Cecília se levantou, junto do outro homem, sendo amparada por ele.
— Seu... seu amigo...
— Pegou ela?! — o homem ignorou-a, se dirigindo diretamente ao seu colega, que à esta altura, estava quase dentro d'água com medusa.
Numa luta corporal, o homem tentava segurar Medusa contra o chão terroso e úmido, não obtendo muito sucesso, devido à sua mão direita ocupada.
As mãos de Medusa estavam contra o peito dele, distribuindo socos, enquanto suas pernas o chutavam violentamente.
Quando a mulher conseguiu ficar por cima, usou toda a sua força, chegou a soltar um grito gutural ao conseguir arrancar o escudo, e até um pouco de sangue, da mão do homem.
E então, tirou sua venda, segurando aquele que estava abaixo de si e abriu os olhos. Ele estava com o rosto contorcido e os olhos fechados.
Ouviam os chamados do outro homem, que só não abandonara seu posto devido à Cecília, que desesperava-se, agarrando a roupa dele.
— Quem foi que mandou você aqui? Atena? — a voz de Medusa era quase irreconhecível. Do fundo de sua garganta, junto do som já habitual, uma especial de sibilado saía, semelhante ao que suas serpentes faziam no momento. O homem sentia como se o diabo sussurrasse em seu ouvido, enquanto sentia as unhas firmes e pontudas dela comprometendo a derme em seu pescoço.
— Me mate, seu demônio! — assim que abriu os olhos, teve o rosto afundado na água e viu a imagem distorcida da face da besta Medusa. Assustou-se com a aparência inesperadamente diferente do que imaginava e começou a afogar, tentou proferir algumas palavras e ela o imergiu, fechando suas próprias pálpebras por hora.
— Quem? — ela repetiu sua pergunta e recebeu um cuspe em sua bochecha, a mulher respirou fundo e o barulho das cobras ficou mais alto, ao mesmo tempo em que abriam suas bocas para Andreas e expunham suas presas. O som era insuportável e, enquanto a mulher ofegava com os lábios abertos, podia enxergar as mesmas presas presentes em sua boca. — Petrus, corra! — o grito irrompeu suas cordas vocais e foi tudo o que pôde fazer, antes de ver os olhos amarelados que levariam sua alma para o túmulo.
Sentia seu corpo arder em chamas, ao mesmo tempo em que as extremidades paralizavam. O sangue coagulava dentro de si, como sob efeito do veneno de uma Víbora de Russel e seus orifícios sangravam aos montes.
Andreas agonizava e gritava, enquanto se via preso nas íris estreitas da mulher, que seria a última coisa que veria em sua vida.
Petrus, por sua vez, que estava com a tal Lissa em seus braços, possuía os olhos perigosamente vidrados na criatura que encarava seu colega. Cecília sentia a superfície lisa do escudo em contato com seu abdômen, Medusa só precisava olhar para o lado e acabaria com ele.
O grito de Andreas fez com que Petrus pressionasse Cecília contra a pedra onde estavam sentados e ali, rasgasse um retalho de seu vestido, deixando-a para trás logo depois e correndo.
Os passos eram pesados e irregulares, Cecília podia seguí-lo, se conseguisse atingir uma distância menor para ouvir com clareza.
Por sorte, o homem gritou em horror, ao encontrar o corpo de Leíandros, então, Cecília soube que ele estava indo direto para a saída maior da caverna.
Por um lado, tinha grandes chances do homem morrer ao passar rapidamente pela saída, uma vez que cairia montanha abaixo, mas não poderia arriscar que ele saísse vivo dali.
Não quando ele voltaria com mais homens atrás de Medusa.
Quando o homem percebeu a destreza da mulher para perseguí-lo, parou e com raiva, esperou que chegasse perto de si.
Assim que ouviu os passos pararem, Cecília estacou no lugar.
Petrus observou aquela mulher, ali parada, tentando ouví-lo. Os olhos reluziam à luz alaranjada, de forma macabra.
A mulher parecia anendrontadora, com o vestido rasgado, os pés descalços e os olhos como um acizentado sem fim.
Estava pronto para avançar para cima dela, quando viu atrás dela, as pernas nuas, molhadas e esverdeadas.
Aquela era sua chance, então empunhou seu escudo e correu na direção dela, colocando o espelho na altura do rosto, e o retalho de vestido como uma venda parcial.
Bateu contra Medusa e caiu. Forçou seu corpo contra o dela, esperando que aquilo acabasse logo, mas a besta estava de olhos vendados. Esta foi a contratação que o desconsertou.
— Cecília, à esquerda, na altura dos joelhos! — Medusa exclamou, sentindo o ar faltar, com o joelho do homem contra seu tórax e as mãos sendo machucadas pelos sapatos. O homem estava todo contorcido.
Cecília seguiu a direção que lhe foi dita e agarrou o que pôde de Petrus. O pescoço foi seu alvo e assim, ele se debateu violentamente, fazendo com que os braços de Cecília atingissem a parte de cima do espelho, quebrando-o.
Medusa sentiu a pele da bochecha se cortar e fechou os olhos por debaixo da venda.
Petrus caiu para trás, por cima de Cecília, que agarrou o corpo dele com as pernas e o pescoço com os braços. Ele deu cotoveladas e socos nela, levantando-se, mas ela não soltou.
Foi quando ele empunhou a espada e sua bainha tilintou, Medusa retirou usou as pernas para sentir onde estavam os estilhaços do espelho e retirou sua venda. Teve tempo de ver o homem tentar ferir Cecília, sem sucesso. Apenas um corte largo foi feito.
Quando Cecília o largou, estavam próximos da saída, então o homem usou o resto de escudo para bater no rosto da mulher loira e ela, antes de deixar-se fraquejar, correu poucos passos até ele, empurrando-o para o abismo.
A última coisa que ouviu, foi seu nome sendo gritado por Medusa, e então, entregou-se a inconsciência.
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N/A: Sextou, gente? As muié desde livro n tem UM MINUTO de paz, mas a gente vai seguir o baile por enquanto, né não?
A gente se vê na segunda, beijinhos e bom final de semana 🖤
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Petrificar / [versão não revisada]
RomanceQuantos sentidos são necessários para poder amar alguém que não pode ser cobiçado? A besta profana do oeste grego encontrou sob a luz do luar aquela que não pode ser afetada por sua maldição. Tal criatura era a única que Medusa não poderia petrifica...