Um Acordo Arriscado.

351 35 262
                                    

Jessica acordou de supetão, havia tido outro pesadelo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Jessica acordou de supetão, havia tido outro pesadelo. Sentia uma dor sutil em seu pescoço, como se algum bicho peçonhento tivesse incomodado seu sono. Levou uma de suas mãos até a região, não sentindo nada além de sua própria pele. Talvez estivesse impressionada com o pesadelo que tivera, mas estava se acostumando tanto com noites traiçoeiras naquela vila que, por mais estúpido que fosse, ainda era seu lar.

Quando sua vista começou a ficar um pouco menos distorcida, se tocou de que estava em um cômodo estranho. Havia uma pequena mesa de madeira ao lado da cama onde estava deitada, e uma caneca de bronze repousava quase milimetricamente ao seu lado. A ruiva, observando com mais atenção, olhava para as janelas invadidas com os raios solares, que machucavam seus olhos e para a decoração simples de todo o cômodo.

Era como estar em um lar novamente, antes de tudo acontecer.

Sentou-se na cama e retirou o fino lençol que a cobria, colocando suas pernas quase esqueléticas para fora da cama. Suas mãos fracas se apoiavam na beirada da cama de madeira, e sua boca ressecada ansiava por água e comida. Estava faminta, e não se lembrava qual fora a última vez que tinha se alimentado adequadamente. Nos últimos meses, a Jung apenas conseguia consumir o que era descartado pela vila, como pães endurecidos, restos de fruta que caíam da feira e água de poças, quando a terra era molhada pela chuva. Era uma vida miserável.

Tentou se levantar, mas sentia como se tivesse levado uma coronhada em sua cabeça. Seu corpo estava dolorido, e não se lembrava de ter chegado ali. Na verdade, não se lembrava de muitas coisas, mas sentia que mesmo estando dentro de uma casa, ainda corria perigo. Era como uma sensação estranha, e não gostava nada de sentir-se daquela forma. Preferia estar correndo trôpega pelas florestas, fugindo dos homens mandados pelo Clero.

– Não faças esforço algum.

Jessica sentiu um arrepio ao ouvir tais palavras, fazendo sua atenção se voltar rapidamente à figura da mulher de vestimentas de classe à porta do cômodo. Ao encarar aqueles olhos feito avelã, seu coração acelerou-se em seu peito, fazendo seu corpo ficar automaticamente trêmulo. Naquele instante, quando os lábios avermelhados da mulher se tornaram evidentes, lembrou-se perfeitamente do que havia acontecido na noite passada. Sabia o que aquela mulher era.

Seu corpo miúdo e fraco encolheu-se na cama, encostando-o contra a parede de madeira. A mulher, que tinha uma expressão calma - bem diferente de seu semblante da noite anterior -, aproximou-se cautelosamente. Seus sapatos arrastaram-se contra o assoalho, fazendo Jessica temer seus próximos movimentos. Seu corpo inteiro temia a presença daquela mulher atraente, mas tinha uma estranha sensação de segurança quando aqueles olhos ficavam voltados para si. Era como um pássaro dentro de uma gaiola.

– T-tu... tu és... – A Jung tentou dizer, mas assim como o resto de seu corpo, sua voz era fraca.

– Indubitavelmente este assunto pode ficar para uma outra hora. – Foi breve, sentando-se na cama, mas em uma distância que não perturbasse mais a garota. – Peço para que acalme teu coração, estás segura agora. Esta é uma de minhas propriedades e afirmo-te que está distante das vistas do Clero. – Mostrou um sorriso fechado, compreensivo. – Vamos às apresentações. Atendes por qual nome?

Cold BloodedOnde histórias criam vida. Descubra agora