Capítulo 23

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Apenas duas semanas após o fatídico dia em que Medusa havia matado o semi-deus Perseu, ela e Cecília tiveram uma surpresa.

Cecília estava penteando os cabelos, quando ouviu uma sequência padronizada de um barulho alto e metálico do lado de fora da caverna. Medusa, que estava vendo alguns esboços de Cecília, se levantou.

— Fique aqui. — foi o que disse, quando foi até a entrada da caverna.

Lá de baixo, um homem com o rosto coberto com um tecido escuro carregava algo. Usava duas chapas de metal, batendo uma contra a outra para chamar Medusa.

— Eu trouxe um comunicado! Venho de Partenon! — o homem gritou de cerca de trinta metros de distância.

"O que Atena queria?!"

— Vou deixar em cima desta pedra! — colocou o que carregava sob uma grande rocha, fez uma reverência e se foi.

Medusa mantinha o cenho franzido e acompanhou o homem com os olhos, até que desaparecesse na mata. Permaneceu à espreita, procurando sinal de mais alguém, mas ninguém apareceu, então, desceu até a pedra e pegou o pergaminho deixado ali.

Voltou para a caverna e viu Cecília com uma espada de metal retorcido na mão. Relaxou a postura, quando reconheceu os passos de Medusa.

— O que houve?

— Atena mandou um recado.

— Ahn? — Cecília ficou confusa.

As mulheres entraram e Medusa se sentou em seu sofá, com a carta em mãos. Cecília se espremeu aqui e ali, de forma que acabasse no colo de Medusa, uma mania que havia adquirido recentemente.

Medusa lia em voz alta e com muita atenção às palavras colocadas no papel. De forma que foram tecendo reações parecidas de confusão.

Das poucas frases ali escritas, a que mais lhes chamou a atenção foi a seguinte:

"..., e seria de grande álacre que você e sua companheira fossem introduzidas ao convívio social, novamente."

— Estou genuinamente confusa, o que ela quis dizer?

— Aqui diz que, se quisermos, podemos deixar de viver aqui, para morar numa casa comum na vila. — segurou uma folha pequena que estava anexada ao pergaminho — Tem um mapa mostrando a localização da casa.

— Entendo. — encostou a cabeça no peito de Medusa, ouvindo as batidas compassadas de seu coração — O que você acha?

— Acho esquisito. — acariciou as costas de Cecília — Atena tentou me matar há menos de vinte dias, e agora, isto.

— Não a conheço como você, mas, não acha que não parece coisa dela?

— O que quer dizer?

— Será que alguém não a convenceu disto?

Medusa passou a considerar a possibilidade e começou a se perguntar: quem, neste mundo, a defenderia daquela que a amaldiçoou?

— Você quer ir até lá?

— Ahn?

— Até a casa. Nós podíamos ir dar uma... olhadinha. — Cecília riu.

— Se é o que você quer, nós podemos ir.

E assim, com muita relutância, Medusa e Cecília aguardaram a madrugada para deixarem seu lado da ilha. Caminharam de mãos dadas e túnicas escuras, noitebà dentro.

Chegaram ao povoado, cerca de vinte minutos depois. Não havia ninguém na rua, então Medusa passou a procurar a tal casa.

Localizou o casebre de paredes brancas ao final do povoado, não tão afastado, mas nem de longe tão próximo das outras casas.

Petrificar / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora