Quando retornou para dentro da caverna, Medusa teve um acesso de raiva como nunca tivera antes.
Rasgou tecidos, quebrou pratos, jogou coisas na parede Parou, ajoelhada no chão, com os olhos lacrimejando. Olhou para o lado e encontrou sua pintura, feita por Cecília.
Abraçou a tela, enquanto sua cabeça infestava de preocupações.
Tinha de salvar Cecília, mas como?
Enquanto isto, a mulher com uma venda no rosto recobrava a consciência, sentindo as têmporas doendo.
Lembrava-se de estar voltando para a caverna, já com os ânimos mais estabilizados. Só queria se desculpar com Medusa e saber que estavam bem.
Ouviu passos, cerca de dez metros à sua esquerda e estacou.
Sua mente trabalhou rápido para localizar-se na floresta.
À que distância estava da caverna? Deveria correr para lá e correr o risco de expôr Medusa? Não, poderia correr na direção oposta e se esconder na relva. Estava escuro e já conhecia aquela terra, conseguiria despistar quem quer que fosse.
Colocou seu plano em ação, virando-se bruscamente na direção contrária da que estava seguindo, mas não conseguiu avançar muito, sentiu algo bater contra sua testa.
Um dos homens que cercavam de forma circular a mulher, esticou o braço, impedindo que ela conseguisse passar.
Assim que ela caiu no chão, um assovio curto foi o suficiente para que os outros viessem até ela.
— Ora ora! — ouviu a voz de um homem ressoar, enquanto era segurada por um deles em casa braço seu — Isto sim, é uma surpresa!
O homem segurou seu rosto, analisando-a.
— Pelo jeito, conhece bem a coisa que vive aqui, está bem preparada... — passou o dedo polegar pela bochecha dela, rente ao pedaço de tecido em seu rosto. Deu uma boa encarada do estado do corpo e vestes de Cecília — Espere. Não pode estar... — soltou um riso incrédulo — Você vive aqui? Com... com ela?!
Depois daquilo, Cecília foi golpeada na nuca, desmaiando.
Agora, que já estava acordada e com ciência parcial dos últimos acontecimentos, suas preocupações se dividiam entre Medusa e o local onde estava.
Não demorou à ouvir passos e uma voz feminina a falar contigo.
— Então, os boatos são verdadeiros.
Cecília optou por permanecer em silêncio pelo máximo de tempo que fosse capaz.
— Então, você é aquela mulher, se é que ainda podemos chamar assim, deram um jeitinho. A venda é uma saída bastante inteligente, na minha opinião. Mas aqui, você não precisa disto. — sentiu o tecido ser arrancado de seu rosto e a mulher soltou um riso — Isto é... diferente do que ela faz, como isto aconteceu?
— Não tem nada a ver com a Medusa. — Cecília falou, entre dentes.
— Entendo. Então você é naturalmente imune à maldição dela. — a voz se abrandava. Cecília sentou-se ser posta em pé — Venha comigo, gostaria de ter uma conversa com você, enquanto comermos.
A mulher misteriosa segurou a mão de Cecília, que sentiu a frieza do gesto. Era algo diferente do que sentia com Medusa. Suas mãos eram naturalmente gélidas, mas o toque era cálido e afetuoso.
Foi sentada numa cadeira em frente à uma mesa.
— À sua frente há algumas frutas, vejamos... pães, tortas, sucos, água gelada. Precisa de ajuda para se servir?
— Não estou com fome, diga o que você quer. Por que estou aqui?
— Bom, é claro que eu entendo a sua confusão. O que acho pertinente ser de seu conhecimento, pelo menos por hora, é que você parece ser alguém de certa importância para Medusa. Estou certa?
Nada. Cecília apenas franziu a sobrancelha e endireitou a coluna na cadeira.
— Irei supor que sim. Como deve saber, Medusa possui aquela... condição, que é de extremo risco para todos. Dezenas de pessoas já morreram para aquelas íris amaldiçoadas e eu, como uma antiga amiga — Cecília riu ironicamente — eu gostaria de tirá-la deste tormento e parar com as mortes. Gostaria da sua ajuda para isto.
— Não conte comigo para nada. Já posso ir embora?
— Infelizmente não posso deixar que saia. — A voz do mesmo homem que lhe desacordou antes, Cecília ouviu o barulho de um beijo e ele se sentou ao seu lado — Particularmente não acredito que seja algo que você possa recusar.
— Perseu. — a mulher chamou a atenção dele — Chegaria nesta parte agora. Saiba que, se aceitar nos ajudar com nosso problema, ajudamos você com o seu?
Cecília não conseguiu se aguentar e questionou:
— Do que está falando?
E um sorriso surgiu no rosto de Atena. Soube que tinha conseguido a atenção da mulher à sua frente.
— Não seria incrível se você pudesse enxergar? Posso providenciar isto à você. O que me diz?
•••
N/A: Boa noite, família! Tudo bem? Presenças ilustres na história, hein?
As personalidades dos personagens que vão aparecer (e que são figuras conhecidas na mitologia, como Atenas e Perseu) vão ser mais rasas, propositalmente ok?
A gente se vê na sexta! Beijinhos 🖤Edit.: gente a gata postou o capítulo e percebeu SÓ AGORA que ficou nós rascunhos do wattpad, perdão KKKKKK agora tá tudo certo, até amanhã!
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Petrificar / [versão não revisada]
RomanceQuantos sentidos são necessários para poder amar alguém que não pode ser cobiçado? A besta profana do oeste grego encontrou sob a luz do luar aquela que não pode ser afetada por sua maldição. Tal criatura era a única que Medusa não poderia petrifica...