Capítulo 14

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Medusa é considerada, por todos que não à conhecem, um símbolo de luxúria e pecado.

Os boatos sobre si são, em sua maioria, relacionados às ações que levaram à sua maldição.

Mas o que é desconsiderado é o seu passado. Medusa era uma sacerdotisa e seguia à risca as regras e restrições que eram impostas a ti.

No entanto, com a idade, veio a curiosidade e os hormônios. Medusa era, acima de tudo, uma mulher e não demorou muito para que desejos carnais surgissem, perturbando sua mente. Sentia-se em conflito com seus princípios, e foi somente isto que Poseidon precisou para aproveitar-se do corpo e confusão da pobre moça.

Um mau entendido. Enganação, abuso e manipulação mental.

Era em cima destas pilastras, que uma imagem falsa foi criada. Para toda uma nação, o monstro com serpentes no lugar dos cabelos e olhos assassinos era, acima de tudo, um demônio da luxúria e do pecado carnal. Era aquela que seduziria os homens fracos e, assim como uma sereia, os atrairia para sua armadilha mortal, onde selaria seus destinos e levaria suas almas consigo.

Mas a grande verdade era apenas uma. Medusa sentia que, nos últimos dias, a postura de Cecília consigo havia mudado. Não era tão inocente à ponto de não perceber certas... investidas da parte da mulher.

Mas, conhecendo um pouco da personalidade dela, esperaria alguma brincadeira ou algo do tipo, não o que aconteceu!

Será que se acostumaria com a brusquidão e simplicidade com que Cecília soltava aquelas bombas no colo de Medusa.

— Me beijar?! — exclamou e Cecília sorriu contra sua boca.

— É.

— Por que?

— Eu nunca fiz isso antes. Acho que ainda não tive a oportunidade e nunca houve ninguém por quem eu tivesse esse interesse. Queria saber como é.

— Alguém já te disse que você tem um jeito estranho de comunicar algumas coisas?

— Não.

Medusa soltou um sorriso e os lábios encostaram. Por mais que Cecília tivesse esse jeito esquisito, deixava-a mais confortável e relaxada.

— Vai me ensinar a beijar agora?

— Eu não disse que vou.

— Se não fosse já teria ido para longe de mim. — usou o dedo indicador para fazer um carinho na clavícula de Medusa — Uma recompensa por salvar sua vida daqueles imbecís, que tal? Toda vez que eu salvar sua pele, você me dá um beijo.

— Você fala como se me socorresse o tempo todo!

— Devíamos inverter? Toda vez que você me acudir, cuidar de mim e todas as coisas que você já se acostumou, você me dá um beijo.

— Não vejo vantagem nisso, só você sai ganhando.

À este ponto, já estavam encaixadas uma na outra. As pernas se entrelaçam por debaixo do lençol e Medusa estava confortável com a aproximação corporal, estava achando a conversa sem rumo, engraçada, então deu corda. De depende se via curiosa para ver aonde aquilo chegaria.

— Você beija tão bem assim?! — Cecília piscou rapidamente os olhos, os cílios curtinhos fazendo sombra em suas bochechas sob a luz de uma vela acesa no castiçal — Se me ensinar, eu te retribuo à altura.

— Acha que vou comprar esta ideia?

— Espero desesperadamente que sim, porquê não tenho nenhuma outra desculpa para dar.

— Desculpa? — uma sobrancelha foi arqueada, mesmo que a outra não tivesse como saber.

— Se não percebeu, eu estou tentando ser discreta, e você não está colaborando.

—  Esta é uma das únicas coisas que não consegui ver você sendo. — usou uma entonação irônica — Quer ser discreta com o quê?

— De que minha vontade de te beijar não tem quase nada a ver com minha falta de experiência. Quer dizer, seria uma honra que você me ensinasse, mas não é o real motivo.

— E qual é?

—Medusa, você vai mesmo ficar me fazendo perguntas ao invés de partir para o que realmente interessa? — Cecília fez uma feição irritada e Medusa riu alto.

— Você me diverte, Cecília.

— Faz parte do meu plano. — e antes que Medusa pudesse encher o saco de Cecília com mais perguntas, esta lhe deu um selinho — É assim que começa, não é? Agora é com você, Medusa.

E dali, Medusa não teve mais para onde correr. Quiçá sabia se queria fugir daquele momento.

Ao sentir os braços aquecidos de Cecília fazerem certa menção para sua cintura, segurou um lado do rosto dela e, com o polegar, puxou o lábio inferior.

Sentiu seu quadril ser apertado e subiu as vistas para o resto da face de Cecília, encontrando o rosto ansioso e afogueado.

— Me ensine tudo o que você sabe. — Cecilia sorriu e Medusa juntou seus lábios com certa urgência, finalmente.

•••

N/A: "...tudo o que você sabe", leia-se: nada né amore? KKKKKKK

Boa noite, gente, não me matem por esse capítulo mais "intimista", eu fiquei presa nele o dia todo e até quis entregar outras paradas, mas sou bem ruim em cena de beijo e me senti mais confortável em parar por aqui (que é na parte boa, meu lado leitora tá me estrangulando por dentro) e na sexta, eu volto com mais dessas duas coisinhas. Espero que vocês estejam gostando dessa nova fase que a gente tá entrando agora, vejo vocês na sexta, ok?

Beijinhos 🖤

Petrificar / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora