Lobo Solitário.

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Entre os humanos as fases da lua pouco importava, assim como o estudo sobre esta e sobre os astros e todo aquele que se considerasse cientista e quisesse ir contra o modelo geocêntrico pregado pela Igreja, seria considerado herege, bruxo e tantas ...

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Entre os humanos as fases da lua pouco importava, assim como o estudo sobre esta e sobre os astros e todo aquele que se considerasse cientista e quisesse ir contra o modelo geocêntrico pregado pela Igreja, seria considerado herege, bruxo e tantas outras denominações que os levassem a fogueira. Naquelas épocas, não havia humano que ousasse bater de frente com a Inquisição para que os estudos astronômicos se firmassem.

Entretanto, entre as criaturas noturnas, as fases da lua tinham uma importância enorme, especialmente para os vampiros, que precisam se resguardar e se manter seguros, e para os lobisomens, que se transformavam nesta ocasião. Em sua maioria, sendo esta os lobos mais velhos que tinham mais experiência em transformar-se, conseguiam manter sua consciência e não perdiam o controle sobre seus atos, geralmente ficavam responsáveis pelos que recentemente passaram pelo rito de passagem.

Mas, havia uma pessoa em específico, que não importava a experiência adquirida durante todos os seus anos de vida, nunca aprenderia a manter sua consciência. Esta era a líder do bando, Kang SeulGi, que naquele momento estava no pico da montanha e olhava a lua exibindo seu quarto crescente, dentro de pouquíssimos dias seria o dia que sua maldição aflorava, o dia que mais repudiava. A maldita lua cheia, que era um lembrete recorrente da sua falta de controle.

E ouvindo alguns passos atrás de si, suspirou, olhando para trás apenas para confirmar, mas logo voltou a olhar para a lua arrumando sua postura, desconfortável. Era uma de suas pupilas mais próximas, mas não gostava de tê-la sempre por perto naqueles momentos, odiava que a menina a visse perder a cabeça ou vulnerável. Em todo caso, não se deixou o lugar e permitiu a aproximação, afinal, seria ela a cuidar de si na lua cheia.

Quando a menina parou ao seu lado, mostrando um sorriso compreensivo, devolveu um sorriso mínimo e bem breve.

– Deverias estar responsável pelos cuidados dos mais novos. – A mulher disse, brevemente. – Não tens de se preocupar comigo agora, mantenha-te distante por estes dias restantes. Darei trabalho o suficiente na lua cheia.

– Tu apenas esqueceu-se de que eu sou a responsável por te conter. – A menina disse, com um sorriso de canto fechado. – Tu pareces estar longe daqui, e ainda não é noite de lua cheia.

– Estou bem, Giselle. – A mulher foi breve. – Não há necessidade de preocupações comigo por agora.

A menina mais nova apenas revirou os olhos e ergueu as mãos, em sinal de rendição.

– Está bem, se queres ficar reclusa como um pássaro dentro de uma gaiola, fique à vontade. – Falou, em um tom brincalhão. – Deseja alguma coisa antes que eu deixe seu ninho, passarinho?

– Desculpe. – Sorriu um pouco mais aberto. – Pensando bem, talvez eu deseje algo. – Fez uma pausa, observando o olhar questionador da garota. – Primeiro, diga-me, quem está responsável pelos novatos?

A menina de cabelos pretos num tom fosco abriu um pouco mais os olhos, olhando para um canto de importância alguma. Sorriu sem emoção alguma, e aquilo fez com que fosse a vez de SeulGi revirar os olhos. Giselle apenas coçou uma de suas sobrancelhas, tensa. Não temia a mulher, mas tendia a ficar nervosa muitas vezes perto dela.

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