que sua carne...
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Quando já estava em sua casa, suspirou aliviada. Não podia negar que sentia-se perturbada com relação a qualquer coisa envolvendo o reino, Caçadores e o Clero, e aquele dia era a junção de tudo isso. Sabia que tinha vantagem sobre as crenças dos que a caçavam, mas ainda era arriscado. Não poderia confiar apenas no fato de que conseguia andar ao sol sem morrer, pois se descobrissem sobre seus brincos, seria seu fim.
Seu coração não acelerava, então sentia seu nervosismo e seu pavor em sua alma, que estava aflita. Sentia-se em perigo e sua calma custava a retornar, tendia a ficar à espreita, esperando qualquer mínimo sinal de ataque, por horas, dias ou até semanas e era terrível, uma vez que seu físico naturalmente não descansava, pois não tinha necessidade, mas sua mente também não parava um segundo.
Precisava se acalmar, antes que Jessica a encontrasse, não queria se mostrar mais vulnerável do que já havia se mostrado, além de que seria uma preocupação para a garota falar que estavam em busca da jovem princesa por entre o bosque. Estava tudo sob controle, não havia motivo para alarde, apenas veria com a Jung estava e tentaria se ocupar fazendo qualquer outra coisa que a distraísse.
Subiu as escadas e se encaminhou para a porta do quarto de hóspedes, que estava fechada, bateu à porta e esperou quaisquer respostas vindas do interior do cômodo. Não recebeu uma resposta em específico, apenas conseguiu ouvir alguns murmúrios manhosos e baixinhos, indicando que a ruiva estava acordando ainda. Se perguntou se a Jung havia tomado seu banho como tinha pedido que preparassem, do contrário seria ruim.
– Jessica? – Chamou alto o suficiente para que pudesse ouvir. – Estás acordada?
– Sim, estou. – Respondeu, com voz de sono. – Não entre, milady. Não banhei-me ainda.
– Está até agora em suas roupas molhadas? Céus, pedi para que acordassem-te. – Soltou com a voz levemente preocupada. – Irás adoecer desta maneira, apressa-te!
Stephanie pôde ouvir o assoalho ranger brevemente, atenta aos passos da menina do outro lado da porta. Ela caminhou lentamente na direção da porta, mas repentinamente parou. A mulher mais velha franziu o cenho e pensou em entrar sem a permissão da outra, mas não o fez. Apenas adentrou quando ouviu o som de algo caindo ao chão.
Um pouco assustada, abriu a porta e deparou-se com a ruiva estirada ao chão, pálida e transpirando muito. Stephanie rapidamente foi até a garota e tocou seu corpo, no qual estava muito quente. O machucado em seu braço ainda estava ali, e muito avermelhado, o que fez as presas voltarem. Fechou os olhos com força e controlou-se, pois não era momento para perder-se em seus pensamentos naquela hora.
Segurou fortemente os braços da menina e ajudou a mesma a se levantar, ouvindo os gemidos baixinhos de dor da outra. Seu rosto não estava muito diferente de suas condições físicas, então a vampira logo levou uma de suas mãos até a testa da mesma, afastando os fios ruivos e tocando sua pele. Estava ardendo em febre, e aquilo não era bom sinal.
