Dragão de Esmeralda.

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 A presença imponente do homem de rosto marcado e barba perfeitamente alinhada se tornava ainda mais cruel quando o sangue prateado do feérico manchava suas vestes. Era ótimo para si saber que as criaturas não encontravam tempo para reagir aos seus ataques, não encontravam um meio de intervir e impedir que mais deles morressem. Na corrida contra o tempo, Edgar levava a melhor descaradamente.

Quando o corpo sem vida do feérico foi ao chão, olhou para a próxima vítima e não tardou em arrancar sua cabeça com a mesma espada. Alguns já haviam fugido, outros morreriam em questão de alguns minutos pelos ferimentos graves, mas o homem já estava satisfeito em saber que pelo menos duzentos feéricos ele abateu naquele começo de noite. Havia perdido alguns homens, mas eram no máximo vinte.

Dois feéricos lutavam bravamente contra seus homens, e era um misto de cores e explosões ver aquela cena. Rosa e vermelho encontrando uma harmonia raivosa, como se fossem cores complementares e assombrosas. Edgar desviou rapidamente de um soldado feérico que fedia a sangue bastardo, fazendo suas presas quase saltarem pelo odor desonroso que exalava do mesmo. Rapidamente parou o ataque com sua mão, segurando o maxilar do homem com tanta força que foi possível enxergar a raiva nos olhos opacos de Brandt.

Com destreza, o vampiro disfarçado segurou a parte de cima da boca do feérico bastardo com uma mão, e com a outra continuou segurando a parte de baixo. Com facilidade e prazer, abriu a boca daquela criatura da luz até que sua cabeça fosse rasgada em duas, logo depois cravando a espada de olmo dentro daquela carcaça que jorrava um líquido prateado, não tão brilhante quanto dos outros feéricos que acabara de matar.

Estavam em vantagem o suficiente para aquela noite, se continuasse aquela sangria desatada seria capaz de ser surpreendido por outras criaturas e acabaria entregando a guerra na primeira batalha. Olhou para os feéricos que não caíam em campo mais uma vez, entrando facilmente na cabeça de ambos para saber de quem se tratava os bravos guerreiros. E um sorriso satisfeito o atingiu quando viu a fada da noite anterior, sabendo que seu recado estava dado, oficialmente.

— Homens! — Gritou, alto o suficiente para que pudessem ouvi-lo por cima dos sons da batalha. — Recuar! Nossa missão aqui está mais do que feita.

Um brado coletivo entre os homens ecoou nas matas, e logo o som da marcha daqueles caçadores seria a última coisa que os sobreviventes se lembrariam, além do sangue de seus semelhantes. Eles não foram tolos o suficiente para atacar os homens em retirada, apenas ficaram parados ali, rezando para o Espírito os proteger daqueles seres mortais. E antes de partir definitivamente, Edgar olhou para o feérico de tom vermelho e disparou em sua mente: dê o recado, vamos ver se a fadinha será capaz de matar-me, como fiz com seus pais.

A vampira noviça segurava sua faca encantada com firmeza nas mãos. A noite caíra tranquilamente, e tudo que MinJeong fazia nos arredores do bosque dizia respeito ao seu autocontrole.

Como era uma caçadora, tinha certa habilidade com lâminas, cordas e o manuseio de algumas bugigangas que havia aprendido a confeccionar para a própria sobrevivência. Entretanto, agora que era uma vampira, tudo em seu corpo havia mudado e todos os seus dotes de caça embaralharam-se junto àquele instinto predatório vampiresco. Muitas coisas que já sabia, teve que aprender novamente, pois sua força sobrehumana ou sua visão, audição e olfato a atrapalhavam sempre que ia fazer algum movimento sutil.

Disparou um ataque com a faca encantada contra o tronco de uma das árvores do bosque, soltando uma respiração desnecessária por sua boca. Acreditava que a respiração era algo essencial para a boa caça, mas havia perdido aquela ação involuntária, tendo que se acostumar a provocar aquela ação de propósito, para que seu corpo ainda acreditasse que era apenas uma humana que caçava para sobreviver. E funcionava, pelo menos na maioria das vezes.

Cold BloodedOnde histórias criam vida. Descubra agora